"... falarão novas línguas" (Mc 16,17).
"... o Espírito Santo que ensina a Igreja e lhe recorda tudo o que Jesus disse, também a educa para a vida de oração, suscitando expressões que se renovam no âmbito de formas permanentes, benção, petição, intercessão, ação de graças e louvor" (do Catecismo da Igreja Católica).
Sendo o dom das línguas o mais comum de todos os carismas, não deixa talvez de ser também o mais estranho.
O dom das línguas ou glossologia é, antes do mais, uma oração que se faz a Deus. Trata-se de uma oração feita em língua desconhecida, nunca estudada e nunca ouvida. Quem a profere, empregando sons dos quais não compreende o sentido, sente-se envolvido por um misterioso sentimento de alegria e paz.
A oração em línguas integra sempre a oração comunitária, onde brota com naturalidade e se traduz numa força poderosa. Faz também parte da oração pessoal, quando as palavras nos faltam, a fraqueza nos invade e se apodera de nós uma sensação de desânimo, impedindo a nossa concentração. Rezar em línguas abre o caminho para uma oração mais profunda, para um contato mais imediato com Deus.
Jean Lafrance diz que a oração brota do mais profundo do nosso ser como um "grito", e diz também que "Jesus revela-nos o verdadeiro objetivo da nossa oração, que é a efusão do Espírito Santo no coração de cada um". Como diz S. Paulo na 1ª Carta aos Coríntios 14,2 "aquele que fala em línguas, não fala aos homens mas a Deus: ninguém de fato entende pois no Espírito diz coisas misteriosas", e acrescenta em 14,4 "quem fala em línguas edifica-se a si mesmo".
O Cardeal Suenens dá testemunho da dimensão espiritual da oração em línguas, quando afirma: "este modo de rezar é uma forma de desprendimento de si, de desbloqueio e de libertação interior diante de Deus e dos outros. Se no ponto de partida da experiência se aceita este ato de humildade, (...) experimenta-se a alegria de descobrir um modo de rezar para além das palavras e para além de todo o cerebralismo. Este modo de rezar é criador de paz e expansão".
Na 1ª Carta aos Coríntios 14,15 S. Paulo diz: "Rezarei com o Espírito, mas rezarei também com a inteligência, cantarei com o Espírito, mas cantarei também com a inteligência". Santo Agostinho chama ao cântico em línguas o cântico no júbilo e explica que o júbilo é uma alegria que não pode expressar por palavras o que se canta com o coração.
A voz humana expressa o que é concebido interiormente e não pode ser explicado por palavras. "A voz da alma extravasa felicidade expressando o que sente sem refletir em nenhuma significação especial. Para manifestar esta alegria o homem não usa palavras que podem ser pronunciadas ou entendidas, mas simplesmente deixa que a sua alegria irrompa sem palavras".
A oração em línguas é apropriada em qualquer circunstância, porque sabemos que é o Espírito que inspira as intenções e as palavras. Como oração de louvor é o meio mais fácil para glorificar a Jesus e ao Pai. Como oração de súplica e intercessão e combate às tentações, é forte e poderosa porque as palavras chegam a Deus mediante o poder do Espírito.
Quem não se sentiu tocado quando num grupo de oração carismático, espontânea e imperceptivelmente se começa a rezar em línguas, sem que alguém tenha transmitido qualquer ordem ou sinal nesse sentido? Do mesmo modo, quando ao terminar se seguem alguns instantes de silêncio, quem não sentiu ali a presença de Deus, viva e real que nos une amorosamente?
Lurdes Azinheiro
Isabel Soares de Almeida
Grupo Pneumavita, Lisboa
O texto abaixo é uma reflexão minha, responsável pelo site A crisma.
Observação: É importante salientar que o dom de rezar em línguas é um dom pessoal, que deve ser usado com muita descrição e para um encontro de si mesmo e com Deus. Vejamos o que São Paulo nos diz:
“1 Empenhai-vos em procurar a caridade. Aspirai igualmente aos dons espirituais, mas sobretudo ao de profecia.
2 Aquele que fala em línguas não fala aos homens, senão a Deus: ninguém o entende, pois fala coisas misteriosas, sob a ação do Espírito.
3 Aquele, porém, que profetiza fala aos homens, para edificá-los, exortá-los e consolá-los.
4 Aquele que fala em línguas edifica-se a si mesmo; mas o que profetiza, edifica a assembléia.”
1Cor 14,1 - 4.
Anderson Roberto
"... o Espírito Santo que ensina a Igreja e lhe recorda tudo o que Jesus disse, também a educa para a vida de oração, suscitando expressões que se renovam no âmbito de formas permanentes, benção, petição, intercessão, ação de graças e louvor" (do Catecismo da Igreja Católica).
Sendo o dom das línguas o mais comum de todos os carismas, não deixa talvez de ser também o mais estranho.
O dom das línguas ou glossologia é, antes do mais, uma oração que se faz a Deus. Trata-se de uma oração feita em língua desconhecida, nunca estudada e nunca ouvida. Quem a profere, empregando sons dos quais não compreende o sentido, sente-se envolvido por um misterioso sentimento de alegria e paz.
A oração em línguas integra sempre a oração comunitária, onde brota com naturalidade e se traduz numa força poderosa. Faz também parte da oração pessoal, quando as palavras nos faltam, a fraqueza nos invade e se apodera de nós uma sensação de desânimo, impedindo a nossa concentração. Rezar em línguas abre o caminho para uma oração mais profunda, para um contato mais imediato com Deus.
Jean Lafrance diz que a oração brota do mais profundo do nosso ser como um "grito", e diz também que "Jesus revela-nos o verdadeiro objetivo da nossa oração, que é a efusão do Espírito Santo no coração de cada um". Como diz S. Paulo na 1ª Carta aos Coríntios 14,2 "aquele que fala em línguas, não fala aos homens mas a Deus: ninguém de fato entende pois no Espírito diz coisas misteriosas", e acrescenta em 14,4 "quem fala em línguas edifica-se a si mesmo".
O Cardeal Suenens dá testemunho da dimensão espiritual da oração em línguas, quando afirma: "este modo de rezar é uma forma de desprendimento de si, de desbloqueio e de libertação interior diante de Deus e dos outros. Se no ponto de partida da experiência se aceita este ato de humildade, (...) experimenta-se a alegria de descobrir um modo de rezar para além das palavras e para além de todo o cerebralismo. Este modo de rezar é criador de paz e expansão".
Na 1ª Carta aos Coríntios 14,15 S. Paulo diz: "Rezarei com o Espírito, mas rezarei também com a inteligência, cantarei com o Espírito, mas cantarei também com a inteligência". Santo Agostinho chama ao cântico em línguas o cântico no júbilo e explica que o júbilo é uma alegria que não pode expressar por palavras o que se canta com o coração.
A voz humana expressa o que é concebido interiormente e não pode ser explicado por palavras. "A voz da alma extravasa felicidade expressando o que sente sem refletir em nenhuma significação especial. Para manifestar esta alegria o homem não usa palavras que podem ser pronunciadas ou entendidas, mas simplesmente deixa que a sua alegria irrompa sem palavras".
A oração em línguas é apropriada em qualquer circunstância, porque sabemos que é o Espírito que inspira as intenções e as palavras. Como oração de louvor é o meio mais fácil para glorificar a Jesus e ao Pai. Como oração de súplica e intercessão e combate às tentações, é forte e poderosa porque as palavras chegam a Deus mediante o poder do Espírito.
Quem não se sentiu tocado quando num grupo de oração carismático, espontânea e imperceptivelmente se começa a rezar em línguas, sem que alguém tenha transmitido qualquer ordem ou sinal nesse sentido? Do mesmo modo, quando ao terminar se seguem alguns instantes de silêncio, quem não sentiu ali a presença de Deus, viva e real que nos une amorosamente?
Lurdes Azinheiro
Isabel Soares de Almeida
Grupo Pneumavita, Lisboa
O texto abaixo é uma reflexão minha, responsável pelo site A crisma.
Observação: É importante salientar que o dom de rezar em línguas é um dom pessoal, que deve ser usado com muita descrição e para um encontro de si mesmo e com Deus. Vejamos o que São Paulo nos diz:
“1 Empenhai-vos em procurar a caridade. Aspirai igualmente aos dons espirituais, mas sobretudo ao de profecia.
2 Aquele que fala em línguas não fala aos homens, senão a Deus: ninguém o entende, pois fala coisas misteriosas, sob a ação do Espírito.
3 Aquele, porém, que profetiza fala aos homens, para edificá-los, exortá-los e consolá-los.
4 Aquele que fala em línguas edifica-se a si mesmo; mas o que profetiza, edifica a assembléia.”
1Cor 14,1 - 4.
Anderson Roberto
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