terça-feira, 27 de agosto de 2013

Triduo e Festa de Nossa Senhora dos MARES 2013

"SENHORA DOS MARES, AQUELA QUE EM VIRTUDE DA FÉ CONCEBEU EM SEU VENTRE O FILHO DE DEUS"
É com este tema que celebraremos os festejos a Nossa Senhora Dos Mares 2013, de 04 á 08 de Setembro, em nossa Comunidade Católica dos Filhos de Maria. O triduo e Festa terá a seguinte programação: -Dia 04/09-05h Oficio da Imaculada Senhora dos Mares 20:30 Triduo solene com o lema:"A Virgem Maria realiza de maneira mais perfeita a obediéncia da Fé" -Dia 05/09-05h Oficio da Imaculada Senhora dos Mares 20:30 Triduo solene com o lema:"Virgem Maria, a bem aventurada que Acreditou" -Dia 06/09-05h Oficio da Imaculada Senhora dos Mares 20:30 Triduo solene com o lema:"A Igreja venera em Maria a realização mais pura da Fé" -Dia 07/09-09h Oficio Da Imaculada Senhora dos Mares 22h Cenáculo Mariano -Dia 08/09- DIA DE NOSSA SENHORA DOS MARES E DO SENHOR BOM JESUS DA BONANÇA E GUIA! 20h Procissão Luminosa 20:30 Paraliturgia solene encerrando a festa de Nossa Senhora dos Mares 2013

Aparição de Nossa Senhora em Loreto.

Onde Aconteceu: Na Itália Quando: Em 1294. A História: O título Nossa Senhora de Loreto tem como referencial a casa de Nazaré, onde viveu a Santíssima Virgem. Por um misterioso prodígio esta casa atravessou oceanos até fixar-se na Itália, em um bosque de loureiros, próximo à vila de Recanati. Uma explicação plausível seria a seguinte: a fim de poupar a Santa Casa de Nazaré de invasões, onde templos e monumentos eram violados e destruídos, o Senhor ordenou a seus anjos que a transportassem pelos ares à cidade de Tersatz, na Dalmácia, em 10 de maio de 1291 e daí para um bosque de loureiros, em Loreto, na Itália, em 10 de dezembro de 1294. Por causa dos constantes assaltos que sofriam os peregrinos, a Casa mudou-se para o alto de uma colina e, como aí houve discórdias entre os irmãos proprietários da terra, esta fixou-se, finalmente, no meio da estrada que liga Recanati ao litoral, onde permanece intacta até hoje, protegida por uma imensa igreja construída ao seu redor. Buscando a verdade dos fatos, autoridades governamentais, eclesiásticas e técnicas da época, nada constataram de fictício ao analisarem as fundações que permaneceram em Nazaré ou a própria casa em Tersatz, apoiada apenas em suas paredes, desafiando explicações técnicas e científicas. O inexplicável fenômeno da fé, do milagre da "Casa Voadora", sensibilizou os profissionais aviadores que se identificaram com a missão cumprida pelos anjos que transportaram, pelos ares, tão preciosa carga, adotando Nossa Senhora de Loreto como sua Protetora. No dia 10 de dezembro de 1995, dia de Nossa Senhora de Loreto, como parte dos festejos dos 700 anos de devoção à Virgem, foi lançado pelos Correios o carimbo comemorativo desse acontecimento. Prece dos Aviadores Ó Maria, Rainha do Céu, gloriosa Padroeira da Aviação, ergue-se até vós a nossa súplica. Somos pilotos e aviadores do mundo inteiro; e, arrojados aos caminhos do espaço, unindo em laços de solidariedade as nações e os continentes, queremos ser instrumentos vigilantes e responsáveis da paz e do progresso para as nossas pátrias. Em vós depositamos a nossa confiança. Sabemos a quantos perigos se expõe a nossa vida; velai por nós, Mãe piedosa, durante os nossos vôos. Protegei-nos no cumprimento do árduo dever cotidiano, inspirai-nos os vigorosos pensamentos da virtude e fazei com que nos mantenhamos fiéis aos nossos compromissos de homens e de cristãos. Reacendei em nossos coração o anelo dos bens celestiais, vós que sois a Porta do Céu; e guiai-nos, agora e sempre, nas asas da fé, da esperança e do amor. Amém. (Oração oficial à Padroeira dos Aviadores, Nossa Senhora de Loreto, mandada compor por Sua Santidade o Papa Paulo VI, a pedido pessoal do Brigadeiro Eduardo Gomes, quando de sua visita ao Vaticano (Maio de 1967). Oração a Nossa Senhora de Loreto Ó Virgem Imaculada, é com viva fé que meditamos nos grandes mistérios que se realizaram nesta tua casa de Nazaré, tão pobrezinha, transportada depois pelos anjos para as colinas de Loreto. Entre estas sagradas paredes, onde tu foste concebida sem pecado, e, adolescente, viveste de oração e de amor, o anjo te saudou chamando-te: Cheia de graça. Tu respondeste com as milagrosas palavras que abriram o céu e fizeram descer o Salvador do mundo. Junto a São José, na contemplação da palavra encarnada, na humildade e no trabalho, aqui serviste o Senhor preparando teu espírito ao grande sacrifício: com teu filho terias oferecido, no Calvário, a ti mesma, para te transformar em mãe de todos os homens, remidos pelo sangue de Jesus. Depois de termos vivido em nossas casas na graça de Deus como tu o fizeste na tua, longe do pecado, obedientes à lei e vontade divina, concede-nos, ó Maria, que possamos um dia, morar na casa do Senhor, contigo, por toda a eternidade.

A vocação do CATEQUISTA !!!

A vocação do catequista discípulo


O catequista para ser discípulo precisa refletir bem em sua vocação. buscar a prática dos ensinamentos e resgatar o significado revelador da vida de Jesus como caminho para compreender o mistério de Cristo. O catequista discípulo de Jesus atrai para si a totalidade da vida cristã, que se caracteriza pela relação do cristão com Deus Pai, por meio de Jesus Cristo, na força do seu Espírito. O cristão deve ser um catequista e também um discípulo que conhece o mestre, gosta de estar em sua presença, ama-o e faz a sua vontade. Fala do mestre e de sua obra a todos que encontra.

A vocação do catequista discípulo é comprometedora: Deus chama através de uma Palavra, viva e eficaz, e a pessoa que responde e compromete para sempre sua vida. Deus chama constantemente e de vários modos. Existe pessoas que escuta o chamado e diz não ter tempo. Este não reconheceu a voz de Deus. Quem reconhece o chamado de Deus não exita e responde: Eis me aqui, Senhor.

Chamado à vida: o primeiro chamado que Deus dirige às suas criaturas é o convite à vida. Então Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Gn 1,26. E o homem foi feito; humano mas interlocutor de Deus! O homem não se conhece totalmente por isso vive procurando se completar; só se encontrará quando buscar o outro, pois é no outro que encontramos aquilo que falta em nós. E ao encontrar o outra se encontra, e consequentemente encontra a Deus. A catequese precisa ajudar a pessoa a se relacionar consigo mesma, com o próximo e com Deus; agindo assim estará dando uma resposta aos anseios profundos do coração humano e não uma imposição.

Chamado à santidade: Feito a imagem e semelhança de Deus, o homem é chamado a ser igualzinho a Deus: Sede santos, porque eu sou santo Lv 11,44. Ser santo é conhecer a Deus (Jo 17,3), e por causa Dele, passar pelo mundo fazendo o bem (At10,38), como Jesus. E sendo assim serás herdeiro do céu: Dei-lhes a glória que me deste, para que sejam um, como nós somos um. (Jo 17,22).



Chamado ao discípulado: O catequista discípulo abre o seu coração a Deus e deixa-se ser amado, ama-o de todo o entendimento e aos irmãos; busca-o constantemente na natureza, nas pessoas, na vida: faz do seu coração um verdadeiro santuário; cai... porque é limitado, mas não vive reclamando porque segura na mão de Deus e levanta.







 

Uma comunidade...

O Fundador O(s) fundador(es): · É uma pessoa que teve a experiência forte de Deus e que sente a inspiração de passar essa sua experiência para os outros, comunicando-a através de sua própria vida e partilhando-a através de seus escritos, regras e estatutos; · Conduzido pelo Espírito Santo, interpreta "a seu modo" o texto específico da Palavra de Deus, com um ou mais traços de Cristo, tornando-o visível na Igreja. Cada carisma vive Cristo por inteiro, mas é também especializado em um determinado aspecto seu. · São homens de profecia. São profetas porque anunciam com sua vida suas inspirações, uma profecia de Deus para a Igreja de seu tempo. · Ele recebe uma graça única do Espírito Santo. · Sua inspiração vem da sua experiência de Deus. É algo que o "domina" e que ele é arrastado irresistivelmente. Ele não se contém! Embora de maneira misteriosa é sua liberdade que é tocada pela graça. · Ele recebe também a capacidade de comunicar aos outros a sua inspiração. · Ele é portador de algo maior do que ele! · Deve pregar; por para fora o que sente para comunicar o carisma. Deve escrever, falar, comunicar a graça a seus filhos espirituais. Junto ao fundador ficam aqueles que sentiram a vibração da mesma inspiração e vão formando a comunidade. Existem fundadores e co-fundadores. Estes auxiliam o fundador a perceber aspectos da vocação fundante, mas só ao fundador cabe a delimitação do carisma. O carisma de fundador não se pode transmitir aos demais; a graça de fundação, sim! Carisma de Fundação A palavra carisma significa graça (I Cor 12,4) Um carisma é: · Uma coisa nova para Igreja; · Um dom de Deus, que traz em si, uma graça particular para quem vive e para quem recebe. · Manifestação de Jesus Cristo de uma maneira específica na Igreja, em resposta aos desafios de hoje da Igreja e do mundo. · Ele é transmissível a outros. Deus coloca em outros a identificação com aquele carisma. · É uma graça de Deus maior do que o fundador. Uma novidade que ultrapassa sua humanidade, seu entendimento e sua capacidade humana. · Uma nova forma de vida. · Como um código genético, que não dá apenas a identidade a um instituto, mas a cada um de seus membros. É uma verdadeira identidade daquele que é chamado. No percurso de toda a história, tem suscitado no interior da Igreja, da qual é a alma, uma infinidade de carismas, em resposta às urgências, necessidades e desafios da humanidade e as suas próprias, mantendo-a sempre jovem e atuante. Que tipo de resposta e iniciativa o Espírito de Deus prepara para a Igreja no 3º Milênio? São Francisco de Assis recebeu um carisma original para servir à Igreja de seu tempo. Ele não era o melhor, o mais inteligente, o mais capaz, o mais santo! - O franciscanismo não existia antes de Francisco. A pobreza sim, mas não a pobreza franciscana. - A novidade do carisma está no "como". O segredo não são os meios, nem os métodos, mas sim o próprio carisma que se expressa através dos meios e métodos. Ele vai além dos métodos e meios. Reconhecemos um carisma quando há um conteúdo experimentado e confirmado por frutos vivenciais concretos. Sua finalidade não é a comunidade em si mesma, mas a Igreja, por isso, a delineação do carisma, contorno e matizes, de sua missão na Igreja, é resultado da escuta de Deus pela oração, estudo, experiências vividas e compartilhadas com a comunidade. A delineação é obra do Espírito, e é confirmada, com o tempo, pela Igreja! No início de uma comunidade não existe nada definido. Com o tempo e a resposta do fundador e de sua comunidade se vai descobrindo e conhecendo mais sobre o carisma e a estrutura que lhe deve dar suporte! A Geração de uma Comunidade É preciso maturidade humana e espiritual para receber o dom da comunidade. Deus gera inquietação interior, que muitas vezes é um apelo divino, no coração do fundador ou dos fundadores. Ex: Moisés se inquietou, se precipitou, Deus o conduziu ao deserto. No tempo de Deus, foi enviado para libertar o povo cativo. Moisés amadureceu no deserto. O Tempo É preciso deixar que o chamado amadureça, para que venha o desabrochar no tempo certo. Não colher verde, nem deixar que o fruto caia de maduro, mas perceber o tempo certo- o tempo de Deus. Os sinais É como montar de um quebra-cabeça. Não é apenas um sinal, mas sinais que a providência divina emite. Escuta de Deus Pela oração, "ruminar" os sinais, as inspirações, etc.. As provações A oposição maligna; purificações (crises, rupturas, perseguições, "parece que vai acabar"...); críticas (internas, externas que devem ser ouvidas e ponderadas). Acompanhamento externo Irmãos com discernimento espiritual, maturidade humana e eclesial, que possam ser consultados neste processo de discernimento. Crescimento nas 3 dimensões fundamentais na vida da comunidade Oração (pessoal e comunitária); fraternidade; apostolado.

Vocação

ENTENDENDO A VOCAÇÃO












1) VOCAÇÂO: CHAMADO E RESPOSTA







A palavra “Vocare” em Latim significa chamar. A vocação é o mesmo que chamado. Todo o chamado requer uma resposta. A resposta é sempre opção livre de quem é chamado. Pode ser SIM ou NÃO. Portanto, a vocação acontece no diálogo. É o encontro de duas liberdades: a absoluta liberdade de Deus, que chama, e a liberdade humana que responde a esse chamado. Há um chamado fundamental à vida e modos diferentes de se responder a esse chamado. A essas maneiras diversas de respostas chamamos de Vocação Específica.







a)Vocação à Vida Ao observar a harmonia da natureza, a beleza do céu, do mar, da lua, das estrelas, de uma flor, poderemos concluir que Deus é infinitamente bom. O Mistério criador se reflete no conjunto da criação e, através dela, se revela. Ele é Amor para com todas as criaturas. A vocação das criaturas é, portanto, o chamado de Deus à existência. “E Deus viu que tudo era bom” (Gênesis).







b) Vocação Humana e Cristã Dentro de todos esses chamados à vida, o ser humano é convocado a ser gente, pessoa humana, feita à imagem e semelhança de Deus. Cada ser humano é uma criatura nova e original. É dado a todos em gérmem, desde o nascimento, um conjunto de aptidões e de qualidades para as fazer render: desenvolvê-las será fruto da educação recebida, do meio ambiente e do esforço pessoal, e permitirá a cada um orientar-se para o destino que lhe propõe o Mistério criador da vida.A vocação fundamental humana realiza-se, então, através de uma tríplece dimensão: somos chamados a nos assemelhar a Deus, relacionando-nos com ele, com os irmãos e com o mundo. Nossa fé nos leva à certeza de que fomostodos criados por um mesmo Pai-Mãe. Portanto, somos chamados a nos relacionar com Deus como FILHOS. Ora, se somos filhos de um mesmo Pai- Mãe, somos também IRMÂOS. Sou chamado a ser IRMÂO do outro ser humano e das criaturas. E, enfim, se um Pai e uma Mãe tem muitos filhos, dá a eles, por igual, em herança, sua terra e os ensina a amar, respeitar e trabalhar nela para que se alimentem, tenham vida e administrem os bens da família. Assim o mundo existe para ser compartilhado entre irmãos, bem cuidado e organizado.







c) Vocações Específicas Como já referimos anteriormente, não existe apenas uma forma de responder ao chamado de Deus. A vocação fundamental Humana pode ser vivida de modos diferentes. São diversos os caminhos para o Amor:







__ VOCAÇÃO DO LEIGO Muitas vezes, o termo “Leigo” é compreendido erroneamente. Quando alguém é leigo em determinado assunto, não entende da coisa ou não participa de determinada área... Não é esse o conceito que adotamos. Leigos são todos aqueles chamados à viver a semelhança de Deus, conformando sua vida aos testemunhos e ensinamentos do Cristo, como solteiro ou casados. A vida de solteiro reporta à vocação específica do próprio Cristo que permaneceu, por chamado de Deus, neste estado para dispor de suas capacidades e dons a serviço da humanidade. Deste modo, ser solteiro não ésimplesmente a negação do ser casado.Infelizmente, ainda existem preconceitos sobre os que não se casam. Isto tem gerado não só casamentos assumidos sem vocação, mas também opções por vida religiosa e sacerdotal mal fundamentadas, resultando no desencadear de um processo de infelicidade e frustração. No matrimônio, duas pessoas são chamadas a construir uma comunidade de vida e de amor. Fundamentado sobre a rocha firme e sólida que é Jesus Cristo, o matrimônio cristão é indissolúvel, porque a aliança de Cristo conosco é eterna. No mundo da família e do trabalho, o Leigo, solteiro ou casado, é chamado a ser sinal do Cristo e do seu Evangelho. Cristo prestou o maior serviço à humanidade. O Leigo é chamado também a servir, pela sua capacidade profissional, seus dons e habilidades. Reconhecendo ser a dimensão fraterna uma importante expressão de sua vocação, é também missão do Leigo buscar a implantação do Bem Comum, essência da verdadeira Política. Para isso, é importante sua integração em todos os meio que busquem o bem de todos: partidos, associações, sindicatos e outros organismos que se fundamentem nos ideais evangélicos. Na Igreja, o Leigo é chamado a assumir ministérios, para, através desses serviços, fazer acontecer o Reino de Deus em seu meio. A Igreja é toda ministerial e, por isso, cabem aos Leigos encargos especiais de evangelização, nas mais diversas pastorais. Em sínteses, os Leigos são aqueles homens e mulheres que, agindo à luz da fé e da Palavra de Deus, movidos pelo Amor, procuram infundir o espírito evangélico em todas as realidades temporais, como família, a cultura, as artes, as profissões, as instituições políticas.







__ VOCAÇÃO RELIGIOSA Assim como os Leigos, também os religiosos são chamados a responder à Vocação fundamental Humana e Cristã. Entretanto, os chamados à vida Consagrada percebem em si mesmo uma inquietude que supera as exigências do empenho batismal proposto a todo o povo de Deus. São pessoas que se sentem iniciadas a se unirem mais intimamente ao Cristo e sua missão evangelizadora. Deus as chamas a trilhar um caminho diferente para o Amor. A violência radical da Vocação fundamental Humano e Cristã assumida no Batismo se expressa mediante a prática dos conselhos evangélicos, professada pelos consagrados como voto ou promessa. A concretização dos Conselhos Evangélicos se dá através de um compromisso de vida assumido na POBREZA, na OBEDIÊNCIA e na CASTIDADE.







d) vocação Missionária A vocação Missionária é um chamado de Deus que perpassa todas as vocações específicas. Missionário pode ser o Leigo, casado ou solteiro, o religioso (irmão ou irmã) ou sacerdote. Não podemos esquecer que toda a Igreja é missionária. Caso contrário, o próprio cristianismo não teria sido tão difundido em todo o mundo. Jesus viveu e anunciou sua mensagem na Palestina. Nunca saiu de lá. Mas depois da ressurreição, enviou seus apóstolos e discípulos a levarem ao mundo inteiro seus ensinamentos e salvação. Existe também outro tipo de Missão: as conhecidas “Missões Populares”, quando uma equipe missionária se une durante um período de tempo para revigorar e reestruturar determinada comunidade cristã.







e)Vocação e Profissão Muitas vezes confundimos vocação e Profissão. Isto é compreensível se levarmos em conta que a medicina, por exemplo, é um verdadeiro sacerdócio para muitos médicos. Entretanto, sempre é bom estabelecermos os limites de um e outro conceito para que não haja confusão. Vocação é da ordem do ser. Profissão é da ordem do fazer. Vocação é um estado de vida. Profissão é uma ocupação na vida.Vocação vivo 24 horas por dia. Profissão exerso em média 8 horas por dia. Vocação é gratuita. Profissão é remunerada. Vocação é para o Reino de Deus. Profissão é para o sustento da pessoa.







f) Vocação Franciscana A vocação Franciscana é atual. Hoje os Franciscanos são chamados a reviver e atualizar o carisma de ontem. Difícil esta tarefa. Mas é certo que o Evangelho precisa ser redescoberto como o foi no tempo de são Francisco. A sociedade de consumo, de competição, idolatradora do dinheiro e do poder, espezinhadora dos pequenos e dos leprosos de hoje, contaminadora e destruidora da casa de todos que é o mundo, precisa reencontrar o frescor do Evangelho e a pureza do paraíso que Francisco e seus companheiros viveram. Não se trata somente de descobrir eventuais atividades que os franciscanos, religiosos ou leigos, poderiam desenvolver em nossos dias. Trata-se antes de tudo de refazer a experiência de Francisco a partir da vida e das contradições de nosso tempo. Trata-se de refazer a trajetoria espiritual evangélica de Francisco com seus componentes de minoridade, pobreza, serviço, louvor, fraternidade, solidariedade com o que não tem valor. Os que seguem o chamamento franciscano reacendem a chama do Evangelho que parece morrer. Para tanto será necessário estudar o passado, reter aquilo que nele é válido e descobrir novas formas de concretização da vida evangélica com evidentes repercussões práticas. Os Franciscanos de hoje se escondem nas grutas e se misturam com gente simples e desprezada, rezam no silêncio e unem-se ao coro de louvor que monta aos céus pela voz da Igreja, vivem em fraternidades despojadas e em função dos pobres, não cessam de anunciar a paz e a necessidade de conversão, tornam-se livres e despojados de todo apego, contestam mais pelo exemplo evangélico do que por discursos teóricos, são construtores da paz num mundo dilacerado.



Conclusão



Todas as Vocações são belas. Nenhuma é mais importante do que a outra. Toda vocação é para servir. Fomos todos chamados para essa missão. Toda Vocação está ligada ao serviço, à doação. Doação sem reservas por causa de Cristo, para construir o seu Reino. A realização da pessoa consiste em acertar a própria Vocação e, assim, cumprir a tarefa que só a ela cabe.





Terceira Ordem Regular



Franciscanos TOR





sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Redescobrir a oração

A oração é um exercício fundamental na busca pela qualidade de vida. Nas indicações que não podem faltar, especialmente para a vida cristã, estão a prática e o cultivo disciplinado da oração. É um exercício que tem força incomparável em relação às diversas abordagens de autoajuda, como livros e DVDs, muito comuns na atualidade.
A crise existencial contemporânea, em particular na cultura ocidental, precisa redescobrir o caminho da oração para uma vida de qualidade. Equivocado é o entendimento que pensa a oração como prática exclusiva de devotos. A oração guarda uma dimensão essencial da vida cristã. Cultivar essa prática é um segredo fundamental para reconquistar a inteireza da própria vida e fecundar o sentido que a sustenta. É muito oportuno incluir entre as diversificadas opiniões, junto aos variados assuntos discutidos cotidianamente, o que significa e o que se pode alcançar pelo caminho da oração. Perdê-la como força e não adotá-la como prática diária é abrir mão de uma alavanca com força para mover mundos. A fé cristã, por meio da teologia, tem por tradição abordar a importância da oração ao analisar a sua estrutura fundamental, seus elementos constitutivos, suas formas e os modos de sua experiência. Trata-se de uma importante ciência e de uma prática rica para fecundar a fé. A oração tem propriedades para qualificar a vida pessoal, familiar, social e comunitária. Muitos podem desconhecer, mas a oração pode ser um laço irrenunciável com o compromisso ético. É prática dos devotos, mas também um estímulo à cidadania. Ao contrário de ser fuga das dificuldades, é clarividência e sabedoria, tão necessários no enfrentamento dos problemas. Na verdade, a oração faz brotar uma fonte interior de decisões, baseadas em valores com força qualitativa. A oração como prática e como inquestionável demanda, no entanto, passa, por razões socioculturais, por uma crise. Aliás, uma crise numa cultura ocidental que nunca foi radicalmente orante. O secularismo e a mentalidade racionalista se confrontam com aspectos importantes da vida oracional, como a intercessão e a contemplação. Diante desse cenário, é importante sublinhar: paga-se um preço muito alto quando se configura o caminho existencial distante da dimensão transcendente. O distanciamento, o desconhecimento e a tendência de banir o divino como referencial produzem vazios que atingem frontalmente a existência. É longo o caminho para acertar a compreensão e fazer com que todos percebam o horizonte rico e indispensável da oração. Faz falta a clareza de que existem situações e problemas que a política, a ciência e a técnica não podem oferecer soluções, como o sentido da vida e a experiência de uma felicidade duradoura. A oração é caminho singular. É, pois, indispensável aprender a orar e cultivar a disciplina diária da oração. Tratar-se de um caminhar em direção às raízes e ao essencial. Nesse caminho está um remédio indispensável para o mundo atual, que proporciona mais fraternidade e experiências de solidariedade. A lógica dominante da sociedade contemporânea está na contramão dessa busca. Os mecanismos que regem o consumismo e a autossuficiência humana provocam mortes. Sozinho, o progresso tecnológico, tão necessário e admirável, produz ambiguidades fatais e inúmeras contradições. Orar desperta uma consciência própria de autenticidade. Impulsiona à experiência humilde do próprio limite e inspira a conversão. É recomendação cristã determinante dos rumos da vida e de sua qualidade. A Igreja Católica tem verdadeiros tesouros, na forma de tratados, de estudos, de reflexões, e de indicações para o cultivo da oração, que remetem à origem do cristianismo, quando os próprios discípulos pediram a Jesus: “Ensina-nos a orar”. É uma tarefa missionária essencial na fé, uma aprendizagem necessária, um cultivo para novas respostas na qualificação pessoal e do tecido cultural sustentador da vida em sociedade. Dom Walmor Oliveira de Azevedo Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte – MG

Dez milagres Eucarísticos

A revista "Jesus", das Edições Paulinas de Roma, publicou uma matéria do escritor Antonio Gentili, em abril de 1983, pp. 64-67, na qual apresenta uma resenha de milagres Eucarísticos. Há tempos, foi traçado um "Mapa Eucarístico", que registra o local e a data de mais de 130 milagres, metade dos quais ocorridos na Itália. São muitíssimos os milagres Eucarísticos no mundo todo. Por exemplo, Marthe Robin, uma francesa, é um milagre Eucarístico vivo, pois se alimentou durante mais de quarenta anos só de Eucaristia. Teresa Newmann, da Alemanha, durante mais de 36 anos também se alimentou só do Corpo de Cristo. 1 - Lanciano - Itália – no ano 700 Em Lanciano – século VIII. Um monge da ordem de São Basílio estava celebrando a Santa Missa na Igreja dos santos Degonciano e Domiciano. Terminada a Consagração, que ele realizara, a Hóstia transformou-se em Carne e o vinho em Sangue, depositados dentro do cálice. O exame das relíquias, segundo critérios rigorosamente científicos, foi efetuado em 1970-71 e outra vez em 1981 pelo professor Odoardo Linoli, catedrático de Anatomia e Histologia Patológica e Química e Microscopia Clínica, Coadjuvado pelo professor Ruggero Bertelli, da Universidade de Siena. Resultados: 1) A hóstia é realmente constituída por fibras musculares estriadas, pertencentes ao miocárdio. 2) Quanto ao Sangue, trata-se de genuíno sangue humano. Mais: é do grupo sanguíneo 'A' que pertencem os vestígios de Sangue, o Sangue contido na carne e o Sangue do cálice revelam tratar-se sempre do mesmo sangue grupo 'AB' (sangue comum aos judeus). Este é também o grupo que o professor Pierluigi Baima Bollone, da Universidade de Turim, identificou no Santo Sudário. 3) Apesar da sua antiguidade, a Carne e o Sangue se apresentam com uma estrutura de base intacta e sem sinais de alterações substanciais; este fenômeno se dá sem que tenham sido utilizadas substâncias ou outros fatores aptos a conservar a matéria humana, mas, ao contrário, apesar da ação dos mais variados agentes físicos, atmosféricos, ambientais e biológicos. 2 - Orvieto - Bolsena - Itália – 1263 Início da Festa de Corpus Christi 3 - Ferrara - 28/03/1171 Aconteceu este milagre na Basílica de Santa Maria in Vado, no século XII. Propagava-se com perigo a heresia de Berengário de Tours (†1088), que negava a presença real de Cristo na Eucaristia. Aos 28 de março de 1171, o padre Pedro de Verona e três sacerdotes celebravam a Missa de Páscoa; no momento de partir o Pão Consagrado, a Hóstia se transformou em Carne, da qual saiu um fluxo de Sangue que atingiu a parte superior do altar, cujas marcas são visíveis ainda hoje. Há documentos que narram o fato: "Breve" do Cardeal Migliatori (1404). A "Bula" de Eugênio IV (1442), cujo original foi encontrado em Roma em 1975. Mas, a descoberta mais importante deu-se em Londres, em 1981, quando foi encontrado um documento de 1197 narrando o fato. 4 - Offida - Itália – 1273 Ricciarella Stasio - devota imprudente, realizava práticas supersticiosas com a Eucaristia; em uma dessas profanações, a Hóstia se transformou em Carne e Sangue. Foram entregues ao padre Giacomo Diattollevi e são conservadas até hoje. Há muitos testemunhos históricos sobre esse fato. 5 - Sena – Cáscia - Itália – 1330 Hoje este milagre é celebrado em Cássia, terra de Santa Rita de Cássia. Em 1330, um sacerdote foi levar o viático a um enfermo e colocou indevidamente, de maneira apressada e irreverente, uma Hóstia dentro do seu Breviário para levá-la a uma pessoa gravemente enferma. No momento da Comunhão, abriu o livro e viu que a Hóstia se liquefez e, quase reduzida a Sangue, molhou as páginas do livro. Então o sacerdote negligente apressou-se a entregar o livro e a Hóstia a um frade agostiniano de Sena, o qual levou para Perúgia a página manchada de Sangue e para Cássia a outra página onde a Hóstia ficou presa. A primeira página perdeu-se em 1866, mas a relíquia chamada de “Corpus Domini” é atualmente venerada na basílica de Santa Rita. 6 - Turim - Itália – 1453 Na Alta Itália ocorria uma uma guerra pelo ducado de Milão. Os piemonteses saquearam a cidade; ao chegarem à igreja, forçaram o tabernáculo. Tiraram o ostensório de prata, no qual se guardava o Corpo de Cristo ocultando-no dentro de uma carruagem juntamente com os outros objetos roubados, e dirigiram-se para Turim. Crônicas antigas relatam que, na altura da igreja de São Silvestre, o cavalo parou bruscamente a carruagem – o que ocasionou a queda, por terra, do ostensório – e este se levantou nos ares “com grande esplendor e com raios que pareciam os do sol”. Os espectadores chamaram o bispo da cidade na época, Ludovico Romagnano, que foi prontamente ao local do prodígio. Quando chegou, “O ostensório caiu por terra, ficando o Corpo de Cristo nos ares a emitir raios refulgentes”. O prelado, diante dos fatos, pediu que lhe levassem um cálice. Dentro do cálice, desceu a Hóstia, que foi levada para a catedral com grande solenidade. Era o dia 9 de junho de 1453. Existem testemunhos contemporâneos do acontecimento ("Atti Capitolari" de 1454 a 1456). A igreja de “Corpus Domini” (1609), que até hoje atesta o milagre. 7 - Sena - Itália – 1730 Na Basília de São Francisco, em Sena, pátria de Santa Catarina de Sena, durante a noite de 14 para 15 de março de 1730, foram jogadas no chão 223 Hóstias consagradas, por ladrões que roubaram o cibório de prata onde elas estavam. Dois dias depois, as Hóstias foram achadas em caixa de esmolas misturas com dinheiro. Elas foram higienizadas e guardadas na Basílica de São Francisco; ninguém as consumiu; e logo o milagre aconteceu visto que com o passar do tempo elas não se estragaram, o que é um grande milagre. A partir de 1914 foram feitos exames químicos que comprovaram pão em perfeito estado de conservação. 8 - Milagre Eucarístico de Santarém – Portugal (1247) Aconteceu no dia 16 de fevereiro de 1247, em Santarém, a 65 km ao norte de Lisboa. O milagre se deu com uma dona-de-casa chamada Euvira, casada com Pero Moniz, a qual sofrendo com a infidelidade do marido, decidiu consultar uma bruxa judia que morava perto da igreja da Graça. Essa feiticeira prometeu-lhe resolver o problema se recebesse uma Hóstia Consagrada como pagamento. Para obter a Hóstia, a mulher traída fingiu-se de doente enganando o padre da igreja de São Estevão, que lhe deu a sagrada Comunhão num dia de semana. Assim que ela recebeu a Hóstia, sem que o sacerdote notasse, colocou-a nas dobras do seu véu. De imediato a Hóstia começou a sangrar. Assustada, a mulher correu para casa na Rua das Esteiras, perto da igreja e escondeu o véu e a Hóstia numa arca de cedro, onde guardava os linhos lavados. À noite o casal foi acordado com uma visão espetacular de Anjos em adoração à sagrada Hóstia sangrando. Várias investigações eclesiásticas foram feitas durante 750 anos. As realizadas em 1340 e 1612 provaram a sua autenticidade. Em 5 de abril de 1997, por decreto de Dom Antonio Francisco Marques, Bispo de Santarém, a igreja de São Estevão, onde está a relíquia, foi elevada a Santuário Eucarístico do Santíssimo Sangue. 9 – Faverney, na França, em 1600 O Milagre Eucarístico de Faverney, na França, consistiu numa notável demonstração sobrenatural de superação da lei da gravidade. Faverney está localizada a 20 quilômetros de Vesoul, distante 68,7 quilômetros de Besançon. Hudelot, um dos noviços, notou que o ostensório, no qual se encontrava o Santíssimo Sacramento sobre o Altar, elevou-se e ficou suspenso no ar e as chamas se inclinavam e não tocavam nele. Os frades capuchinhos de Vesoul também apressaram-se para observar e testemunhar o milagre. Apesar de terem conseguido, com a ajuda do povo, apagar o incêndio, o milagre não cessou e o Ostensório com Jesus Sacramentado continuou flutuando no espaço. 10 - Em Stich, Alemanha, 1970 Na região da Bavária, na Alemanha, próximo à fronteira suíça, em 9 de junho de 1970, enquanto um padre visitante da Suíça estava celebrando uma Missa numa capela, uma série incomum de eventos aconteceu. Depois da consagração, o celebrante notou que uma pequena mancha avermelhada começou a aparecer no corporal, no lugar onde o cálice tinha estado. Desejando saber se o cálice tinha começado a vazar, o sacerdote passou a mão debaixo do objeto, mas achou-o completamente seco. A essa altura, a mancha crescera, atingindo o tamanho de uma moeda de dez centavos. Depois de concluir a Celebração Eucarística, o religioso inspecionou todo o altar, mas não conseguiu encontrar qualquer coisa que pudesse ser remotamente a fonte da mancha avermelhada. Ele trancou o corporal, que apresentava o fenômeno, num local seguro, até que pudesse discutir o assunto com o pároco. Prof. Felipe Aquino - www.cleofas.com.br

Caminhar na Fé

Pe. João Wilkes (Consagrado na Comunidade de Vida Shalom) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- A Igreja, enquanto comunidade de crentes, participa do caminho da humanidade que busca a verdade, contribuindo neste processo de um modo fundamental, já que de Cristo recebeu esta mesma verdade
como dom, no Mistério Pascal (Jesus é a Verdade - Jo 14,6). Como "boa dispensadora da multiforme graça de Deus"(1 Pd 4,10) a Igreja é chamada a distribuir este dom, a partilhá-lo com toda a humanidade através do seu ministério profético. "Não te aflijas com aquilo que te ultrapassa, pois foi mostrado a ti mais do que o homem pode compreender" (Eclo 3, 23). Esse texto me tocou de modo especial poucos dias antes de ir para Roma estudar teologia. Através dele, pude compreender que nenhum conhecimento que eu pudesse adquirir neste mundo por meu próprio esforço poderia superar aquele me é dado gratuitamente por Deus. O conhecimento que é peculiar à fé é aquele "que exprime uma verdade que se funda no fato de Deus que se revela" (Fé e Razão - FR 8). Tem como princípio a fé divina, fundamentando-se no testemunho de Deus e contando com a ajuda sobrenatural da graça. Tem como objeto os mistérios escondidos em Deus, que só podem ser conhecidos se nos forem revelados do Alto. Em Jesus Cristo, na sua Encarnação, realiza-se a síntese: "o Eterno entra no tempo, o Tudo esconde-se no fragmento, Deus assume o rosto do homem" (FR 12). Nenhuma filosofia da linguagem poderia pensar tal poder de comunicação! Em Cristo, questões que parecem sem resposta encontram sentido no mistério da fé: Por que o sofrimento? Por que a morte? Tudo aquilo que foi assumido por Jesus encontra nele sentido e ganha uma conotação salvífica. Porém, "o conhecimento da fé não anula o mistério" (FR 13), antes, o evidencia, permite entrar dentro dele e propicia uma compreensão do mesmo nesta fé, que envolve aceitação, adesão, obediência a Deus. Este sempre confirma a fé diante da razão com sinais, que vêm em auxílio à mesma razão. Mesmo diante dos sinais, porém, nos vemos sempre, em última instância, interpelados em nossa liberdade a dar uma resposta fundamental de adesão ou não ao mistério. Cristo é o "ponto de referência de que o homem não pode prescindir, se quiser chegar a compreender o mistério da sua existência" (FR 14). Ele é a Revelação da Verdade em sua plenitude. Nele, ao mesmo tempo em que nos tornamos partícipes da Verdade Suprema, enquanto estamos neste mundo somos convidados a caminhar na fé, a viver do mistério, a não descurar da responsabilidade que se nos impõe como seres racionais: "de ampliar continuamente os espaços do próprio conhecimento até sentir que realizou tudo o que estava ao seu alcance" (FR 14). De fato, a experiência de fé nos ensina que o Senhor "não joga pérolas aos porcos", que Ele abre, mas a quem bate; dá, mas a quem pede. É preciso "agir como se tudo dependesse de mim e esperar tudo de Deus".

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

OS TRÊS CONSELHOS

Certo dia o marido disse para sua esposa que iria arranjar serviço em alguma fazenda. Despediu-se dela, prometendo-se fidelidade mútua, e viajou. Por sorte encontrou um bom patrão, trabalhou vários anos e resolveu voltar para sua casa. Na saída, muito grato pelos serviços prestados, o patrão perguntou o que preferia como pagamento: – Levar o dinheiro ou receber três conselhos. Preferiu ouvir os três conselhos. Quais eram? - Nunca tomes atalhos em tuas caminhadas. - Nunca te deixes levar pela curiosidade. - Nunca tomes uma resolução precipitada. Despediu-se do patrão prometendo seguir fielmente os três conselhos. Durante a viagem teve oportunidade de aplicar os três. Num certo cruzamento do caminho, achou bom pedir informação. Responderam: - O caminho certo é este. O outro atalha bem e a gente chega mais depressa. Preferiu seguir o conselho do seu patrão. No dia seguinte ficou sabendo que havia um assaltante no atalho que ele ia tomar. Caminhando sempre, cansou-se e parou numa pensão para dormir. À noite ouviu uns gritos histéricos, teve a curiosidade de ver o que estava acontecendo, mas pensou no conselho: não te deixes levar pela curiosidade… No dia seguinte ficou sabendo o que aconteceu e deu graças a Deus: Lá morava uma pessoa louca que gritava de noite e matava quem fosse ver quem estava gritando. Chegando à sua casa, viu nela um rapaz. Quem será? Dominou o ímpeto que sentiu de provocar uma tragédia, mas lembrou-se do terceiro conselho: - Nunca tomes uma resolução precipitada. Aproximou-se de vagarinho, pensando o que iria fazer: - Quem é esse rapaz? – perguntou para a esposa. - Nosso filho! Eu já o havia concebido e ele nasceu depois de você viajar. Então se abraçaram efusivamente. Ele braçou também o filho e contou toda a sua longa história. Depois rezaram e se assentaram para comer o último pão que recebera do seu patrão. Ao partir o pão, encontrou o dinheiro, o pagamento de quase vinte anos de trabalho dedicado. Conclusão: Se aprendermos a Doutrina Católica e observarmos os mandamentos, chegaremos alcançaremos a bem-aventurança eterna.

Natureza e atributos de Deus

- Quem é Deus? - Um Espírito em três Pessoas; Criador e Soberano Senhor de todas as coisas. - Que quereis dizer quando dizeis que Deus é espírito? - Quero dizer que não tem corpo como nós, que está, absolutamente, isento de matéria e de qualquer elemento estranho ao seu ser (III,1-4). - Que consequências se derivam destes princípios? - Resulta que Deus é, no sentido mais absoluto e transcendental, o Ser por essência e as restantes coisas são seres particulares, são tais seres e não o Ser. (III,4).
- Deus é perfeito? - Sim, Senhor; porque nada lhe falta (VII,1). - É bom? - É a própria bondade, como princípio e fim de todos os amores. (VI). - É infinito? - Sim, Senhor; porque coisa alguma pode imitá-lo. - Está em toda a parte? - Sim, porque tudo quanto existe, Nele e por Ele existe. (VII). - É imutável? - Sim, porque nada pode adquirir. (IX). - É Eterno? - Sim, porque Nele não há sucessão (X). - Quantos deuses há? - Um só (XI). - Existem em Deus os referidos atributos? - Sim, Senhor, e se não os possuísse não seria o Ser por essência. - Poderereis demonstrá-los? - Sim, Senhor; Deus não seria o ser por essência, se não fosse o que existe per se, ou como dissemos, por necessidade de sua natureza. O que existe per se concentra em si mesmo todos os modos do ser; é, portanto perfeito e, sendo perfeito, necessariamente há de ser bom. É, além disso, infinito, condição indispensável para que nenhum ser tenha ação sobre Ele e o limite, e se é infinito possue o dom da ubiquidade. É imutável, porque, se mudasse, havia de ser em busca de uma perfeição que lhe faltasse. Sendo imutável, é eterno, porque o tempo é sucessão e toda sucessão revela mudança. Sendo perfeito em grau infinito, não pode haver mais do que um; se houvesse dois seres infinitamente perfeitos, nada teria um que o outro não possuísse, não haveria meios de distinguí-los e seriam, portanto um (III-VI). - Podemos ver a Deus enquanto vivemos neste mundo? - Não, Senhor; não o consente o nosso corpo mortal (XI,1-10) - Poderemos vê-lo no céu? - Sim, Senhor; com os olhos da alma glorificada (XII,1-10). - De quantos modos podemos conhecer a Deus neste mundo? - De dois: por meio da fé e da razão (XII,12-13). - Que coisa é conhecer a Deus por meio da razão? - É conhecê-Lo, mediante as creaturas, obras de suas mãos (XII,12). - E conhecê-Lo pela Fé? - É conhecê-Lo, sabendo o que Ele é, pelo que nos revelou de Si mesmo (XII,13). - Qual destes dois modos de conhecimento é mais perfeito? - Indubitavelmente, o da fé, dom sobrenatural que nos mostra Deus com uma claridade como jamais o pode conjeturar a razão humana; e ainda que, devido à imperfeição de nosso entendimento percebemos esta claridade manchada de sombras e obscuridades impenetráveis, é todavia dela, como aurora do dia feliz da visão perfeita, que se constituirá a nossa Bem-aventurança no céu (XII,15). (Suma Teológica em forma de Catequismo – São Tomaz de Aquino)

A existência de Deus

Provas racionais da existência de Deus Nós encontramos nas Sagradas Escrituras provas divinas da existência de Deus: é Deus se revelando a Si próprio. Os Apóstolos, Padres e Doutores da Igreja a demonstraram sua existência das mais variadas e admiráveis formas, com ciência, sabedoria e eloqüência. E isto sem falarmos da sublime luminosidade do Evangelho em que a divindade
de Jesus Cristo patenteia-se, por assim dizer em cada palavra inspirada, na sua Vida e Morte, nos seus ensinamentos e exemplos. Entretanto, coube a grandes santos medievais a sistematização das várias vertentes, ou vias, por onde se prova com evidência como que matemática a existência de Deus. Esta última forma de provar é especialmente útil nos nossos dias. Pois há uma certa asneira moderna que gostaria reduzir a Fé a um mero sentimento subjetivo, e a piedade a uma dulçurosa experiência. Nessa perspectiva a Igreja seria a congregação, ou beatério, de subjetivistas melodiosos perfeitamente irracionais. A realidade positiva poria de lado essas sentimentalidades, mais próprias de mulheres e espíritos débeis. Entretanto, o arcabouço lógico-filosófico medieval reduz a cinzas essas estultas objeções. O raciocínio lógico e o vôo místico conjugados são uma nota distintiva do espírito da Era da Luz. O mais grande dos teólogos medievais ‒ e de todos os tempos ‒ São Tomás de Aquino classificou as provas da existência de Deus, em cinco vias, em função das causas admitidas pela filosofia perene ‒ isto é a filosofia que não se pode negar sem cair em erro ou loucura. PRIMEIRA VIA: O MOVIMENTO Na “primeira via” entram as provas da existência de Deus pelo movimento. Isto é, é evidente que as coisas se movem. E se movem porque alguém ou algo as põe em movimento. Nenhum carro anda sozinho. Indagando quem causou o movimento, acabamos encontrando um motor. Quem pôs em movimento esse motor? Prosseguindo com a indagação acabamos encontrando que é necessária a existência de um motor primeiro e único. Esse é Deus. Assim explica São Tomás na sua célebre “Suma Teológica” (I, 2,3) “É inegável, e consta por testemunho dos sentidos, que no mundo há coisas que se movem. Pois bem: tudo o que se move é movido por outro, já que nada se move a não ser enquanto está em potência com relação aquilo para o que se move. “Por outro lado, mover requer estar em ato, já que mover não é senão fazer passar algo da potência ao ato, e isto não o pode fazer senão o que já está em ato, do mesmo modo que o quente em ato ‒ o fogo ‒ faz com que um madeiro, que está quente só em potência, passe a estar quente em ato. “Ora bem: não é possível que uma mesma coisa esteja, ao mesmo tempo, em ato e em potência em relação a algo; só em relação a diversas coisas; e assim, o que é quente em ato não pode estar quente em potência para esse mesmo grau de calor, mas só para outro grau de calor mais alto, ou seja, que em potência está ao mesmo tempo frio. “É, pois impossível que uma mesma coisa seja ao mesmo tempo e do mesmo modo motor e móvel, ou que se mova a si mesma. É preciso concluir, por conseguinte, que tudo o que se move é movido por outro. Mas se este outro é, por sua vez, movido por um terceiro, este terceiro necessitará outro que o mova a ele, e este a outro, e assim sucessivamente. “Mas não se pode proceder indefinidamente nesta série de motores, porque então não haveria nenhum motor primeiro e, por conseguinte, não haveria motor nenhum, pois os motores intermediários não movem senão em virtude do movimento que recebem do primeiro, da mesma maneira que um bastão não se move se a mão não o impulsiona. É necessário, por conseguinte, chegar a um motor primeiro que não seja movido por ninguém, e este é o que todos conhecemos como Deus”. No mundo que nos rodeia há uma infinitude de coisas que se movem. É um fato que não precisa demonstração: basta abrir os olhos para contemplar o movimento por todos os lados. No mundo que nos rodeia há uma infinitude de coisas que se movem. É um fato que não precisa demonstração: basta abrir os olhos para contemplar o movimento por todos os lados. Ora bem: pondo de lado o movimento dos seres vivos, que, precisamente em virtude da própria vida, têm um movimento imanente que lhes permite crescer ou ir de um lado para outro sem outra influência aparente a não ser a de sua própria natureza ou a de sua própria vontade, é um fato claro e indiscutível que os seres inanimados (ou seja, todos os que pertencem ao reino mineral) não podem mover-se a si mesmos, e pelo contrário necessitam que alguém os mova. Se ninguém move uma pedra, esta permanecerá quieta e inerte por toda a eternidade, já que ela não pode mover-se a si mesma, já que carece de vida e, por isso mesmo, está desprovida de todo o movimento imanente. Apliquemos então este princípio tão claro e evidente ao mundo sideral e perguntemo-nos quem pôs e põe em movimento essa máquina colossal do universo estelar, que não tem em si mesma a razão do seu próprio movimento, já que se trata de seres inanimados pertencentes ao reino mineral; e por mais que queiramos multiplicar os motores intermediários, não teremos remédio senão chegar a um Motor Primeiro imóvel incomparavelmente mais potente do que o próprio universo, já que o domina com poder soberano e o governa com infinita sabedoria. Verdadeiramente, para demonstrar a existência de Deus basta contemplar o espetáculo maravilhoso de uma noite estrelada, sabendo que esses pontinhos luminosos espalhados pela imensidade dos espaços como pó de brilhantes são sóis gigantescos que se movem a velocidades fantásticas, apesar da sua aparente imobilidade. Fonte: Glória da Idade Média

As colunas de tua casa – 4ª Coluna: A cruz na parede

A bênção de Deus só nos vem quando nos esforçamos, por alcançá-la. Ela poreja da cruz, das chagas do Salvador sobre nós. “Só na cruz está a salvação.” Seja, pois, a cruz de novo o centro da casa, o centro de gravidade visível, em torno do qual os espíritos circulam e não qualquer peça profana! – Naturalmente não quero dizer com isso que só deva haver quadros religiosos nas paredes dos aposentos. Para tudo quanto é belo resta ainda
espaço em nosso lar cristão. E justamente os belos quadros da casa revelam o bom gosto dos moradores. Nisso se lhes patenteia abundantemente o sentimento estético e moral. É extremamente importante despertar já na criança este sentimento e o fino gosto para o que é realmente belo; pois, o cultivo do belo eleva a alma acima do comum e conduz a Deus o Sumo Bem. Não pode por isso ser indiferente o que se vê suspenso às paredes do salão e dos quartos: a casa cristã é uma cópia da casa de Deus. Lá o principal é a cruz. Faz pena ver católicos que se tornaram “importantes”, ocultarem temerosamente o velho e raro símbolo. O salão cheio de estátuas e quadros, a cruz quando muito no quarto de dormir, para que ninguém se escandalize. – Não é assim que se gera o sentimento de fé profunda, o espírito verdadeiramente cristão, que salva a família do naufrágio e renova um povo. “Não são os falsos ídolos, nem também a espada e a mão armada que dão prosperidade a um povo, mas a cruz que se venera na família.” – Ouvimos uma vez um orador clamá-lo, numa reunião popular. Tinha razão. Primeiramente carece que o Crucifixo seja de novo Rei na casa e na família. Daí lhe vem a bênção, como de um manancial profundo, espalhando-se pelo país e pelo povo. Honremos, pois, a sua imagem! Será nosso pregador, que nos chamará aos velhos costumes patriarcais, à fé, à justiça e à felicidade; pois veio de novo o tempo, do qual Wolfram von Eschenbaeh (falecido em 1215) diz: Quase em completo abandono, A fé, a fidelidade, A justiça e a caridade, Foram dormir um sono. Quando acordarem deveras Desse letargo profundo, Veremos então no mundo O bem-estar de outras eras. Como ressoa eloquente e penetra a palavra da cruz, em meio da decadência dos tempos modernos! Fala-nos da fé antiga, do velho cristianismo, ao qual nossos antepassados há quase 2.000 anos aderiram, que outrora tornou nosso povo grande e nossa vida de família feliz. Dos lábios do Crucificado, suspenso à porta, mana continuamente sobre a família cristã a fonte sagrada das mais remotas verdades, enquanto lá fora no mundo se torna – ai! – cada vez menor o número dos que se conservam fiéis ao Salvador! E como a cruz exorta e adverte suavemente! Perdão, paciência e caridade, que nos são tão necessárias, como o pão de cada dia, dela aprendemos. E se alguém fora de casa quer andar por maus caminhos, se há ameaça de desavença e discórdia, não se desprende então baixinho dos lábios cerrados do Filho de Deus uma tocante exortação à paz, à paciência? Que bem fará às crianças aprenderem de pais piedosos a olhar diariamente neste maravilhoso espelho! – Não é como se das chagas do Salvador se desprendesse uma clara luz, iluminando-lhes a vereda, para que não tropecem e não caiam no pecado? Como fazem bem os pais e mães que veneram o crucifixo como o fiel amigo do lar, e testemunha de tudo o que sucede na família, desde o alvorecer do dia, até o crepúsculo da tarde! As luas mudam no meio deles: vê os filhos crescerem, levarem os mortos para a sepultura; ora contempla alegres semblantes; ora vê olhos banhados de lágrimas erguerem-se-lhe súplicas! Nas horas da dor se revela o único verdadeiro consolador! Pode a casa ser pobre, não ter senão nuas paredes, despidas de adorno e crianças famintas; mas se lá dentro se encontra uma simples cruz, não lhe falta consolo. Pois quem é mais pobre que o Salvador no lenho da cruz? Comparada com a Sua penúria, nossa cruz torna-se tão pequenina, nossa pobreza menos penosa! E que chagas existem ainda para as quais ele não tenha algum bálsamo, não saiba algum socorro? Já é sempre um consolo para quem sofre, saber de outros que também sofrem e afinal ainda muito mais. Na cruz temos alguém que não só sofre conosco, mas que por nós sofreu todos os tormentos, que quis morrer por nós, para dar-nos a vida. Para quantos Ele tornou a cruz mais leve a dor mais suave! Quantos, erguendo os olhos para a cruz, suspensa à cabeceira do leito, suportaram de bom grado a enfermidade mais dolorosa e o mais penoso fardo! “Aceito tudo por amor d’Ele” – dizia-me recentemente um jovem aluno mortalmente enfermo, quando lhe perguntei se temia a morte. Assim se torna a cruz o grande baluarte da casa, um refúgio de salvação, uma fonte de cura, cujas forças nunca se gastam, cujas bênçãos são inesgotáveis. Um dia, em Düsseldorf, subi ao telhado de uma das altas casas modernas. Lá de cima se divisa uma vista magnífica da cidade, com seu meio milhão de habitantes e o rio coalhado de navios e botes. E quando eu estava, com a bela cidade a meus pés, veio-me sem querer à mente a esperança do que se passa em todos aqueles milhares de criaturas, que, vistas do alto, parecem formigas, o que se encontra de alegria e sofrimento nas ruas e nas casas. Quanta angústia e miséria muitas vezes passa apressada, sob uma capa brilhante! Quantos suspiros e maldições se confundem, com o tumulto das ruas, que me sobe aos ouvidos, amortecido como um surdo bramido, quase como uma voz de sepulcro! Quantas vezes, sob estas negras telas, uns olhos chorarão, um coração humano sofrerá e não poderão achar consolo algum, porque não querem consolo; porque não o procuram onde única e exclusivamente poderiam achá-lo? É na cruz, nas chagas d’Aquele que deixou traspassar Seu Coração na cruz, afim de ali preparar um refúgio seguro para todos enfermos e moribundos. Ah! prouvesse a Deus que todas as famílias de novo se reunissem junto à cruz ao Coração de Jesus! Que se manifesta também hoje ainda e sempre de novo, como o asilo de todos os oprimidos, o grande manancial de bênçãos para a casa e a família, assim como se exprime na forma de consagração, com que a Igreja costuma benzer as casas novas. O antigo e belo costume cristão conservou-o: Logo que os operários acabavam de construir o prédio, o sacerdote fazia o sinal da cruz sobre a porta e aspergia a casa com água benta, assim a consagrava quase como um templo e invocava sobre ela a bênção de Deus. Como são lindas essas orações da consagração! Poderíamos tolerar nesta casa abençoada alguma coisa que não estivesse de acordo com a lei divina? Afastemos, pois, tudo o que desagrada aos puríssimos olhos de Deus, seja quadro, ou livro, jornal ou moda! Do contrário o seu nome seria apenas um escárnio, seu domínio somente um reino das sombras – e nossa oração apenas uma função dos lábios. Deus e Belial são polos oposto, coisas incompatíveis. Que se dirá das famílias que talvez se consagrassem solenemente ao Divino Coração de Jesus, e afinal lhe conservam acesa, em frente à imagem, uma lamparina de azeite, na primeira sexta-feira do mês; mas em cuja casa, ao lado da cruz, se encontra toda a espécie de nudez, sob a cruz diários neutros e jornais ímpios, revistas ilustradas imorais e imundas? Quem ama o Senhor Deus, não pode tolerar em casa os Seus algozes, que são os livros e jornais maus e ímpios. E não é só isso. Eles são também a morte da vida religiosa. “Sabeis o que eu faria, se fosse o demônio, para afastar todos de Nosso Senhor? – Faria todos – assinarem um mau jornal ou pelo menos uma folha que nunca fale de Deus e da Igreja!” – escreveu há anos Albano Stolz. Tinha razão. De fato é grande o mal que faz esse alimento diário ímpio ou inimigo de Deus. Faz uma obra satânica. Lento, como a malaria, o ar maligno dos pântanos da Itália, esse veneno penetra paralisante, não nos membros, mas em nosso modo de pensar e sentir, como católicos. De onde vem a letargia a inapetência, a fraqueza, a indiferença e frieza de tantos católicos? De onde procede o mal estar, o pânico que os acomete, quando têm de manifestar-se a forma da causa católica? De certo provêm muitas vezes do jornal que lêem, cujo espírito sopra contra nós, penetra-nos pouco a pouco, como o alimento que ingerimos, entra em nós. A vida sã e realmente católica só floresce e prospera à sombra da cruz, onde toda vida doméstica e pública da família se baseia sobre os princípios da religião do Crucificado. Por amor de Deus, nada de meias tintas, do catolicismo “secularizado”, que desterra o padre para a sacristia e oculta a religião, como uma insígnia que se usa apenas nas paradas e depois se guarda o estojo. Os livres pensadores dão a senha: monismo e não dualismo! Para eles é tudo uma só coisa: espírito e matéria são iguais, não há distinção alguma entre alma e matéria, homem e animal, Deus e o mundo! Nós não somos monistas: pois temos olhos para ver o infinito abismo que se abre entre Deus e mundo, entre o espírito e o corpo. Compreendemos a sua diferença e condenamos o sistema monístico. Uma coisa, porém podem os monistas ensinar-nos: uma intuição mais unitária do mundo, uma concepção mais central de nossa vida! Um único ponto deve tornar-se de novo o ideal e o fim de toda a nossa atividade, de toda a nossa vida: Deus! Monismo, – não dualismo, no sentido de que temos – uma só alma e não duas ou três! Não temos uma alma de domingo e outra para os demais dias da semana, não temos uma alma para a vida particular e outra para a vida pública, uma alma para uso doméstico e outra para os negócios. Precisamos de homens de uma só têmpera: que, como o grande patriota irlandês Daniel O’Connell, se dediquem em casa e na vida – a Deus, Cristo e Pedro, isto é, a sua Igreja; só estes são católicos. Da oração tira-lhes a força nutritiva a fé. É ao mesmo tempo: o termômetro da vida religiosa em geral. Se o termômetro baixa a zero, é sinal que o gelo invadiu o país. Quando numa família o espírito de oração baixa a zero, é sinal que nesta casa já chegou o inverno, em que tudo o que dantes florescia em virtude, cai gelado e entorpecido. Com a oração familiar cresce o sentimento religioso e uma fonte abundante de bênçãos abre-se para todos que residem na casa. Uma colunazinha Onde se ora, se respeitam também os demais hábitos religiosos. Lá se venera, por exemplo, a água benta. Na antiga vida cristã representava a água benta em geral um grande papel. Em casa alguma podia faltar. Guardava-se a idéia cristã, que o celebre artista Miguel Ângelo exprimiu, na pia de água benta de uma Igreja de Florença: Um demônio está sentado sob a pia. Um anjinho borrifa-lhe inesperadamente a cabeça com água benta da pia de mármore. O demônio abaixa-se e foge. Assim o quer a benção dá Igreja sobre a água: o demônio e as influências satânicas devem ser afastados da casa e de seus moradores. Por isso havia outrora, pendurada à porta, a pia de água benta e a palma benta do último domingo de Ramos. À entrada e à saída se tomava da água benta para benzer-se e à noite a mãe aspergia com a palma água benta sobre a caminha dos seus pequenos. Em tocante quando também os filhos mais velhos, o filho e a filha, de manhã ou à noite, davam água benta à mãe, diante dela se ajoelhavam e pediam: “Mamãe, dai-me a vossa benção!”. Agora a pia de água benta frequentemente é banida do lar ou a água benta “secou”. Com ela, porém, secaram também as almas e muitas coisas de valor inestimável se perderam. Seria para salvação da família? Extraído de – As colunas de tua casa, um plano para a família pelo Vigário José Sommer, 1938

Conhecendo um pouco sobre os PAPAS DA SANTA IGREJA CATÓLICA

Confira alguns pormenores da Igreja Católica ao longo da história. 1 – A palavra “Papa” vem do grego Papas, que significa padre, e “Pontífice” vem do latim Pontifex, que significava aquele que faz pontes. Nosso Senhor Jesus Cristo é o Sumo Pontífice, ou seja, Aquele que liga a Terra ao Céu. 2 - O nome de papa mais comum entre os pontífices é “João”, com 22 Papas tendo escolhido esse nome, seguido por Gregório, que foi usado 16 vezes; 3 - O Papa que chefiou a Igreja Católica por mais tempo foi o Beato Pio IX — 1846 a 1878 —, permanecendo no posto durante exatamente 31 anos, 7 meses e 17 dias. Isso não considerando São Pedro, o primeiro de todos os Papas, pois dirigiu o Catolicismo durante 37 anos; 4 - Já o pontífice que permaneceu por menos tempo no posto foi Urbano VII (1590), por apenas 13 dias; 5 - O século com o maior número de Papas foi o X, com um total de 22 eleitos; 6 - O mais longo conclave da história foi o que elegeu o Papa Gregório X, começando em 1268 e demorando nada menos do que 3 anos para ser finalizado. O mais curto foi o que escolheu Júlio II em 1503, com duração de apenas algumas horas; 7 - Apenas três de todos os pontífices eleitos da história tinham menos de 25 anos de idade, e apenas três tinham mais de 80; 8 - João VIII —872 a 882 — foi o primeiro pontífice a ser assassinado, tendo sido primeiro envenenado e depois espancado até a morte; 9 - O primeiro papa foi São Pedro. O seu original era Simão. Ele foi um dos 12 apóstolos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Antes de ir para Roma, onde viveu durante 25 anos, São Pedro pregou os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo por toda a Ásia Menor. São Pedro foi crucificado — de cabeça para baixo — por ordem do imperador romano Nero.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Formação de grupo de perseverança na catequese

A catequese é a comunicação do plano divino da salvação. Catequizar é comunicar o Deus amor que veio ao mundo fazer-se um de nós, assumindo nossas dores e resgatando-nos de todas as formas de opressão. É muito importante que os catequistas não percam de vista a experiência de levar a vida para dentro da catequese e procurem conjugar a fé com a vida, intensificando assim
a dinamicidade que o processo de formação e educação da fé de nossas crianças e adolescentes necessita ter. Diante das tristes realidades que presenciamos em nosso mundo e que são, muitas vezes, reflexo da negação da verdade, que o Evangelho de Cristo nos revela, precisamos ser criativos e audazes para conceber a cada dia novos métodos que possibilitem a transmissão dos ensinamentos de Jesus; permitindo que nossos adolescentes não se desviem dos caminhos de Deus e cedam às falsas seduções do mundo. Sugestão Uma sugestão prática para vocês catequistas, neste momento que iniciamos mais uma jornada na Catequese de nossa comunidade, neste novo ano que começa, é a formação de grupos de adolescentes para, além de ser um momento de encontro e perseverança na fé, preencher o espaço existente entre a Primeira Eucaristia e a Crisma e também após a Crisma. O melhor momento é esse, já que os adolescentes, tendo celebrado a etapa da Primeira Eucaristia em suas vidas, estão animados e empolgados. Alguns passos Para um bom êxito na concretização do grupo de adolescentes é preciso seguir alguns passos: 1. A sugestão precisa ser bem conversada no grupo de catequistas e deve-se escolher quem vai acompanhar os adolescentes nesse novo grupo, que difere dos encontros de preparação para a Primeira Eucaristia. 2. É necessário que esses catequistas designados pelo grupo possam ir até os adolescentes para convidá-los a participar desse grupo. É muito importante que esse convite seja feito de um modo pessoal e já se deve ter em vista a data do primeiro encontro para a criação do grupo. Considerando que esses pré-adolescentes e adolescentes já fizeram a Primeira Comunhão, a metodologia aplicada não pode ser a mesma usada durante a catequese inicial; há de se garantir o protagonismo deles, isto é, a participação direta e total na criação do grupo e sua organização. 3. Quem for acompanhá-los necessita ter paciência para entender o universo do adolescente; não deve tratá-los e nunca se referir a eles como crianças. Eles devem se sentir responsáveis e valorizados no grupo. Portanto, não se pode fazer as coisas por eles. 4. O adolescente não tolera as coisas determinadas e impostas. Por isso, toda atividade deve ser dialogada e decida por eles. O ideal é que, na primeira reunião, se decidam o objetivo do grupo, a escolha do nome, a divisão das funções etc. 5. Nas atividades e reuniões de estudo e de partilha, é importante contemplar todas as dimensões da pessoa humana: — discussões sobre temas ligados à fé, mas também ligados à afetividade e sexualidade, — relacionamento entre pais e filhos, — educação, — a sociedade de um modo geral. Enfim, a variedade de temas para a partilha, visando ao crescimento desses pequenos e jovens, os momentos orantes e também de lazer proporcionarão um encontro gostoso que será muito valioso no processo de educação da fé. E tudo aquilo que foi semeado durante a preparação da Primeira Comunhão e Crisma terá importância na vida deles e de suas famílias. Pe. Jorge Paulo da Silva Sampaio Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida

O que uma Novena?

Novena é um encontro para orações, realizado durante nove dias, de onde deriva a palavra novena. É parte essencial da tradição católica, realizada por devoção a algum santo. Geralmente reza-se um terço por dia. Entre a ascensão de Jesus ao céu e a descida do Espírito Santo, passaram-se nove dias. A comunidade cristã ficou reunida em torno
de Maria, de algumas mulheres e dos apóstolos. Foi a primeira novena cristã. É repetida todos os anos, orando, de modo especial, pela unidade dos cristãos. É o padrão de todas as outras novenas. A novena é antes de tudo um ato de louvor ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, Deus três vezes Santo. Três é número perfeito. Três vezes três, nove. A novena é louvor perfeito à Trindade. A prática de nove dias de oração, louvor e súplica deve confirmar de maneira extraordinária a fé em Deus que nos salva, por intermédio de Jesus, de Maria e dos Santos. Toda quarta-feira é dia de novena perpetua a Senhora Aparecida, durante nove quarta-feiras rezamos, oramos com Maria por bençãos e graças em nossas vidas. E realmente milagres acontecem graças a nossa Fé em Deus e a grande intervenção da Senhora da Conceição Aparecida.

Novena e Festa do Senhor Bom Jesus dos Milagres 2013

Aconteceu em nossa comunidade dos Filhos de Maria a Novena e Festa em honra ao exelcior Senhor Bom Jesus dos Milagres 2013
De 20 a 31 de Maio deste mesmo ano, nós Comunidade Católica dos Filhos de Maria celebramos a festa do nosso querido Padroeiro o Senhor dos Milagres. Este ano meditamos o tema: "No fundo o efeito da EUCARISTIA é a revelação do ser humano de Deus." frase de São Tomás de Aquino retirada do YOUCAT- catecismo jovem da Igreja Católica. Tambem rezamos pela primeira vez a Ladainha ao senhor Bom Jesus dos Milagres, feita por Matheus Pinto e cantamos o novo hino ao Senhor dos Milagres também feito por Matheus Pinto. Agradecemos a todos que Colaboraram: Renata Guedes, o Xuxa, Maria P. da Silva e todos os que apoiaram e participaram desta bonita festa, na festa deste ano também foi entronizado no altar principal de nossa comunidade o quadro do Bom Jesus, cuja é esta figura que vocés esta vendo nesta postagem. A todos, meus sinceros AGRADECIMENTOS!!!

terça-feira, 20 de agosto de 2013

História de São Bernardo

São Bernardo nasceu em 1090, no Castelo de Fontaine, região de Borgonha, França. Filho de um nobre chamado Tescelin Sorrel, o Vermelho e de Aleth de Monthbard, mulher virtuosa venerada como bem aventurada. Teve sete irmãos dentre os quais era o terceiro. Bernardo sempre se destacou pela inteligência e pela beleza física. Aos 9
anos foi para a escola canônica, e destacou-se principalmente na literatura. A vocação de São Bernardo Em 1112, aos 22 anos, Bernardo entra na Abadia de Cister, também em Borgonha. Esta abadia era um mosteiro cisterciense fundado por São Roberto de Molesme. Foi então que Bernardo convenceu mais de trinta homens, irmãos, tios e vários amigos a entrarem para a ordem, causando enorme surpresa e alegria para a Abadia e para Santo Estevão Harding, abade sucessor do fundador São Roberto. São Bernardo de Claraval Bernardo era homem de estudo e oração, praticando com austeridade a regra do mosteiro, a mesma escrita por São Bento. Bernardo dedicava-se à oração e ao ensino da catequese. Tinha grande dom de oratória e convertia muitos com quem conversava, tanto que levou o para o mosteiro o irmão mais novo e seu pai. Após dois anos em Cister, Bernardo foi enviado para o vale de Langres em 1115, com a missão de fundar a Abadia de Claraval, (vale claro), tornando o seu primeiro Abade, com apenas 25 anos. Em pouco tempo a Abadia ficou conhecida em toda a França e posteriormente por toda a Europa como um lugar onde se vivia a oração, o trabalho, a humildade, a caridade e a cultura profunda. Bernardo e os monges de Claraval viviam com amor e integridade os votos de pobreza, castidade e obediência. Certa vez teve uma visão: um menino envolto numa luz divina disse a ele: fala aos outros sempre, pois serás inspirado pelo Espírito Santo e receberás a graça especial de compreender as fraquezas das pessoas e ajudá-las. Assim, Bernardo conseguiu muitas vocações para Claraval. O Mosteiro chegou a ter 700 monges, inclusive Henrique de França, irmão do Rei Luís Vll, que mais tarde foi bispo e arcebispo de Reims. As obras de São Bernardo Com o passar dos anos, São Bernardo fundou 72 casas da ordem dos Cistercienses na França e em vários países da Europa. Participou ativamente do Concílio de Latrão, como secretário. Participou também do Concílio de Troyes, onde exerceu grande influência, e do Concílio de Reims, sempre a pedido do Papa, para tratar de todos os assuntos da Igreja. A convite do Papa, pregou a segunda cruzada. Era conhecido como o Pai dos fiéis, a Coluna da Igreja, o Apoio da Santa Sé, o Anjo Tutelar do Povo de Deus. Sua devoção para com a Virgem Maria era incomparável. Quando estava na Alemanha, na catedral de Spira, ajoelhou-se por 3 vezes dizendo: Ó Clemente; Ó Piedosa; Ó Doce Virgem Maria!, invocações que foram acrescentadas ao final da oração Salve Rainha. Por causa de sua fama de santidade e sabedoria reconhecida, São Bernardo torna-se uma personalidade importante e respeitada em toda a Europa. Tanto que ele intervém em assuntos públicos, defende os direitos da Igreja contra abusos de Reis e é chamado para aconselhar Papas e Reis. Os Milagres de São Bernardo Bernardo reformou a Ordem Cisterciense e levou-a a ser o que é até hoje, quase mil anos depois. Ele mesmo fundou muitos mosteiros na Europa: 35 na França, 14 na Espanha, 10 na Inglaterra e Irlanda, 6 em Flandres, 4 na Itália, 4 na Dinamarca, 2 na Suécia e 1 na Hungria, além de muitos outros que se filiaram à Ordem. Sua Ordem chegou aos cinco continentes. No Brasil, no Estado de Minas Gerais, existe uma cidade chamada Claraval, que nasceu ao redor de um grande mosteiro da ordem dos Cistercienses. Durante o concílio de Troyes, Bernardo conseguiu o reconhecimento para a Ordem do Templo, os Templários, cujos estatutos ele mesmo escreveu. Além disso, São Bernardo escreveu grandes obras, tratados de teologia, obras defendendo a Fé Católica e a Igreja contra heresias, além de inúmeros tratados sobre Nossa Senhora. O falecimento Quando estava para morrer e os monges rezando para que Deus não deixasse, ele disse: Porque desejais reter aqui um homem tão miserável? Usai da misericórdia para comigo e deixai-me ir para Deus. Assim, São Bernardo faleceu no dia 20 de agosto de 1153, aos 63 anos de idade. Devoção a São Bernardo São Bernardo foi canonizado em 18 de junho de 1174, pelo Papa Alexandre lll e declarado Doutor da Igreja pelo Papa Pio Vlll, em 1830, por causa de suas pregações e obras escritas. A Festa de São Bernardo é comemorada em 20 de agosto. Oração a São Bernardo Santo Abade de Claraval, São Bernardo, fervoroso servo de Maria, a Igreja o honra e o invoca universalmente como padroeiro das causas mais difíceis visto dirigir a Maria todo o seu fervor. Assim peço que com Maria, venha pedir por mim a Jesus. Eu estou sozinho e desamparado. Faça uso, eu imploro, do seu especial privilégio que Maria deu a voz para trazer um benefício visível e rápido a esse seu servo desesperado. Venha assistir a esse servo que está em grande dificuldade e grande necessidade de consolo e ajuda e atribulado e com sofrimentos. Assim me consiga a graça (pedido), e ainda a graça da salvação de minha alma. E que isto possa agradar a Deus. A vós, seu eleito para sempre. Eu prometo amado São Bernardo, sempre honrar-vos com fervor, e como especial padroeiro, encorajar a devoção a vós. Amém.

20 de Agosto: Dia de São Bernardo de Claraval, Confessor e Doutor da Igreja

PAPA BENTO XVI AUDIÊNCIA GERAL Praça de São Pedro Quarta-feira, 21 de Outubro de 2009 São Bernardo de Claraval Queridos irmãos e irmãs! Hoje gostaria de falar de São Bernardo de Claraval, chamado "o último dos Padres" da Igreja, porque no século XII, mais uma vez, renovou e tornou presente a grande teologia dos Padres. Não conhecemos os pormenores os anos da sua infância; sabemos contudo que ele nasceu em 1090 em Fontaines na França, numa família numerosa e discretamente abastada.
Ainda jovem, prodigalizou-se no estudo das chamadas artes liberais – especialmente da gramática, da retórica e da dialécti ca – na escola dos Cónegos da igreja de Saint-Vorles, em Châtillon-sur-Seine e amadureceu lentamente a decisão de entrar na vida religiosa. Por volta dos vinte anos entrou em Cîteaux, uma fundação monástica nova, mais activa em relação aos antigos e veneráveis mosteiros de então e, ao mesmo tempo, mais rigorosa na prática dos conselhos evangélicos. Alguns anos mais tarde, em 1115, Bernardo foi enviado por Santo Estêvão Harding, terceiro Abade de Cîteaux, para fundar o mosteiro de Claraval (Clairvaux). Aqui o jovem Abade, tinha apenas vinte e cinco anos, pôde apurar a própria concepção da vida monástica, e empenhar-se em pô-la em prática. Olhando para a disciplina de outros mosteiros, Bernardo recordou com decisão a necessidade de uma vida sóbria e comedida, tanto à mesa como no vestuário e nos edifícios monásticos, recomendando o sustento e a atenção aos pobres. Entretanto a comunidade de Claraval tornava-se cada vez mais numerosa, e multiplicava as suas fundações. Nestes mesmos anos, antes de 1130, Bernardo iniciou uma ampla correspondência com muitas pessoas, quer importantes quer de modestas condições sociais. Às muitas Cartas deste período é preciso acrescentar numerosos Sermões, assim como Sentenças e Tratados. Remonta sempre a este tempo a grande amizade de Bernardo com Guilherme, Abade de Saint-Thierry, e com Guilherme de Champeaux, figuras entre as mais importantes do século XII. A partir de 1130, começou a ocupar-se de muitas e graves questões da Santa Sé e da Igreja. Por este motivo teve que sair cada vez mais do seu mosteiro, e por vezes da França. Fundou também alguns mosteiros femininos, e foi protagonista de um vivaz epistolário com Pedro o Venerável, Abade de Cluny, sobre o qual falei na quarta-feira passada. Dirigiu sobretudo os seus escritos polémicos contra Abelardo, um grande pensador que iniciou um novo modo de fazer teologia, introduzindo sobretudo o método dialéctico-filosófico na construção do pensamento teológico. Outra frente contra a qual Bernardo lutou foi a heresia dos Cátaros, que menosprezavam a matéria e o corpo humano, desprezando, por conseguinte, o Criador. Ele, ao contrário, sentiu-se no dever de assumir a defesa dos judeus, condenando as manifestações de anti-semitismo cada vez mais difundidas. Devido a este aspecto da sua acção apostólica, algumas dezenas de anos mais tarde, Ephraim, rabino de Bonn, dirigiu a Bernardo uma vivaz homenagem. Naquele mesmo período o santo Abade escreveu as suas obras mais famosas, como os celebérrimos Sermões sobre o Cântico dos Cânticos. Nos últimos anos da sua vida – a sua morte verificou-se em 1153 – Bernardo teve que limitar as viagens, sem contudo as interromper totalmente. Aproveitou para rever definitivamente o conjunto das Cartas, dos Sermões e dos Tratados. Merece ser mencionado um livro bastante particular, que ele terminou precisamente neste período, em 1145, quando um seu aluno, Bernardo Pignatelli, foi eleito Papa com o nome de Eugénio III. Nesta circunstância, Bernardo, como Padre espiritual, escreveu a este seu filho espiritual o texto De Consideratione, que contém ensinamentos para poder ser um bom Papa. Neste livro, que permanece uma leitura conveniente para os Papas de todos os tempos, Bernardo não indica apenas como desempenhar bem o papel de Papa, mas expressa também uma visão profunda do mistério da Igreja e do mistério de Cristo, que no final se resolve na contemplação do mistério de Deus trino e uno: "Deveria ainda prosseguir a busca deste Deus, que ainda não é bastante procurado", escreve o santo Abade "mas talvez se possa procurar melhor e encontrar mais facilmente com a oração do que com o debate. Ponhamos então aqui um ponto final no livro, mas não na pesquisa" (XIV, 32: PL 182, 808), no estar a caminho rumo a Deus. Gostaria de me deter agora só sobre dois aspectos centrais da rica doutrina de Bernardo: eles referem-se a Jesus Cristo e a Maria santíssima, sua Mãe. A sua solicitude pela participação íntima e vital do cristão no amor de Deus em Jesus Cristo não contribui com novas orientações para o estatuto científico da teologia. Mas, de modo mais do que decidido, o Abade de Clairvaux configura o teólogo com o contemplativo e com o místico. Só Jesus – insiste Bernardo diante dos complexos raciocínios dialécticos do seu tempo – só Jesus é "mel para os lábios, cântico para os ouvidos, júbilo para o coração" (mel in ore, in aure melos, in corde iubilum)". Vem precisamente daqui o título, a ele atribuído pela tradição, de Doctor mellifluus: de facto, o seu louvor de Jesus Cristo "escorre como o mel". Nas extenuantes batalhas entre nominalistas e realistas – duas correntes filosóficas da época – o Abade de Claraval não se cansa de repetir que um só nome conta, o de Jesus de Nazaré. "Todo o alimento da alma é árido", confessa, "se não for aspergido com este óleo; insípido, se não for temperado com este sal. Aquilo que escreves para mim não tem sabor, se nisso eu não ler Jesus". E conclui: "Quando discutes ou falas, para mim nada tem sabor, se eu não ouvir ressoar nisso o nome de Jesus" (Sermones in Cantica Canticorum XV, 6: PL 183, 847). De facto, para Bernardo o verdadeiro conhecimento de Deus consiste na experiência pessoal, profunda de Jesus Cristo e do seu amor. E isto, queridos irmãos e irmãs, é válido para cada cristão: a fé é antes de tudo encontro pessoal, íntimo com Jesus, é fazer a experiência da sua proximidade, da sua amizade, do seu amor, e só assim se aprende a conhecê-lo cada vez mais, a amá-lo e a segui-lo sempre mais. Que isto se verifique com cada um de nós! Noutro célebre Sermão no domingo entre a oitava da Assunção, o santo Abade descreve em termos apaixonados a íntima participação de Maria no sacrifício redentor do Filho. "Ó santa Mãe – exclama ele – deveras uma espada trespassou a tua alma!... A violência da dor trespassou de tal modo a tua alma, que justamente podemos chamar-te mais do que mártir, porque em ti a participação na paixão do Filho superou muito em intensidade os sofrimentos físicos do martírio" (14: PL 183, 437-438). Bernardo não tem dúvidas: "per Mariam ad Iesum", através de Maria somos conduzidos até Jesus. Ele testemunha com clareza a subordinação de Maria a Jesus, segundo os fundamentos da mariologia tradicional. Mas o corpo do Sermone documenta também o lugar privilegiado da Virgem na economia da salvação, após a particularíssima participação da Mãe (compassio) no sacrifício do Filho. Não por acaso, um século e meio depois da morte de Bernardo, Dante Alighieri, no último canto da Divina Comédia, colocará nos lábios do "Doutor melífluo" a sublime oração a Maria: "Virgem Mãe, filha do teu Filho, / humilde e nobre mais do que qualquer criatura, / termo fixo do eterno conselho,..." (Paraíso 33, vv. 1 ss.). Estas reflexões, características de um apaixonado por Jesus e Maria como São Bernardo, provocam ainda hoje de modo saudável não só os teólogos, mas todos os crentes. Por vezes pretende-se resolver as questões fundamentais sobre Deus, sobre o homem e sobre o mundo unicamente com as forças da razão. São Bernardo, ao contrário, solidamente fundado na Bíblia e nos Padres da Igreja, recorda-nos que sem uma fé profunda em Deus, alimentada pela oração e pela contemplação, por uma relação íntima com o Senhor, as nossas reflexões sobre os mistérios divinos correm o risco de se tornarem uma vã prática intelectual, e perdem a sua credibilidade. A teologia remete para a "ciência dos santos", para a sua intuição dos mistérios do Deus vivo, para a sua sabedoria, dom do Espírito Santo, que se tornam ponto de referência do pensamento teológico. Juntamente com Bernardo de Claraval, também nós devemos reconhecer que o homem procura melhor e encontra mais facilmente Deus "com a oração do que com o debate". No final, a figura mais verdadeira do teólogo e de cada evangelizador permanece a do Apóstolo João, que apoiou a sua cabeça no coração do Mestre. Gostaria de concluir estas reflexões sobre São Bernardo com as invocações a Maria, que lemos numa sua bonita homilia. "Nos perigos, nas angústias, nas incertezas – diz ele – pensa em Maria, invoca Maria. Que ela nunca abandone os teus lábios, nem o teu coração; e para obteres a ajuda da sua oração, nunca esqueças o exemplo da sua vida. Se a segues, não te podes desviar; se lhe rezas, não te podes desesperar; se pensas nela não podes errar. Se ela te ampara, não cais; se ela te protege, nada temes; se ela te guia, não te cansas; se ela te é propícia, alcançarás a meta..." (Hom. II super "Missus est", 17: PL 183, 70-71).

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

BIOGRAFIA DE SUA SANTIDADE BENTO XVI

O Cardeal Joseph Ratzinger, hojé Papa émerito Bento XVI, nasceu em Marktl am Inn, diocese de Passau (Alemanha), no dia 16 de Abril de 1927 (Sábado Santo), e foi baptizado no mesmo dia. O seu pai, comissário da polícia, provinha duma antiga família de agricultores da Baixa Baviera, de modestas condições económicas. A sua mãe era filha de artesãos de Rimsting, no lago de Chiem, e antes de casar trabalhara como cozinheira em vários hotéis. Passou a sua infância e adolescência em Traunstein, uma pequena localidade perto da fronteira com a Áustria, a trinta quilómetros de Salisburgo. Foi neste ambiente, por ele próprio definido «mozarteano», que recebeu a sua formação cristã, humana e cultural. O período da sua juventude não foi fácil. A fé e a educação da sua família prepararam-no para enfrentar a dura experiência daqueles tempos, em que o regime nazista mantinha um clima de grande hostilidade contra a Igreja Católica. O jovem Joseph viu os nazistas açoitarem o pároco antes da celebração da Santa Missa. Precisamente nesta complexa situação, descobriu a beleza e a verdade da fé em Cristo; fundamental para ele foi a conduta da sua família, que sempre deu um claro testemunho de bondade e esperança, radicada numa conscienciosa pertença à Igreja. Nos últimos meses da II Guerra Mundial, foi arrolado nos serviços auxiliares anti-aéreos. Recebeu a Ordenação Sacerdotal em 29 de Junho de 1951. Um ano depois, começou a sua actividade de professor na Escola Superior de Freising. No ano de 1953, doutorou-se em teologia com a tese «Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho». Passados quatro anos, sob a direcção do conhecido professor de teologia fundamental Gottlieb Söhngen, conseguiu a habilitação para a docência com uma dissertação sobre «A teologia da história em São Boaventura». Depois de desempenhar o cargo de professor de teologia dogmática e fundamental na Escola Superior de Filosofia e Teologia de Freising, continuou a docência em Bonn, de 1959 a 1963; em Münster, de 1963 a 1966; e em Tubinga, de 1966 a 1969. A partir deste ano de 1969, passou a ser catedrático de dogmática e história do dogma na Universidade de Ratisbona, onde ocupou também o cargo de Vice-Reitor da Universidade. De 1962 a 1965, prestou um notável contributo ao Concílio Vaticano II como «perito»; viera como consultor teológico do Cardeal Joseph Frings, Arcebispo de Colónia. A sua intensa actividade científica levou-o a desempenhar importantes cargos ao serviço da Conferência Episcopal Alemã e na Comissão Teológica Internacional. Em 25 de Março de 1977, o Papa Paulo VI nomeou-o Arcebispo de München e Freising. A 28 de Maio seguinte, recebeu a sagração episcopal. Foi o primeiro sacerdote diocesano, depois de oitenta anos, que assumiu o governo pastoral da grande arquidiocese bávara. Escolheu como lema episcopal: «Colaborador da verdade»; assim o explicou ele mesmo: «Parecia-me, por um lado, encontrar nele a ligação entre a tarefa anterior de professor e a minha nova missão; o que estava em jogo, e continua a estar – embora com modalidades diferentes –, é seguir a verdade, estar ao seu serviço. E, por outro, escolhi este lema porque, no mundo actual, omite-se quase totalmente o tema da verdade, parecendo algo demasiado grande para o homem; e, todavia, tudo se desmorona se falta a verdade». Paulo VI criou-o Cardeal, do título presbiteral de “Santa Maria da Consolação no Tiburtino”, no Consistório de 27 de Junho desse mesmo ano. Em 1978, participou no Conclave, celebrado de 25 a 26 de Agosto, que elegeu João Paulo I; este nomeou-o seu Enviado especial ao III Congresso Mariológico Internacional que teve lugar em Guayaquil (Equador) de 16 a 24 de Setembro. No mês de Outubro desse mesmo ano, participou também no Conclave que elegeu João Paulo II. Foi Relator na V Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos realizada em 1980, que tinha como tema «Missão da família cristã no mundo contemporâneo», e Presidente Delegado da VI Assembleia Geral Ordinária, celebrada em 1983, sobre «A reconciliação e a penitência na missão da Igreja». João Paulo II nomeou-o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e Presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e da Comissão Teológica Internacional, em 25 de Novembro de 1981. No dia 15 de Fevereiro de 1982, renunciou ao governo pastoral da arquidiocese de München e Freising. O Papa elevou-o à Ordem dos Bispos, atribuindo-lhe a sede suburbicária de Velletri-Segni, em 5 de Abril de 1993. Foi Presidente da Comissão encarregada da preparação do Catecismo da Igreja Católica, a qual, após seis anos de trabalho (1986-1992), apresentou ao Santo Padre o novo Catecismo. A 6 de Novembro de 1998, o Santo Padre aprovou a eleição do Cardeal Ratzinger para Vice-Decano do Colégio Cardinalício, realizada pelos Cardeais da Ordem dos Bispos. E, no dia 30 de Novembro de 2002, aprovou a sua eleição para Decano; com este cargo, foi-lhe atribuída também a sede suburbicária de Óstia. Em 1999, foi como Enviado especial do Papa às celebrações pelo XII centenário da criação da diocese de Paderborn, Alemanha, que tiveram lugar a 3 de Janeiro. Desde 13 de Novembro de 2000, era Membro honorário da Academia Pontifícia das Ciências. Na Cúria Romana, foi Membro do Conselho da Secretaria de Estado para as Relações com os Estados; das Congregações para as Igrejas Orientais, para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, para os Bispos, para a Evangelização dos Povos, para a Educação Católica, para o Clero, e para as Causas dos Santos; dos Conselhos Pontifícios para a Promoção da Unidade dos Cristãos, e para a Cultura; do Tribunal Supremo da Signatura Apostólica; e das Comissões Pontifícias para a América Latina, «Ecclesia Dei», para a Interpretação Autêntica do Código de Direito Canónico, e para a revisão do Código de Direito Canónico Oriental. Entre as suas numerosas publicações, ocupam lugar de destaque o livro «Introdução ao Cristianismo», uma compilação de lições universitárias publicadas em 1968 sobre a profissão de fé apostólica, e o livro «Dogma e Revelação» (1973), uma antologia de ensaios, homilias e meditações, dedicadas à pastoral. Grande ressonância teve a conferência que pronunciou perante a Academia Católica Bávara sobre o tema «Por que continuo ainda na Igreja?»; com a sua habitual clareza, afirmou então: «Só na Igreja é possível ser cristão, não ao lado da Igreja». No decurso dos anos, continuou abundante a série das suas publicações, constituindo um ponto de referência para muitas pessoas, especialmente para os que queriam entrar em profundidade no estudo da teologia. Em 1985 publicou o livro-entrevista «Informe sobre a Fé» e, em 1996, «O sal da terra». E, por ocasião do seu septuagésimo aniversário, publicou o livro «Na escola da verdade», onde aparecem ilustrados vários aspectos da sua personalidade e da sua obra por diversos autores. Recebeu numerosos doutoramentos «honoris causa»: pelo College of St. Thomas em St. Paul (Minnesota, Estados Unidos), em 1984; pela Universidade Católica de Eichstätt, em 1987; pela Universidade Católica de Lima, em 1986; pela Universidade Católica de Lublin, em 1988; pela Universidade de Navarra (Pamplona, Espanha), em 1998; pela Livre Universidade Maria Santíssima Assunta (LUMSA, Roma), em 1999; pela Faculdade de Teologia da Universidade de Wroclaw (Polónia) no ano 2000.

TERCEIRA TARDE DE LOUVOR COM A MÃE PURÍSSIMA!

"Nós amamos porque primeiro Deus nos amou!" (1Jo 4, 19) Abrimos o mês da Bíblia com a Terceira Tarde de Louvor com a Mãe Puríss...