quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O mundo busca modelos

Diante da necessidade de ser o melhor e o maior, o mais bonito, o mais charmoso, o mais admirado, o mais sexy, o mais elegante, enfim, o mais em tudo, os tempos atuais nos levam a contemplar exageros na malhação do corpo, na busca de regimes e até ariscando a própria vida. Já assistimos vários fatos de jovens que morrem, não por falta de alimentos, mas sim por pura vaidade, em nome da elegância e do modelo típico
convencionado pelos atores da moda. Modelos criados para servir ao puro império do consumo, vidas humanas colocadas fora da liberdade e da dignidade de seres racionais, visando unicamente bens materiais. A sociedade moderna perdeu a dimensão sobrenatural da vida humana, do direito de viver e conquistar a felicidade com dignidade, sem ser escravo das coisas. Quanta coisa, coisificando até o ser humano! A vida humana já não tem valor. O que dizer então da natureza? O “tanto faz como tanto fez” se tornou norma; o fazer por fazer, o gozar a vida e aproveitar tudo hoje; o pensamento de que a vida acaba tudo aqui nesta terra, se torna lei suprema para muitos. A perda da esperança de um mundo melhor leva ao puro relativismo da vida presente e da vida futura. Hoje recordamos uma menina de quinze anos, nascida e criada em um povoado no interior da Palestina, lugarejo que não constava no roteiro das viagens da época. Foi naquela vila, sem importância, que Deus escolheu a Mariazinha da casa de Joaquim e Ana para ser a Mãe Daquele que mudou a história e o rumo da humanidade. O modelo de Deus não vem do centro de poder, dos lugares importantes e mais visitados. Uma jovem de aproximadamente quinze anos, não tendo certeza de nada, a não ser a obediência, é chamada, escolhida para ser mãe, Daquele que esperamos celebrar em breve o Seu aniversário. Somos convidados a equacionar o tipo de resposta que damos aos desafios de Deus. Ao propor-nos o exemplo de Maria de Nazaré, a festa litúrgica daquela que foi concebida sem mácula, hoje convida-nos a acolher, com um coração aberto e disponível, os planos de Deus para nós e para o mundo. O texto do evangelista Lucas apresenta a resposta de Maria ao plano de Deus. Ao contrário de Adão e Eva, Maria rejeitou o orgulho, o egoísmo e a autossuficiência e preferiu conformar a sua vida, de forma total e radical, com os planos de Deus. Do seu “sim” total, resultou a salvação e vida plena para ela e para o mundo. “Eis aqui a serva do Senhor faça-se em mim a Tua vontade” (Lc 1, 38). Na Bíblia ser “servo do Senhor” é um título de glória, reservado àqueles que Deus escolheu, que Ele reservou para o seu serviço e que El e enviou ao mundo com uma missão. Desta forma, Maria reconhece que Deus a escolheu, aceita com disponibilidade essa escolha e manifesta a sua disposição de cumprir, com fidelidade, o projeto de Deus. Maria responde com um “sim” total e incondicional. Ela tinha o seu programa de vida, seus projetos pessoais, mas, todos passaram naturalmente e sem dramas a um plano secundário. Na atitude de Maria não há qualquer sinal de egoísmo, de comodismo, de orgulho, mas há uma entrega total nas mãos de Deus. O testemunho de Maria é um testemunho, um modelo que nos questiona fortemente. Maria de Nazaré foi uma mulher para quem Deus ocupava o primeiro lugar, uma pessoa de oração e de fé, que fez a experiência do encontro pessoal com Deus. O Mundo está morrendo, porque esqueceu dos verdadeiros exemplos, modelos, como o da Mariazinha de Nazaré. *Dom Anuar Battisti Via Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Maringá-PR

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