Celebramos a Imaculada Conceição. Na verdade, foi no dia 8 de dezembro de 1854 que o Papa Pio IX proclamou este Dogma, dizendo: “Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina que afirma que a bem-aventurada Virgem Maria, no primeiro momento da sua concepção, por graça de Deus, foi preservada imune de toda a mácula do pecado original, é uma doutrina revelada por Deus e que assim deve ser acreditada firmemente”.
Celebrar esta solenidade é sentir o Coração de Maria palpitar de amor por Deus e por nós, na imensidão do mistério de Graça e de Amor do Pai pela Humanidade. Qual nova Eva, “cheia de graça”, Maria refulge na Igreja com as suas excelsas virtudes: ela é verdadeiramente Mãe, educadora e modelo da Igreja. “A Igreja, ensinada pelo Espírito Santo, consagra-lhe, como mãe amantíssima, filial afeto de piedade” (LG 53).
O “Sim” que iluminou a história
Os textos bíblicos apontam para o cumprimento das promessas da alegria e esperança messiânicas, revela-nos a força criadora e santificadora do Espírito Santo, que enche de beleza o universo e dá sentido pleno à vida humana.
Em Maria, Deus torna-se proximidade: a distância entre o céu e a terra foi vencida pela obediência da fé à palavra do Anjo Gabriel. Toda a história da Salvação se recolhe no coração da jovem de Nazaré, transformado em templo da Nova Aliança. Pela Encarnação do Verbo, o Pai manifesta o Seu Amor eterno pela Humanidade. “Ele nos predestinou, conforme a benevolência da sua vontade, a fim de sermos seus filhos adotivos, por Jesus Cristo” (Ef 1,5).
O “Sim” da Anunciação, recordado no texto do Evangelho (cf. Lc 1, 26-38), iluminou a história do mundo. A partir desse momento, Maria consagrou-se, inteiramente, ao serviço de Deus e de toda a família humana: “Eis a Serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (1,38). Tal como no início da criação o Espírito Santo estava presente com a sua força criadora, também na Anunciação do Anjo, é o mesmo Espírito o autor da nova Criação, através do “Sim” incondicional de Maria à Palavra de Deus.
"A humildade foi assumida pela majestade; a fraqueza, pela força; a mortalidade, pela eternidade"
Na humilde casa de Maria, em Nazaré, perante a perplexidade da jovem, o Anjo Gabriel comunica-lhe a mensagem divina: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra” (v35). Revela-se, deste modo, a relação misteriosa daquele Menino que está para nascer com Deus, Seu Pai. Assim escreveu São Leão Magno: “A humildade foi assumida pela majestade; a fraqueza, pela força; a mortalidade, pela eternidade”.
Senhora do Advento
A Virgem Maria, Imaculada Conceição, celebrada no Advento, é verdadeiramente a Estrela da manhã, que nos guia até ao Natal de Jesus. O Advento é o tempo de Maria. É ela, a aurora da Redenção, que introduz a Igreja numa autêntica caminhada de Advento. As tradicionais “Missas do Parto”, já tão próximas, celebradas na nossa terra, apontam-nos caminhos novos de conversão e vigilância, de intimidade com Deus e de amor solidário para com os irmãos mais carenciados.
É neste sentido que Advento e Natal nos aparecem como tempos especiais de atenção mútua, de interesse pela vida e problemas uns dos outros, de maior preocupação na entreajuda e partilha fraterna de bens. A quadra do Natal tem sempre a marca da solidariedade e da fraternidade cristã, que se traduz em gestos concretos de presença e ajuda a quem mais precisa.
Modelo de fé e de santidade, de amor e fidelidade a Deus, Maria toma-nos pela mão e convida-nos a estarmos atentos à escuta do Espírito Santo, para um verdadeiro seguimento de Cristo. É o Espírito que mantém acesa a chama, que revigora a nossa caminhada de fé e dá sentido à nossa vida, também nestes tempos de crise e dificuldades do mundo atual
† António Carrilho, Bispo do Funchal (Portugal)
Celebrar esta solenidade é sentir o Coração de Maria palpitar de amor por Deus e por nós, na imensidão do mistério de Graça e de Amor do Pai pela Humanidade. Qual nova Eva, “cheia de graça”, Maria refulge na Igreja com as suas excelsas virtudes: ela é verdadeiramente Mãe, educadora e modelo da Igreja. “A Igreja, ensinada pelo Espírito Santo, consagra-lhe, como mãe amantíssima, filial afeto de piedade” (LG 53).
O “Sim” que iluminou a história
Os textos bíblicos apontam para o cumprimento das promessas da alegria e esperança messiânicas, revela-nos a força criadora e santificadora do Espírito Santo, que enche de beleza o universo e dá sentido pleno à vida humana.
Em Maria, Deus torna-se proximidade: a distância entre o céu e a terra foi vencida pela obediência da fé à palavra do Anjo Gabriel. Toda a história da Salvação se recolhe no coração da jovem de Nazaré, transformado em templo da Nova Aliança. Pela Encarnação do Verbo, o Pai manifesta o Seu Amor eterno pela Humanidade. “Ele nos predestinou, conforme a benevolência da sua vontade, a fim de sermos seus filhos adotivos, por Jesus Cristo” (Ef 1,5).
O “Sim” da Anunciação, recordado no texto do Evangelho (cf. Lc 1, 26-38), iluminou a história do mundo. A partir desse momento, Maria consagrou-se, inteiramente, ao serviço de Deus e de toda a família humana: “Eis a Serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (1,38). Tal como no início da criação o Espírito Santo estava presente com a sua força criadora, também na Anunciação do Anjo, é o mesmo Espírito o autor da nova Criação, através do “Sim” incondicional de Maria à Palavra de Deus.
Senhora do Advento
A Virgem Maria, Imaculada Conceição, celebrada no Advento, é verdadeiramente a Estrela da manhã, que nos guia até ao Natal de Jesus. O Advento é o tempo de Maria. É ela, a aurora da Redenção, que introduz a Igreja numa autêntica caminhada de Advento. As tradicionais “Missas do Parto”, já tão próximas, celebradas na nossa terra, apontam-nos caminhos novos de conversão e vigilância, de intimidade com Deus e de amor solidário para com os irmãos mais carenciados.
É neste sentido que Advento e Natal nos aparecem como tempos especiais de atenção mútua, de interesse pela vida e problemas uns dos outros, de maior preocupação na entreajuda e partilha fraterna de bens. A quadra do Natal tem sempre a marca da solidariedade e da fraternidade cristã, que se traduz em gestos concretos de presença e ajuda a quem mais precisa.
Modelo de fé e de santidade, de amor e fidelidade a Deus, Maria toma-nos pela mão e convida-nos a estarmos atentos à escuta do Espírito Santo, para um verdadeiro seguimento de Cristo. É o Espírito que mantém acesa a chama, que revigora a nossa caminhada de fé e dá sentido à nossa vida, também nestes tempos de crise e dificuldades do mundo atual
† António Carrilho, Bispo do Funchal (Portugal)
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