quarta-feira, 16 de outubro de 2013
A grande e honrosa tarefa que Deus reservou para os pais é a de prover e educar os seus filhos.
Os pais são cooperadores de Deus na maior de todas as missões, gerar os filhos de Deus, à sua imagem e semelhança. Nada pode se igualar à sublimidade desta obra.
Se é importante e digno produzir os bens que utilizamos: casas, roupas, móveis, alimentos, etc., quanto mais digno e nobre é dar a vida a novos seres humanos virtuosos! Uma só vida humana vale mais do que todo o universo material, pois nada disso tem uma alma imortal, imagem e semelhança do próprio Deus.
Por ser muito grande a missão dos pais, Deus lhes cobre de glória, e obriga os filhos a honrá-los. É impressionante notar como Deus exalta a figura dos pais, em face da sua missão importantíssima de dar aos filhos educação e formação, sobretudo religiosa.
O destaque aos pais começa pelo fato de um dos Mandamentos, o quarto, ser dedicado a eles: “Honrar pai e mãe”.
São Paulo nota que “este é o primeiro mandamento que vem acompanhado de uma promessa: “Honra teu pai e tua mãe, a fim de que sejas feliz e tenhas larga vida sobre a terra” (Dt 5,16; Ex 20,12; Ef 6,2).
Honrar quer dizer externar publicamente reconhecimento de virtude e hombridade; reconhecer publicamente a dignidade…
Todo o capítulo 3 do Livro do Eclesiástico mostra a importância dos pais na vida dos filhos, a importância da autoridade que Deus lhes confiou e a necessidade dos filhos lhes obedecerem.
“Ouvi, meus filhos, os conselhos de vosso pai, e procedei de sorte que sejais salvos” (Eclo 3,2).
O filho que desprezar esses conselhos corre o risco de se perder nos caminhos perigosos da vida. Muitos jovens se tornaram escravos dos vícios, da droga, do crime, da prostituição, e de tantos outros males, porque não ouviram os conselhos do seu pai. Outros se perderam porque os seus pais não lhes deram esses conselhos…
A autoridade dos pais vem de Deus; essa autoridade não é usurpada, nem falsa, é autêntica. Jesus disse a Pilatos que “toda autoridade vem de Deus” (Jo 19,11).
“O que honra seu pai encontrará alegria nos seus filhos, e será atendido na sua oração” (Ecl 3,5 e 6).
Quem não deseja encontrar alegria em seus filhos? Quem não deseja ser atendido por Deus em sua oração?
Pois bem, essas são promessas que Deus faz aos filhos que honrarem os seus pais.
“O que honra seu pai viverá uma vida larga; e consola sua mãe quem obedece a seu pai” (Ecl. 3,7).
Esta “vida larga”, para os judeus era sinal da bênção; significa, pois, uma vida abençoada por Deus.
“Honra teu pai por ações, por palavras e com toda a paciência, para que venha sobre ti a sua bênção, e esta bênção permaneça contigo até ao fim” (Ecl., 3, 9-10).
Diz ainda o Eclesiástico que:
“A benção do pai fortifica as casas dos filhos, e a maldição da mãe as destrói pelos alicerces” (Ecl. 3,11).
Quantos filhos ofendem os seus pais por palavras: ofensas, zombarias, palavrões!… A benção dos pais para os filhos não é mera formalidade social ou tradicional; mas é benção do próprio Deus para os filhos “através” dos pais. Urge, portanto, resgatar o salutar costume: “A benção pai!” − “Deus te abençoe meu filho!”
“Filho, ampara a velhice de teu pai, e não o entristeça durante a sua vida” (Ecl. 3-14).
O cuidado com os pais deve ser esmerado, sobretudo na velhice. De fato é incômodo cuidar dos velhos, doentes, às vezes ranzinzas. Mas é nesta hora, sobretudo, que se prova o amor dos filhos por eles.
“Se a inteligência lhe for faltando, suporta-o, e não o desprezes, por teres mais vigor do que ele; porque a caridade exercida com eu pai não ficará no esquecimento.” (Ecl. 3,15).
Eis uma realidade: os pais também têm defeitos. Mas Deus quer recompensar ricamente o filho que, com paciência, suporta esses defeitos e, assim mesmo, honra os pais. Se esses são difíceis, intolerantes, cheios de manias, maior será o mérito do filho diante de Deus, por ter honrado um pai ou uma mãe tão difícil.
Deus sabe que há pais terríveis: bêbados, drogados, criminosos, adúlteros, etc… É por isso mesmo que Ele oferece aos filhos três belas recompensas (cf. Eclo 3, 16) para aqueles que, na caridade e na paciência, por amor a Deus, os suportarem, mesmo com os seus defeitos.
Quanto mais difícil for para amar e honrar o pai, por causa dos seus defeitos, tanto mais terá méritos diante de Deus e tanto mais será recompensado e abençoado aquele(a) que assim proceder.
“Observa, meu filho, os preceitos de teu pai, e não abandones a lei de tua mãe… Quando andares, eles te acompanhem; quando dormires, eles te guardem; e quando acordar, fala com eles” (Pr 6,20-22).
“Um filho sábio é atento aos ensinamentos do seu pai; o que porém é mofador, não faz caso quando é repreendido” (Pr 13,1).
“O homem justo será saciado de bens pelo fruto da sua obra; porém a alma dos prevaricadores é cheia de iniquidade”. (Pr 13, 2)
Excertos do Blog do Prof. Felipe Aquino
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