segunda-feira, 31 de março de 2014

O exame dos pecados veniais de Santo António Maria Claret

 



A alma deve evitar todos os pecados veniais, especialmente os que abrem caminho ao pecado grave. Ó minha alma, preferes firmemente antes sofrer a morte do que cometer um pecado grave. É necessário ter uma resolução semelhante em relação ao pecado venial. Quem não encontrar em si esta vontade, não pode sentir-se seguro.

Não há nada que nos possa dar uma tal certeza de salvação eterna do que uma preocupação constante em evitar o pecado venial, por insignificante que seja, e um zelo definido e geral, que alcance todas as práticas da vida espiritual — zelo na oração e nas relações com Deus; zelo na mortificação e na negação dos apetites; zelo em obedecer e em renunciar à vontade própria; zelo no amor de Deus e do próximo. Para alcançar este zelo e conservá-lo, devemos querer firmemente evitar sempre os pecados veniais, especialmente os seguintes:

O pecado de dar entrada no coração de qualquer suspeita não razoável ou de opinião injusta a respeito do próximo.

O pecado de iniciar uma conversa sobre os defeitos de outrem, ou de faltar à caridade de qualquer outra maneira, mesmo levemente.

O pecado de omitir, por preguiça, as nossas práticas espirituais, ou de as cumprir com negligência voluntária.
O pecado de manter um afeto desregrado por alguém.

O pecado de ter demasiada estima por si próprio, ou de mostrar satisfação vã por coisas que nos dizem respeito.

O pecado de receber os Santos Sacramentos de forma descuidada, com distrações e outras irreverências, e sem preparação séria.

Impaciência, ressentimento, recusa em aceitar desapontamentos como vindo da Mão de Deus; porque isto coloca obstáculos no caminho dos decretos e disposições da Divina Providência quanto a nós.

O pecado de nos proporcionarmos uma ocasião que possa, mesmo remotamente, manchar uma situação imaculada de santa pureza.
O pecado de esconder propositadamente as nossas más inclinações, fraquezas e mortificações de quem devia saber delas, querendo seguir o caminho da virtude de acordo com os caprichos individuais e não segundo a direção da obediência.

Nota: Fala-se aqui de situações em que encontraremos aconselhamento digno se o procurarmos, mas nós, apesar disso, preferimos seguir as nossas próprias luzes, embora frouxas. Oração para uma boa confissão:

Meu Deus, por causa dos meus pecados crucifiquei de novo o Vosso Divino Filho e escarneci dEle. Por isto sou merecedor da Vossa cólera e expus-me ao fogo do Inferno. E como fui ingrato para conVosco, meu Pai do Céu, que me criastes do nada, me redimistes pelo preciosíssimo sangue do Vosso Filho e me santificastes pelos Vossos santos Sacramentos e pelo Espírito Santo! Mas Vós poupastes-me pela Vossa misericórdia, para que eu pudesse fazer esta confissão.

Recebei-me, pois, como Vosso filho pródigo e dai-me a graça de uma boa confissão, para que possa recomeçar a amar-Vos de todo o meu coração e de toda a minha alma, e para que possa, a partir de agora, cumprir os Vossos Mandamentos e sofrer com paciência os castigos temporais que possam cair sobre mim. Espero, pela Vossa bondade e poder, obter a vida eterna no Paraíso. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amen.

Nota final

Lembre-se de confessar os seus pecados com arrependimento sobrenatural, tendo uma resolução firme de não tornar a pecar e de evitar situações que levem ao pecado. Peça ao seu confessor que o ajude a superar alguma dificuldade que tenha em fazer uma boa confissão. Cumpra prontamente a sua penitência.

Ato de Contrição

Meu Deus, porque sois infinitamente bom e Vos amo de todo o meu coração, pesa-me de Vos ter ofendido, e com o auxílio da Vossa divina graça, proponho firmemente emendar-me e nunca mais Vos tornar a ofender. Peço e espero o perdão das minhas culpas pela Vossa infinita misericórdia. Amen.

Fonte: Senza Pagare (com adaptações), Blog Escritos dos Santos. 
 

sexta-feira, 28 de março de 2014

Lamentos do Senhor - Eugênio Jorge

Povo meu, que te fiz eu?
Dize: em que te contristei?
Por que à morte me entregaste?
Em que foi que eu te faltei?

Eu te fiz sair do Egito,
Com maná te alimentei.
Preparei-te bela terra:
Tu, a cruz para o teu Rei!

Refrão:
Deus santo, Deus forte,
Deus imortal,
Tende piedade de nós!

Bela vinha eu te plantara,
Tu plantaste a lança em mim;
Águas doces eu te dava,
Foste amargo até o fim!

Flagelei por ti o Egito,
Primogênitos matei;
Tu, porém, me flagelaste,
Entregaste o próprio Rei!

Refrão:
Deus santo, Deus forte...

Eu te abri o mar Vermelho,
Tu me abriste o coração;
A Pilatos me levaste,
Eu te levei pela mão.

Só na cruz tu me exaltaste,
Quando em tudo te exaltei;
Que mais podia eu ter feito?
Em que foi que eu te faltei?

Refrão:
Deus santo, Deus forte

quinta-feira, 27 de março de 2014

Comunhão na mão ou na boca?

Texto retirado do blog auxiliodoscristaos.blogspot.com.br
Créditos ao Una Voce Brasil

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Prezados Amigos,
Salve Maria!
Aqui em Betim, a Paróquia Nossa Senhora do Carmo (no Centro da cidade), tem distribuído uns informativos que me parece ser mensais. No último (abril/2012/Ano I) vem com a seguinte mensagem:

“Você sabe como receber a comunhão? Coloque a mão esquerda sobre a direita para que a comunhão seja colocada na mão esquerda, pegue a hóstia com a direita, responda Amém, quando o ministro disser Corpo de Cristo e só então, leve a comunhão à boca” (sic!)

Vamos ver o que a Igreja sempre ensinou sobre a Comunhão do Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo?

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O modo de receber a Sagrada Comunhão: Resumo

A Instrução Universae Ecclesiae deixa claro que a Santa Comunhão deve ser recebida de joelhos e na língua em celebrações da Forma Extraordinária. A recepção na língua é, de fato, a lei universal da Igreja, que certas Conferências Episcopais revogaram parcialmente. O valor de se ajoelhar para se mostrar humildade na presença do sagrado é afirmado em inumeráveis textos da Escritura e enfatizada pelo Papa Bento XVI em seu livro «O Espírito da Liturgia”. O momento de receber a Sagrada Comunhão é o mais apropriado de todos para demonstrar esta atitude. A recepção na língua, embora não universal na Igreja Primitiva, tornou-se assim rapidamente, refletindo a grande preocupação demonstrada pelos Padres para que as partículas da hóstia não se perdessem, uma preocupação reiterada no Memoriale Domini do Papa Paulo VI. Concluindo, a forma tradicional de receber a Sagrada Comunhão, que evidencia tanto humildade e como receptividade infantil, prepara o comungante para recebê-la de maneira frutuosa. Além disso, se conforma perfeitamente com a atitude geral de reverência pelas Sagradas Espécies que pode ser encontrada ao longo da Forma Extraordinária.

A Maneira de se Receber a Sagrada Comunhão


1. Tal como acontece com a questão do serviço no altar por homens e meninos [1] , a questão da forma de receber a Comunhão nas celebrações na Forma Extraordinária do Rito Romano é resolvida pela Instrução Universae Ecclesiae (2011), que defende a capacidade de vinculação, em celebrações na Forma Extraordinária, da lei litúrgica em vigor em 1962 [2] . Esta especifica que a Santa Comunhão deve ser recebida pelo fiel ajoelhado e na língua.

2. Enquanto que o serviço no altar pelas mulheres tem sido permitido na Forma Ordinária a critério do Ordinário local, a proibição de recepção da Sagrada Comunhão pelo fiel na mão foi expressamente reiterada pelo Papa Paulo VI [3], que apenas observou que os pedidos de derrogação da lei teria de ser feita por uma Conferência Episcopal à Santa Sé. Explicar o valor desta prática, o que este trabalho procura fazer, é o mesmo que explicar o valor da própria legislação da Igreja.

Ajoelhar-se

3. Como o Papa Bento XVI observou. “A origem da genuflexão não se encontra numa cultura qualquer – ela é proveniente da Bíblia e do seu conhecimento de Deus.”[4] Como ele passa a elaborar, o ajoelhar-se é encontrado em numerosas passagens da Escritura como uma atitude adequada tanto de oração de súplica como de adoração na presença de Deus. No ajoelhar-se, seguimos o exemplo de Nosso Senhor [5], cumprimos o Hino Cristológico da Carta aos Filipenses [6], e conformarmo-nos à liturgia celeste vislumbrada no Livro do Apocalipse [7] . O Santo Padre conclui:

É possível que a posição de joelhos se tenha tornado estranha à cultura moderna – na medida que esta última se tenha afastado da Fé, não reconhecendo mais Aquele perante o qual o gesto correto é intrínseco é – estar de joelhos. Quem aprende a ter fé, também aprende a ajoelhar-se; uma Fé ou uma Liturgia que desconhecesse a genuflexão seria afetada num ponto central. Onda ela se perdeu, tem que ser reaprendida, para que a nossa oração permaneça na Comunidade dos Apóstolos, dos Mártires, de todo o Cosmos e em união com o próprio Jesus Cristo [8].

4. Resta observar que no momento em que se recebe o Corpo de Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento é um momento apropriado para se ajoelhar, e ao se fazê-lo repetimos uma muito longa tradição no Ocidente [9]. O Papa João Paulo II nos lembra que a atitude correta para receber a Sagrada Comunhão é “a humildade do centurião do Evangelho” [10]: esta atitude é tanto manifestada como nutrida pela reconhecida postura de humildade, ao se por de joelhos. A exigência, na disciplina atual da Igreja, que se faça um “gesto de reverência” antes da Santa Comunhão ser recebida [11], é cumprida de uma maneira mais natural e não forçada estando de joelhos.

Sobre a língua

5. A recepção da Sagrada Comunhão sobre a língua, em oposição à mão, embora não seja a prática exclusiva da Igreja Primitiva, realmente remonta aos primeiros tempos. É atestada por Santo Efrém o Sírio[112], pela antiga liturgia de S. Tiago [13], pelo Papa São Leão o Grande [14] e pelo Papa São Gregório Magno [15]. Nosso Senhor parece ter colocado o pão diretamente na boca de Judas na Última Ceia [16], e pode ter usado o mesmo método para as Espécies Consagradas. A disseminação deste método por toda a Igreja (com distintas variantes no Oriente e no Ocidente) derivou-se naturalmente da grande preocupação dos Padres que nenhuma partícula da Hóstia consagrada fosse perdida. São Cirilo de Jerusalém (invariavelmente citado por sua descrição da Comunhão na mão) [17] adverte que os fragmentos da Hóstia devem ser considerados mais preciosos do que ouro em pó; [18]uma preocupação semelhante é mostrada por Tertuliano [19], São Jerônimo,[20] Orígenes [21], Santo Efrém [22] e outros [23]. Esta preocupação está enraizada na Escritura, no comando de Nosso Senhor aos discípulos após a alimentação da Multidão, um tipo da Eucaristia: “Recolhei os pedaços que sobejaram, para que não seja perdido.”[24]
6. Esta preocupação é reiterada e relacionada ao valor da recepção sobre a língua pela Instrução Memoriale Domini (1969), que resume uma série de considerações ao favorecer a forma tradicional de distribuir a Sagrada Comunhão:

Esta maneira de distribuir a Santa Comunhão, levando em consideração, no seu conjunto, a situação atual da Igreja, deve ser conservada, não somente porque se funda numa tradição de muitos séculos, mas sobretudo porque exprime e significa a reverência dos fiéis para com a Eucaristia. E este costume não diminui em nada a dignidade da pessoa daqueles que se aproximam de tão grande Sacramento; antes, [este costume] faz parte daquela preparação que é requerida, para que o Corpo do Senhor seja recebido da maneira maximamente frutuosa.”[25]
Esta reverência significa que não se trata de «uma comida e de uma bebida comum» [26], mas da comunhão do Corpo e do Sangue do Senhor, …Além disso, com esta forma entretanto tradicional é mais eficazmente assegurado que a Sagrada Comunhão seja distribuída com a reverência, o decoro e a dignidade devidos; que seja evitado todo perigo de profanação das espécies eucarísticas, nas quais, «de modo singular, está presente substancialmente e ininterruptamente, o Cristo todo inteiro, Deus e homem»[27], e, por fim, que seja observada com diligência a recomendação sempre dada pela Igreja, quanto ao cuidado com os próprios fragmentos do pão consagrado: «Se algum fragmento vieres a perder, seja para ti como se estivesses perdendo um de teus membros».[28]

7. A possibilidade de, ao se receber na mão a Sagrada Comunhão, levar a uma “lamentável falta de respeito para com as espécies eucarísticas” foi confirmada pelo Papa João Paulo II.[29] O perigo de profanação deliberada do Santíssimo Sacramento, igualmente observado no Memoriale Domini, infelizmente também tornou-se evidente, numa época em que os atos sacrílegos podem ser tornados públicos pela internet para o escândalo dos católicos em todo o mundo. Esta questão é levantada novamente pela Instrução Redemptionis Sacramentum (2004), que mais uma vez se refere à distribuição do Santíssimo Sacramento exclusivamente sobre a língua como o remédio eficaz:
Se existe perigo de profanação, não se distribua aos fiéis a Comunhão na mão.[30]

8. O Papa João Paulo II levantou uma questão relacionada, quando escreveu “O tocar nas sagradas Espécies e a distribuição destas com as próprias mãos é um privilégio dos ordenados, que indica uma participação ativa no ministério da Eucaristia.” Ele liga esta à consagração das mãos do sacerdote.[31] Isto recorda uma famosa passagem de São Tomás de Aquino, citada a este respeito em uma declaração oficial do Departamento de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice [33]:

Por reverência a este sacramento [a Santa Eucaristia], nada o toca a não ser o que é consagrado; por isso o corporal e o cálice são consagrados, e, da mesma forma, as mãos dos sacerdotes para tocar este Sacramento. E assim, não é licito que qualquer outra pessoa Lhe toque, exceto em caso de necessidade, por exemplo, se caísse ao chão ou em qualquer outro caso de urgência.[34]

9. Na medida em que vemos esse método tradicional tendo se desenvolvido ao longo do tempo, não se trata de um argumento contra ele, mas um testemunho para as considerações importantes que consistentemente levaram à sua adoção. Como o Papa Pio XII afirmou brilhantemente na Mediator Dei (1948), práticas mais antigas não são ipso facto preferíveis às práticas que evoluíram sob a orientação do Espírito Santo ao longo dos séculos [35].

Conclusão

10. A importância de uma atitude interior de humildade, enfatizada tanto pelo Papa João Paulo II como pela exigência disciplinar da Igreja de um “gesto de reverência”[36], não é apenas uma questão de decoro diante da Presença Real de Nosso Senhor, por mais importante que seja. Pelo contrário, a graça recebida por um comungante está sob a dependência de sua disposição e do cultivo da correta disposição, aquela humildade e receptividade infantil, que é facilitada ao se receber a comunhão sobre a língua estando de joelhos. Como o Papa Paulo VI enfatizou: “[este costume] faz parte daquela preparação que é requerida, para que o Corpo do Senhor seja recebido da maneira maximamente frutuosa.”[37]

11. Este valor do método tradicional foi reiterado por decisão do próprio Papa Bento XVI ao distribuir a Sagrada Comunhão ao comungante de joelhos e sobre a língua. O comentário oficial sobre esta decisão cita tanto a preocupação sobre a perda de partículas da Hóstia Consagrada, e uma preocupação em estimular a devoção entre os fiéis à Presença Real de Cristo no Sacramento da Eucaristia.[38]
Além disso, o método tradicional é chamado de um “sinal externo” para “promover o entendimento deste grande mistério sacramental”. [39]

12. No contexto específico da Forma Extraordinária do Rito Romano, a prática exclusiva de receber a Sagrada Comunhão de joelhos e na língua anda de mãos dadas com a grande reverência mostrada pelo Sacerdote celebrante na Forma Extraordinária ao Santíssimo Sacramento. Dois exemplos seriam a genuflexão dupla do sacerdote na Consagração, ao segurar com o polegar e o indicador, a partir da Consagração até a Purificação do Cálice. O recebimento da Comunhão na mão criaria uma dissonância prejudicial com outros elementos da liturgia. O assunto está bem expresso na Instrução do Papa, incomprensibile (1996), dirigido às Igrejas Orientais, sobre a importância de manter o modo tradicional de receber a Sagrada Comunhão para aquelas Igrejas:

Mesmo que isto exclua a valorização de outros critérios, embora legítimos, e implique a renúncia a algum comodismo, uma modificação do uso tradicional arrisca-se a comportar uma intrusão não orgânica a respeito do quadro espiritual que se tem mencionado.[40]
Como é que apareceu agora
a Comunhão na Mão?


Há 400 anos, a Comunhão na mão foi introduzida no culto "cristão" por homens cujos motivos tinham por base um desafio ao Catolicismo. Os revolucionários protestantes do Século XVI (chamados "reformadores" protestantes, numa cortesia imerecida) estabeleceram a Comunhão na mão para significar duas coisas:

1) Que acreditavam que não havia "transsubstanciação" nenhuma, e que o pão usado para a Comunhão não passava de pão vulgar. Por outras palavras, a Presença Real de Cristo na Eucaristia não passava de uma "superstição papista"; e como o pão não era mais do que pão, qualquer pessoa lhe podia tocar.

2) Que era sua crença que o ministro da Comunhão não era fundamentalmente diferente de qualquer leigo. Ora é ensinamento católico que o Sacramento da Ordem dá ao Sacerdote um poder espiritual, sacramental, imprime uma marca indelével na sua alma e fá-lo fundamentalmente diferente de um leigo. O Ministro Protestante, porém, não é mais do que um homem vulgar que introduz os cânticos, faz as leituras e prega sermões para excitar as convicções dos crentes. Não pode converter o pão e o vinho no Corpo e Sangue de Nosso Senhor, não pode abençoar, não pode perdoar os pecados. Não pode fazer nada que um leigo normal não possa fazer.

O estabelecimento da Comunhão na mão pelos Protestantes foi o modo que eles escolheram para mostrar a sua rejeição da crença na Presença Real de Cristo na Eucaristia e a rejeição do Sacerdócio Sacramental — em resumo, para mostrar a sua rejeição do Catolicismo no seu todo.

Daí por diante, a Comunhão na mão passou a ter um significado nitidamente anti-católico: prática abertamente anti-católica, tinha por base a descrença na Presença Real de Cristo e também no Ministério Sacerdotal. Portanto, como a imitação é a forma mais sincera de lisonjear, não será bom perguntar por que razão os nossos eclesiásticos modernos imitam os infiéis auto-proclamados, que rejeitam a doutrina sacramental básica do Catolicismo? Eis uma pergunta a que os eclesiásticos intoxicados pelo espírito liberal do Vaticano II ainda não responderam satisfatoriamente.


Vejam as últimas notícia sobre a comunhão na mão:

“A comunhão na mão oferece um risco” diz Cardeal De Paolis. Roubo da Eucaristia na Itália



Tabernáculos são arrombados na Itália. Eucaristia é guardada em cofres.
Roma (kath.net/pl – Tradução Una Voce Brasil) A Igreja Católica na Itália vem sendo confrontada há meses com o roubo de Santa Eucaristia. Trata-se de tabernáculos quebrados, cibórios furtados cheios de hóstias consagradas, bem como o abuso da comunhão na mão, em que alguns colocam a Santa Eucaristia em uma bolsa para fins desconhecidos. Os motivos dos autores são discutidos: sacrilégios deliberados por muçulmanos? Ou para uso por seitas satânicas em missas negras? Isto foi relatado por “Vatican Insider”.

A comunidade católica prevê-se como sendo forçada a tomar contra-medidas. Em algumas áreas o tabernáculo é esvaziado e deixado aberto, a fim de se proteger contra roubo. O Todo-Poderoso será mantido em um local mais seguro, por isso ele deve ser armazenado em um cofre, aponta ao “Vatican insider” Dom Salvatore DiCristina, Arcebispo de Monreale. A diocese de Sizily já favoreceu uma ”linha dura” contra os criminosos.

O cardeal e canonista Velasio De Paolis explicou que sacrilégios contra a Eucaristia estão entre os mais graves de delitos e que esses crimes recebem a condenação de excomunhão ”latae sententiae”, que só pode ser levantada pela Santa Sé. De Paolis sustenta que até mesmo a comunhão na mão oferece um risco maior de que a Eucaristia possa ser tirada, profanada ou mantida para fim sacrílego.

A lista das infrações é longa. Dois muçulmanos receberam a Eucaristia de um sacerdote em Sondrio, mas não comungaram, pelo contrário, colocaram em suas bolsas de mão. Segundo informações da polícia, há um boom em cultos satânicos. Píxides cheias, por exemplo, foram roubadas em San Giovanni in Bosco (Vasto), cibórios cheios em San Vio, hóstias consagradas desapareceram da Igreja-hospital de Biancavilla (Katania), a comunidade de Santa Caterina dello Ionia foi alvo de um ataque noturno. Aqui e em muitos outros furtos Eucarísticos os tabernáculo svazios, que foram violentamente forçados a abrir com ferramentas de assaltante, são a regra.

terça-feira, 25 de março de 2014

"O Anjo do Senhor anunciou a Maria, e ela concebeu do Espirito Santo!"

Carissímos, hoje a Igreja celebra com grande alegria a Festa da Anunciação do Senhor. Momento sublime e único na vida da Virgem Maria, o anjo a visita, traz um recado do céu, "Ave cheia de graça, o Senhor é contigo!" (Lc 1, 28) A cheia de graça, sim, cheia de graça, pois ela encontrou predileção diante de Deus. Neste momento é revelada solenemente a pureza de Maria, sim, pois Deus não iria escolher uma impura para ser mãe do seu filho. A pureza de Maria é proclamada solenemente pelo Anjo Gabriel, e com ele também queremos conclamar a pureza de Maria!
"O anjo disse: Não tenhas medo, Maria, por que encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás a luz um filho, a quem porás o nome de Jesus"(Lc 1, 30) Maria, na sua inocênçia, com medo, o anjo a tranquilizou. Maria mais calma entendeu a vontade de Deus mas o questionou: "Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?" (Lc 1, 34) Muitas vezes também, não entendemos a vontade de Deus, o questionamos, sim é bom questionar um pouco a Deus, pois, como diz o Padre de minha paróquia: Na vida de vez em quando precisamos questionar a Deus, não querer ser maior que ele, mas se perguntar o por que e para que? Maria não conhecia homem algum, mais um voto na pureza de Maria. Mas o anjo continua a sua missão e responde a Virgem:"O Espirito Santo virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer de ti será chamado Santo, Filho de Deus."(Lc 1,35)
Pronto! Não precisamos mais ter duvidas da pureza de Maria! O poder do Altíssimo a cobriu com sua sombra, e a encheu do Espirito Santo! O Pai a abençoou e lhe deu uma missão sublime, a jovem Maria agora é a mãe do Salvador! E Maria responde com humildade e amor:"Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo tua Palavra!"(Lc 1, 38). Esta deve ser a nossa resposta diária, eis aqui Senhor, o teu servo, a tua serva! Maria na sua humildade acolheu a mensagem divina, e deu o seu SIM a Deus! A escolhida de Deus, a Mãe do redentor, se fez pequena diante de Deus. É preciso que nós, filhos de Maria, imitemos a nossa mãe amada, no seu testemunho de amor, humildade, serenidade e de pureza. Aproveito a ocasião da Solenidade da Anunciação do Senhor para dizer que apartir de hoje no nome da nossa Comunidade Católica dos Filhos de Maria, será acrescentado o nome PURÍSSIMA, lembrando que nossa mãe é pura e por isso também nós devemos ser puros! Termino esta reflexão com o trecho de uma das canções que mais gosto do Padre Zezinho: "A jovem Senhora um dia, recebeu um recado Divino! Por ela o amor nasceria, na verdade seria um menino! Não sei se era verde teus olhos, se tinha cabelos morenos, só sei que no ventre daquela flor, se gerava o libertador!" (História de Maria)

Sou todo vosso, ó minha boa e incomparavel mãe!
Paz e Bem!

Matheus Pinto

sexta-feira, 21 de março de 2014

Programação Quaresmal 2014





Carissímos, todos os anos nós fazemos uma programação quaresmal particular, este ano algumas coisas foram modificadas para melhor ser feita nossas devoções.

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PROGRAMAÇÃO
  • Toda quarta e sexta-feira da quaresma, Via Sacra ás 10hs.
  • Todos os dias Liturgia das Horas ás 08:30.
  • Abertura Solene da Semana Penitêncial ás 14hs.
  • Dia 07/04 Devoção das Sete Dores de Nossa Senhora, ás 19:30.
  • Dia 08/04 Devoção dos Sete Passos de Nosso Senhor, ás 20hs.
  • Dia 09/04 Via Sacra ás 19:40
  • Dia 10/04 Dia penitencial, ás 08hs terço e ladainha da Misericórdia, 10hs Paralitugia.
  • Dia 11/04 Festa alusiva ao Senhor do Bonfim, 10hs Paraliturgia Solene.
  • Dia 12/04 Vésperas solenes do Domingo de Ramos, 17hs.
    
    Oratório da Sagrada Família de Nazaré
    Via Sacra na manhã de hoje (21/03/2014)
    

    Liturgia dos Sacramentos

    O Batismo

    - Pelo Batismo somos regenerados pelo Espírito do Cristo para uma vida nova, recebemos o perdão dos pecados, no Filho Jesus somos feitos filhos de Deus Pai e participantes da natureza divina. Participando da morte e ressurreição do Senhor Jesus, somos incorporados a ele, tornando-nos membros do seu Corpo, que é a Igreja. No Batismo o Espírito do Ressuscitado vem habitar em nós (e com ele, o Pai e o Filho): tornamo-nos templo da Trindade.
    Tornamo-nos também membros do povo sacerdotal, participando do único sacerdócio de Cristo.
    -Características:
    * ministro: ordinariamente um ministro ordenado; extraordinariamente, qualquer pessoa, batizada ou não, desde que deseje fazer o que a Igreja faz.
    * elementos essenciais: a água e a fórmula «Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo».
    * outros elementos: o óleo dos catecúmenos (significa a graça de Cristo que penetrará na vida do novo cristão), o óleo do Crisma (significa participação do batizado na unção messiânica de Cristo, ungido com o Espírito Santo), a vela (significa a luz de Cristo, que nos ilumina pela fé), a veste branca (significa a pureza concedida pelo perdão de todos os pecados graças à Páscoa de Cristo).

    A Confirmação

    - Também chamado «crisma» porque é conferido pela unção com o Santo Crisma. Confere o Espírito Santo como força de Deus para o testemunho do Evangelho, vinculando-nos mais perfeitamente à Cristo e à sua Igreja. Obriga-nos ao testemunho e à difusão da fé, tornando-nos enviados pelo Senhor a anunciar o Evangelho.
    -Características:
    * ministro: ordinariamente, o Bispo; extraordinariamente, um sacerdote indicado pelo Bispo.
    * elementos essenciais: a imposição das mãos e a unção com o óleo do Crisma, acompanhada das palavras: «Recebe por este sinal o Espírito Santo, Dom de Deus».

    A Penitência

    - Na Igreja Antiga a Penitência era chamada «segundo batismo». Até o século VI era concedida uma só vez na vida e de modo público, numa celebração presidida pelo Bispo, como renovação da graça batismal. Posteriormente, a Igreja permitiu o costume introduzido pelos monges irlandeses da confissão repetida e auricular.
    - O Sacramento da Penitência é a atuação da força redentora da Páscoa do Senhor. Por ele, que infunde continuamente o seu Espírito Santo sobre a Igreja, o Pai nos reconcilia consigo, perdoando-nos os pecados.
    Isto aparece claramente na fórmula de absolvição: «Deus Pai de misericórdia, que pela morte e ressurreição do seu Filho reconciliou o mundo consigo, e infundiu o Espírito Santo para a remissão dos pecados, te conceda, pelo ministério da Igreja, o perdão e a paz. E eu te absolvo dos teus pecados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo».
    - Características:
    * ministro: o Bispo ou o sacerdote.
    * elementos essenciais: o reconhecimento dos pecados, o arrependimento sincero, o desejo de não mais cometê-los, a confissão clara e total dos mesmos, a satisfação (a penitência dada), a absolvição do sacerdote em nome de Deus e da Igreja.

    O Matrimônio

    - O Matrimônio é um contrato tão antigo quanto a humanidade. Faz parte do plano de Deus, como expressão do amor entre um homem e uma mulher, sinal do próprio amor de Deus.
    Entre batizados, Cristo Senhor quis elevar esse contrato à dignidade de sacramento, de sinal eficaz do seu amor: Cristo é o Esposo da Igreja, que é sua Esposa:
    * «Quem tem o esposo é a esposa; mas o amigo do esposo, que está presente e o ouve, é tomado de alegria à voz do esposo. Essa é a minha alegria e ela é completa» (Jo 3,29).
    * «Por acaso podem os amigos do noivo estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo lhes será tirado...» (Mt 9,15).
    * «Vós, maridos, amai vossas mulheres como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, a fim de purificá-la com o banho da água e santificá-la pela Palavra... Assim também os maridos devem amar as próprias mulheres, com o seus próprios corpos. Quem ama sua mulher ama-se a si mesmo, pois ninguém jamais quis mal à sua própria carne, antes alimenta-a e dela cuida , como também faz Cristo com a Igreja, porque somos membros do seu Corpo. Por isso deixará o homem o seu pai e a sua mãe e se ligará à sua mulher, e serão ambos uma só carne. É grande este mistério (sacramentum): refiro-me à relação entre Cristo e a sua Igreja» (Ef 5,21-33).
    - Assim, pelo sacramento do Matrimônio, Cristo Senhor, infunde o seu Espírito de amor sobre o amor humano, de modo que este passe a significar o amor esponsal entre Cristo e sua Igreja.
    - Características:
    * ministro: os cônjuges, que administram um ao outro o sacramento.
    * elementos essenciais: a firme convicção de indissolubilidade, monogaminidade e fecundidade da relação matrimonial.
    * importante para a validade: a Bênção e testemunho de um ministro autorizado pela Igreja: Bispo, sacerdote, diácono ou, extraordinariamente, um leigo.
    * o matrimônio é realizado através do consentimento de ambos: «Eu te recebo... e te prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te... todos os dias da nossa vida».
    * a aliança recorda o amor de aliança entre Deus e seu povo, entre Cristo e sua Igreja, entre marido e mulher.

    A Ordem

    - É o Sacramento pelo qual um batizado, membro do Povo sacerdotal, recebe do Espírito do Senhor ressuscitado que o configura a Cristo Cabeça e Esposo da Igreja para a edificação do Corpo de Cristo e a glória de Deus Pai. Aquele que é ordenado é configurado a Cristo Mestre, Sacerdote e Pastor da sua Igreja, tendo o múnus de ensinar, santificar e governar o Povo de Deus.
    Este sacramento, sendo um só, é participado de três modos diversos, conforme o grau:
    - primeiro grau é o Episcopado: recebendo o sacramento, o ordenado entra no Colégio Episcopal que sucede ao Colégio Apostólico. O Bispo é sucessor dos Apóstolos. Torna-se, na sua Igreja particular, vigário de Cristo Pastor, Mestre e Santificador. Ele deve amar a Igreja como Cristo a ama: como sua Esposa. O anel episcopal recorda precisamente isto.
    - segundo grau é o Presbiterato: o que recebe este grau do Sacramento da Ordem é configurado a Cristo Mestre, Santificador e Pastor do seu Povo como cooperador da Ordem episcopal. O Presbítero é subordinado ao Bispo e, pelo Sacramento, faz parte do Presbitério da Igreja local.
    - terceiro grau é o Diaconato. Quem recebe este grau não é sacerdote. É ordenado para o serviço do Altar e da caridade. Os diáconos são cooperadores do Bispo e, por determinação sua, dos presbíteros.
    - Características:
    * ministro: o Bispo. Para a ordenação episcopal, ao menos três bispos.
    * quem pode ser ordenado: qualquer batizado do sexo masculino. É doutrina definitiva e vinculante da Igreja católica que o sacramento da Ordem, por vontade de Cristo e Tradição apostólica, não pode ser conferido às mulheres.
    * elementos essenciais: a imposição das mãos e a oração consacratória.
    * outros elementos: a unção com o óleo (nas mãos, para o padre; na cabeça, para o bispo), a entrega dos instrumentos (a Escritura Sagrada, para o diácono; o cálice com vinho e a patena com o pão, para o padre; o báculo, o anel e a mitra, para o bispo).

    A Unção dos Enfermos

    - Por este Sacramento o cristão que atravesse um momento de prova física, ou por doença, ou por idade avançada, recebe de Cristo a força do Espírito Santo para que possa viver seu momento de dor unido à Cruz do Senhor pelo bem do seu Corpo, que é a Igreja. O cristão faz, assim, da sua dor, um modo fecundíssimo de participar da Páscoa do Senhor Jesus.
    - Características:
    * ministro: o Bispo ou um sacerdote
    * elementos essenciais: a unção com o óleo dos enfermos e a oração da Igreja
    * outros elementos: é recomendável que quem recebe este Sacramento receba também o Sacramento da Penitência e a Comunhão eucarística - se o estado do enfermo for grave deverá recebê-lo em forma de viático (ou seja, a comunhão é levada em casa).

    Conclusão

    - Pelos sacramentos os cristãos participam sempre do mistério da morte e ressurreição de Cristo, da sua Páscoa... em cada sacramento sob um aspecto diferente:
    - pelo Batismo é configurado à Cristo morto e ressuscitado, nascendo para uma vida nova pela potência do Espírito;
    - pela Confirmação recebe a força Espírito do Ressuscitado para testemunhá-lo no seu mistério pascal;
    - pela Penitência morre para o pecado e renasce para a vida da graça, experimentando os efeitos redentores da Páscoa do Senhor;
    - pelo Matrimônio testemunha o amor pascal que Cristo, na morte e ressurreição, manifestou à sua Igreja;
    - pela Ordem é configurado a Cristo Esposo e Cabeça da Igreja, que a ela se entregou na Cruz e a vivifica pela sua ressurreição;
    - pelo Unção dos Enfermos recebe a graça de participar do sofrimento pascal do Senhor.
    - Assim, o cristão participa da oferta pascal que Cristo apresentou ao Pai como sacerdote na Nova Aliança. Em outras palavras: cada vez que o cristão recebe um sacramento participa do exercício do sacerdócio de Cristo Jesus, no Espírito Santo, para a glória do Pai.
    - OBS.: Para uma catequese completa sobre os Sacramentos é indispensável ler o Catecismo da Igreja Católica nn. 1210-1690.

    3 - A Eucaristia

    Visão geral

    - O Sacramento da Eucaristia é o sacramento por excelência. A palavra eucaristia significa «ação de graças». Na celebração eucarística os cristãos fazem memorial da Páscoa de Cristo Jesus, tornando presente o mistério da entrega que Cristo fez de si ao Pai para a salvação do mundo inteiro através da sua paixão, morte, ressurreição, ascensão ao céu e do dom do Espírito Santo.
    Assim, cada vez que se celebra a Eucaristia torna-se presente a nossa salvação. Nesta santa celebração a Igreja apresenta ao Pai a Páscoa do Filho, tornada presente pela força do Espírito Santo. Ponto alto da celebração são o momento da epíclese (invocação do Espírito para transformar as espécies no corpo e sangue de Cristo) e da anámnese (recordação da entrega que Cristo fez na Última Ceia, transformando o pão no seu Corpo e o vinho com água no seu Sangue).
    - Recebendo o Corpo do Cristo ressuscitado, pleno do Espírito Santo, nós somos divinizados, santificados, tornamo-nos, no Espírito Santo, uma só coisa com o Senhor Jesus e, nele, uma só coisa uns com os outros. É por isso que pode-se dizer que a Eucaristia faz a Igreja.
    - Na Eucaristia o Senhor está presente na sua Palavra, no Celebrante, na Assembléia, mas, sobretudo nas espécies do pão e do vinho.
    - A Eucaristia é a mais intensa ação de Cristo que, por nós e conosco agradece, louva, suplica, pede perdão ao Pai na potência do Espírito Santo.
    - A Eucaristia é também fonte da atividade missionária da Igreja, pois celebrando a Páscoa do Senhor, escutando a sua Palavra e alimentados com o Pão eucarístico, somos impelidos a anunciá-lo até que ele venha.

    História e estrutura da Eucaristia

    - No início a Eucaristia era celebrada pelas casas e chamava-se «fração do pão». Primeiro fazia-se uma refeição em comum chamada «ágape». Rezava-se e lia-se um texto do AT; o presidente fazia uma homilia. No final, o presidente da celebração pronunciava a bênção de ação de graças (eucaristia) sobre o pão e o vinho em memorial do que o Senhor fez. Tal modo de celebrar desapareceu cedo devido aos abusos: uns iam só para comer, enquanto outros passavam fome (cf. 1Cor 11,17-34).
    - Ainda no final da época apostólica já aparecia claramente na celebração eucarística as duas parte essenciais: a Liturgia da Palavra, na qual se recordava as maravilhas de Deus, cumpridas na missão e na Páscoa de Cristo e a Liturgia Eucarística, na qual tudo quanto foi anunciado tornava-se presente ao tornar-se presente a Páscoa do Senhor no pão e no vinho. Lc 24,13-35 é um exemplo disso: esta passagem é uma catequese sobre a Eucaristia: os discípulos tristes no caminho escutam a Palavra do Senhor que lhes explica as Escrituras a seu respeito; depois partem o pão. E na Palavra e no Pão partido reconhecem o Senhor!
    - Devido a esse gesto de «dar graças» a celebração vai cada vez mais sendo chamada Eucaristia. No fim da era apostólica, com o início das perseguições e o aumento do número de cristãos, celebrava-se a Eucaristia na madrugada do Domingo (dies Domini = dia do Senhor). Na noite do sábado para o domingo os cristãos se reuniam. Cantava-se, liam-se textos da Escritura (AT) e as memórias dos Apóstolos (NT). Entre uma leitura e outra, aquele que presidia explicava os textos sagrados, relacionando tudo com Cristo. Quando o sol começava a despontar, aquele que presidia pronunciava a eucaristia (=a ação de graças) sobre o pão e o vinho. Depois todos comungavam e os diáconos levavam as espécies consagradas aos que não puderam participar. As pessoas traziam também donativos para os pobres; estes donativos eram recebidos pelo que presidia e entregue aos diáconos, que os distribuíam.
    Em Roma, a Eucaristia era celebrada nas catacumbas, pois os pagãos tinham medo de entrar aí pela noite. Em geral celebrava-se sobre o túmulo de um mártir, pois este, derramando seu sangue, uniu-se ao sacrifício de Cristo, tornando-se uma eucaristia viva. Daí vem o costume de colocar sempre dentro do altar relíquias de mártires ou de outros santos.
    - Com a liberdade da Igreja, a Eucaristia começou a ser celebrada nos templos e passou a ter uma maior solenidade: o presidente agora usava paramentos e as palavras a serem pronunciadas passaram a ser fixadas no missal. Na Idade Média começou-se a chamar a Eucaristia de Missa. Esta palavra vem do latim missio, que significa missão; ou seja, celebrar a Eucaristia é cumprir a missão que o Senhor nos confiou até que ele volte e, ao mesmo tempo, anunciá-lo ao mundo.

    Características

    - Ministro: o Bispo e os presbíteros. Não existe ministro extraordinário da Eucaristia! Existem, sim, ministros extraordinários da comunhão eucarística! Estes podem exercer seu ministério somente na sua Paróquia quando convidado pelo padre.
    - Elementos essenciais: o pão sem fermento, o vinho e a água.
    - Sendo de origem apostólica, a estrutura da Eucaristia não pode ser mudada nem mesmo pela Igreja: tem de ter a liturgia da Palavra e a liturgia eucarística.
    - Também tem de haver a comunhão, ao menos do presidente. Participar da Eucaristia sem comungar é algo extremamente aberrante... mais que ir a um banquete e não participar da refeição!

    Características atuais da Celebração eucarística

    - ESTRUTURA
    I - LITURGIA DA PALAVRA » acolhida» ato penitencial
    » glória
    » coleta
    » I leitura
    » salmo
    » II leitura
    » aleluia
    » evangelho
    » homilia
    » credo
    » oração dos fiéis
    II - LITURGIA EUCARÍSTICA » apresentação das ofertas» oração
    ORAÇÃO EUCARÍSTICA: » prefácio
    » epiclese
    » anámnese (memorial, consagração)
    » intercessões
    » doxologia
    RITO DA COMUNHÃO: » Pai-nosso
    » rito da paz
    » fração do Pão
    » comunhão da assembléia
    » silêncio sagrado
    » oração após a comunhão
    RITOS FINAIS: » eventuais avisos
    » bênção
    » despedida

    4 - Como preparar a celebração eucarística

    O local da celebração

    - Sendo a Eucaristia ação sagrada por excelência, não deve ser celebrada em qualquer local. O ambiente normal da celebração é o templo. Somente extraordinariamente pode ser celebrada fora da igreja e, nas residências, somente com licença expressa do Bispo.
    - O ambiente da Eucaristia deve:
    * ser digno: limpo, bem conservado, iluminado, ornamentado com bom gosto e simplicidade;
    * ter um altar coberto com uma toalha sempre de cor branca. Não se deve usar uma mesa qualquer para a Eucaristia! A toalha deve ser, sempre que possível, de linho e de forma retangular. No altar devem-se colocar sempre duas velas e, nele ou a seu lado esquerdo, um crucifixo. Caso se coloquem flores, devem ser poucas e discretas, de modo a não tomarem a frente das oferendas. No altar deve também estar o missal, aí colocado depois que o padre o tiver marcado na sacristia.
    * ter sempre uma estante (ambão) para a leitura da Palavra de Deus no lado direito do altar. Assim como é indispensável a mesa do Pão eucarístico, é também indispensável a mesa do Pão da Palavra! Do ambão são feitas as leituras e o salmo (que faz parte da liturgia Palavra e não pode ser modificado ou substituído por um canto de meditação), a proclamação do Evangelho e a oração dos fiéis. Na estante deve estar o lecionário (livro de leituras). Nunca se deve fazer as leituras da missa pelo jornalzinho. Também não é correto fazê-la na Bíblia. O comentarista não deve fazer os comentários no ambão...
    * ser preparada do lado direito uma mesinha (credência) coberta de branco. Na credência devem estar:
    = o cálice com o sanguinho (o pano que serve de guardanapo),
    = a patena (de preferência funda) com a hóstia grande e uma porção de partículas,
    = o corporal (pano grande e quadrado, dobrado, que é forrado sobre o altar),
    = a pala (pequeno quadrado forrado de branco para cobrir c cálice),
    = se necessário, uma âmbula (cálice tampado com as demais partículas que serão consagradas. Também é chamada de cibório),
    = as galhetas com vinho e água,
    = uma pequena bacia com um jarro com água para o padre lavar as mãos,
    = o manustégio (uma toalha para enxugá-las).
    * ser preparada uma cadeira digna para o Presidente da celebração. Essa cadeira nunca deve ficar na frente do altar, mas atrás ou a seu lado. A cadeira não deve ter forma de poltrona ou de torno. Os banquinhos para os acólitos não deveriam estar ao lado da cadeira do presidente, mas no canto, para não dar a impressão que estes estão concelebrando canto.
    * ser reservado um local para os cantores.

    Os participantes da celebração

    - Participa da Eucaristia todo fiel batizado. Um não batizado pode assistir, jamais participar, pois não faz parte do Corpo sacerdotal de Cristo.
    O sacerdote torna presente Cristo Cabeça; os fiéis são o Corpo sacerdotal do Senhor. Padre e fiéis tornam presentes sacramentalmente o Cristo Total no seu ofício sacerdotal.
    - Na celebração cada um tem seu ofício. A regra mestra para participar é esta: cada um faça tudo e somente e que lhe compete. Por exemplo: é errado o padre fazer as leituras ou cantar o salmo: isto compete aos leigos; como é completamente errado um leigo fazer a homilia! Um erro muito comum é os leigos dizerem a oração da paz e a doxologia «por Cristo, com Cristo, em Cristo» - isto compete somente ao padre. O missal explica tudo e, por ser celebração de toda a Igreja, ninguém nem grupo particular nenhum, pode modificar o que é determinado pelo missal! Um padre que quisesse celebrar do seu jeito estaria deixando se ser ministro (servo) da Igreja para ser usurpador, fazendo da Santa Missa a sua «missinha» particular. Os fiéis devem rejeitar um tal comportamento!
    - O comentarista não deve fazer também a leitura ou salmo.
    - Os acólitos que servem na celebração devem estar digna e modestamente vestidos. O correto é estarem sempre de túnica.

    O que se canta, o que se comenta

    - Os comentários devem ser breves e claros. Podem-se fazê-los: na introdução, antes de cada leitura, antes da apresentação das ofertas, após a oração pós-comunhão. O comentarista nunca deve anunciar o livro a ser lido (é o leitor quem o fará). Nunca se deve dizer capítulo e versículo da leitura a ser feita ou do salmo a ser cantado. Também nunca se diz “palavras do Senhor”, mas “Palavra do Senhor”.
    - Quanto aos cânticos: devem ser sempre litúrgicos. É proibido cantar nas celebrações litúrgicas cânticos profanos! Só se canta um cântico composto especificamente para a liturgia!
    No Glória, Credo e Santo deve-se prestar atenção para não se colocar letras que alterem o sentido da oração original; Em outras palavras:
    = o Glória deve ser sempre um louvor ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. É errado cantar nessa hora o hino «Glória, glória, aleluia»!
    = o Credo deve ter sempre uma clara confissão de fé na Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo e, ao menos, uma alusão a Igreja. O ideal é não mudar a letra do Credo!!!
    = o Santo deve ter ao menos a afirmação da santidade de Deus Pai e a proclamação de que Jesus, que vem em seu nome, é bendito.
    - Sempre que se canta o canto da paz, deve-se cantar também o Cordeiro.

    Como organizar a procissão das ofertas

    - Rigorosamente, não se devem oferecer coisas que depois serão retomadas! Isso seria um teatrinho! O que é oferecido deveria ser coisas para a celebração, para a manutenção da Igreja e para ajudar aos necessitados.
    A ordem da procissão é a seguinte: primeiro as ofertas que se queiram trazer. Por último o vinho, a água e o pão. Não se traz o cálice vazio, nem as velas, nem a cruz, nem o missal, e muito menos a bacia com o jarro d’água!
    As ofertas são entregues ao Padre ou ao Diácono.

    Como comungar

    - Há somente dois modos de comungar:
    * um mais antigo: na mão. O fiel estende as duas mãos, a direita sob a esquerda. O padre coloca o Corpo do Senhor, dizendo: «o Corpo de Cristo»; o fiel toma a hóstia, responde «amém» e comunga, observando se ficou algum fragmento na mão para limpá-lo.
    * um modo mais recente: na boca. Após responder «amém», o fiel abre a boca e estira a língua um pouco.
    - Quando a comunhão é sob as duas espécies é dada sempre na boca.
    - É errado: * ir ao altar e pegar a hóstia. A comunhão deve ser sempre recebida: «Tomai!», disse Jesus!
    * pegar a partícula das mãos do padre antes que ele a deposite na palma de nossa mão.

    As cores litúrgicas

    - De acordo com os tempos litúrgicos e com as festas celebradas, mudam-se as cores litúrgicas. São elas:
    - Verde: usada no tempo comum, quando não há nenhuma comemoração especial. Significa a esperança cristã, fundamentada na Ressurreição do Senhor e na sua presença na Igreja: na aparente banalidade da vida, o cristão espera sempre, pois o seu Senhor está presente.
    - Branco: usada no tempo do Natal e Pascal, nas festas de Cristo, da Virgem Maria e dos Santos não mártires. Significa a pureza da vida cristã, a fé e a vida nova trazida por Cristo.
    - Vermelho: usada na Sexta-feira Santa, na Solenidade de Pentecostes e nas festas dos Santos mártires. Significa o fogo do amor divino doado pelo Espírito que faz, inclusive, derramar o sangue no testemunho de Cristo.
    - Roxo: usada nos tempos de penitência: Advento e Quaresma, bem como nas missas exequiais (pelos mortos) e celebrações penitenciais. Significa a sobriedade e o luto de um coração contrito e humilhado.
    - Rosa: é facultativa. Trata-se de um roxo mitigado e pode ser usada no Terceiro Domingo do Advento e no Quarto da Quaresma.

    Ritos e gestos da celebração

    - Eis alguns dos gestos mais significativos:
    * abrir os braços: era o modo de rezar dos judeus e dos antigos cristãos
    recorda também os braços abertos do Crucificado.
    * estar em pé: atitude de atenção, de disponibilidade, de respeito.
    * ajoelhar-se: atitude de adoração, de dependência
    é a atitude básica do cristão diante do Senhor ressuscitado: diante dele se dobre todo joelho, no céu e na terra (cf. Fl 2,10).
    o mesmo sentido tem a genuflexão diante do Santíssimo.
    * inclinar-se: sinal de respeito, humildade, dependência, súplica.
    - Eis alguns ritos:
    * abraço da paz: é o modo tipicamente cristão de saudar-se em Cristo.
    na Igreja antiga os cristãos trocavam entre si o ósculo (beijo na face) em sinal da fraternidade em Cristo.
    saudar-se em Cristo é desejar ao outro a paz que Cristo nos deu; é também reconhecer que o outro está comigo na mesma Paz, ou seja, na mesma e única Igreja de Cristo.
    * a fração do Pão: é um gesto que recorda o próprio nome da Missa.
    foi o gesto de Jesus.
    Em Roma, o rito chamado “fermentum” adquiriu um significado belíssimo: após partir o Pão consagrado, o Bispo enviava uma partícula para seus presbíteros, que celebravam nas várias paróquias. Esses padres, misturavam esse pedaço com o vinho da missa que eles celebravam, indicando, assim, que a missa celebrada por eles era a mesma do Bispo. Assim, esse gesto significa que a Eucaristia é uma só, é sacramento de unidade!
    Atualmente, o rito recorda que ambas as espécies pertencem à única pessoa do Cristo glorioso em sua totalidade: Cristo todo no pão e todo no vinho, vivo, ressuscitado.
     
    +Dom Henrique Soares da Costa

    TERCEIRA TARDE DE LOUVOR COM A MÃE PURÍSSIMA!

    "Nós amamos porque primeiro Deus nos amou!" (1Jo 4, 19) Abrimos o mês da Bíblia com a Terceira Tarde de Louvor com a Mãe Puríss...