Estamos acostumados a chamar templos de alvenaria, ou de outros materiais, de casa de Deus. O rei Davi quis construir uma para essa finalidade, vista sua dor de consciência de ele mesmo ter uma casa boa para morar e não ter ainda feito uma para Deus. Mas o Senhor não aceitou o intento do rei por ele ter sido muito violento. Quis deixá-lo para seu sucessor, o filho Salomão (Cf. 2 Samuel 7,1-16).
Através de seu Filho Jesus o Pai quis fazer morada entre os humanos. Preferiu escolher morar na moça chamada Maria para, a seguir, fixar residência em todo ser humano. Deus prefere ser acolhido na vida de cada ser humano, criado a sua imagem e semelhança, como em Zaqueu, homem de baixa estatura. Ele subiu a uma árvore para ter a chance de ver Jesus passar cercado pela multidão. Jesus olhou para cima e anunciou-lhe que iria hospedar-se em sua casa. O pequeno homem, grande em desvio de conduta, tornou-se grande com a vida convertida para ser morada do amor de Deus em toda a sua vida!
Nesta preparação próxima para a celebração do Natal de Jesus, somos convidados a perceber o sentido da vida deixando-o habitar em nosso ser, em nossas famílias e em toda a convivência social. Não basta dizer-nos religiosos porque fazemos preces ou por termos sido batizados. É essencial vivermos como templos itinerantes do Senhor, levando-O na caminhada do dia a dia a todos os lugares. De repente Ele tem muito a nos direcionar para o aceitarmos melhor, através do cuidado com a natureza, a atenção aos mais desvalidos na família, na comunidade e nas interações humanas. Se deixarmos nosso templo ser emoldurado por Deus somos capazes de nos comprometer com uma qualidade de vida própria de quem imita o Deus-conosco. Ele vem dar de si para termos condição de vivermos dignamente. Há tantos irmãos nossos que não sabem por que vivem ou querem viver como gente e não têm possibilidades. Querem ter vez e condição de serem amados, tendo meios de sustentabilidade material e espiritual.
Quem não se deixa ser templo de Deus perde todo o seu tempo na vida, mesmo tendo tudo na ordem material, intelectual, bem estar sensível, todos os prazeres e posição social avantajada. Pode ter cargos sociais e políticos de relevância, mas vive no vazio de si. Não é capaz de desenvolver suas capacidades para produzir os frutos próprios de quem está com Deus e se compromete em realizar tudo de acordo com suas coordenadas!
Maria, uma vez dado seu sim a Deus, já como verdadeiro templo da criança em seu ventre, foi logo comunicar o fato à sua prima Izabel e prestar seus préstimos a ela, também próxima de dar à luz a João Batista. Uma vez aceitando que Deus more em nosso templo pessoal, não nos fechamos em nós mesmos. Vamos comunicar, como Maria, a presença de Jesus em nossa história, como verdadeiros missionários seus. Mais do que nunca precisamos realizar essa realidade. Então, o Natal acontece em nós. Não é só festa de um dia. Somos templos de Deus em toda a vida! O Natal é o cotidiano vivido com as coordenadas do Emanuel em nós.
Dom José Alberto Moura, CSS
Arcebispo Metropolitano de Montes Claros - MG
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
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