`Ó RAINHA DOS MARES PROTEGEI NOSSOS LARES`!
MEUS IRMÃOS CONVIDAMOS TODOS A PARTICIPAR DA SOLENE FESTA DE NOSSA SENHORA DOS MARES NO DIA 08/09/11 OBEDECENDO A SEGUINTE PROGRAMAÇÃO:DIAS 05,06,07/09 SOLENE TRIDUO AS 19:30.NO DIA 08/09 FESTA SOLENE:AS 05:00-SANTO OFICIO DE NOSSA SENHORA,06:00-ALVORADA FESTIVA E SOAMENTO DOS SINOS COM O SANTO TERÇO,12:00:MOMENTO DE ADORAÇÃO,13:40-PREGAÇÃO,15:00CELEBRAÇÃO DA PALAVRA COM O DIRIGENTE MATHEUS PINTO,16:OO-SANTA MISSA SEGUIDA DE UMA BELISSIMA PROCISSÃO RENDENDO GRAÇAS E LOUVORES A NOSSA SENHORA DOS MARES E AO SENHOR BOM JESUS DA BONANÇA E GUIA!!!!
NOSSA SENHORA DOS MARES ROGAI POR NÓS!!
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
sábado, 13 de agosto de 2011
UM POUCO SOBRE SANTA CLARA
800 anos do Carisma de Santa Clara - Frei Vitório Mazzuco
O Jubileu de Clara de Assis, no ano de 2010, trouxe o tema da contemplação. Não é fácil para nós, pessoas de intensa vida de atividades, falarmos da experiência contemplativa. A contemplação passa longe de nosso jeito; e por isso também não é fácil falarmos da contemplação em Clara de Assis. Quando vamos ao conceito de contemplação não é difícil, basta olharmos a experiência monástica. Mas Clara escapa da prisão dos conceitos; em Clara de Assis há algo sutil e especial; ela cria condições internas e externas para a intimidade com o Esposo. Na interioridade está o silêncio e a natureza própria do lugar, o mosteiro e a natureza que a envolve (ser Esposa). Na exterioridade ela cria as melhores condições de vida fraterna ( ser Mãe e Irmã). É algo forte de amor esponsal, fraternal, filial, intensamente espiritual e afetivo. A contemplação em Clara é um estado de vida. Viver com os olhos da alma, viver com os olhos da prece, viver com olhar amoroso. A contemplação de Clara é uma presença agradecida, reconhecida, reverente, eucarística, olhos e ouvidos na Palavra, é uma pura restituição: dar ao Senhor o que lhe pertence.
Quando lemos a vida de Clara de Assis nos toca a imediatez da sua vocação. Estar no oculto do palácio de sua família nobre, ir para a orante e fraterna comunidade dos frades na Porciúncula, recolher-se, por breve tempo, no mosteiro das Beneditinas e, finalmente, fixar-se para sempre em São Damião. Tudo isto não foi feito sem o estar bem dentro da experiência. Quem sabia viver como uma dama nobre recolhida no palácio da família, aprendia a viver oculta no mosteiro. A vida de Clara foi assim: sair do mundo, sair dos bens materiais, amar a convivência e ajuda aos pobres e leprosos, ser serva junto com os servos da casa de sua família, descobrir a vida a partir do Evangelho, solidão fraterna como o dom de estar junto, oração contínua, trabalho para auto sustentação, uma forma de vida religiosa como substituição radical da vida nobre e burguesa do passado, a liberdade de renunciar tudo, ser uma oferenda total cotidiana, um ágape de amor, um amor que não pode ser senão sacrifício feito com serena alegria. Assim como Francisco, Clara faz parte dos loucos de Amor, loucos por Deus. O primeiro passo desta loucura é o seu louco amor pelo Esposo pobre e crucificado. Tudo isto fez da vida de Clara uma contemplação natural. O Amado buscado no silêncio do claustro não é somente uma estrutura de vida de uma jovem e bela monja, mas é fato de Amor, é história de Amor. A contemplação em Clara é puro enamoramento, é o estar intimamente e permanentemente na recordação de Deus como o sentimento de uma presença. A vida de Clara foi o sair para entrar. Sair não como fuga, mas entrar no coração do Amado. É como diz um verso de Mário Quintana: “ Amar é a alma mudar de casa”.
A contemplação em Clara é o seu diálogo pessoal, íntimo e profundo da jovem bela de Assis com o Deus glorioso e crucificado; o mistério de comunhão entre a mulher que se consagra e faz desta consagração um encontro pessoal. Contemplar é ver o Amor face a face. O Amado está além de tudo o que existe, mas está em tudo o que existe, é preciso descobri-lo ali. Vê-lo em tudo porque ele está em tudo. É conhecê-lo a partir do filtro do Amor. Quem ama conhece, fala, ora, sente o coração purificado e agraciado. Quem ama é sensível, é profundamente humano. A contemplação em Clara é uma leve prática ascética de cuidar, orar, fazer e conviver. Se tem que fazer, faz por inteira, faz com o coração. Direciona a sua paixão para sublimar a sua capacidade de amar. A contemplação em Clara é ser Pobre, isto é, esvaziar-se de si mesma e oferecer o seu eu. Sair do mundo e entrar na casa do Amado.
A contemplação em Clara faz parte do fenômeno místico que surgiu com força da experiência emergente das mulheres nos séculos XII e XIII. Um modo próprio de viver a fé sem a mediação do clero e de uma teologia rigorosamente intelectual que bebia na fonte da escolástica. Para o tempo experimentar Deus era uma experiência possível através do conhecimento teológico; para as mulheres da época que entraram nos mosteiros, experimentar Deus era abraçá-lo através de uma vida e linguagem de amor. Matilde de Magdeburgo, uma mística medieval, chamava esta experiência de “Senhoras do Amor”, a emanação feminina que enlaça um diálogo de amor com Deus. É a mística nupcial, ou o esponsalício místico. Deus é encontrado na sua humanidade e na sua divindade: Menino, Esposo, Homem da dor e do sofrimento, misericordioso, bondoso, materno e paterno, Rei e Príncipe. É um amor que leva à união mística. Entrar no mosteiro é entrar na casa do Amado, na alma do Amado, como um lugar privilegiado da transcendência. Assim fizeram Juliana de Norwich, Gertrudes de Helfta, Margarida Porete, Humiliana de Cerchi, Benvenuta Bojani, Matilde de Magdeburgo, Margarida de Cortona, Hildegarde de Bingen, assim o fez Clara de Assis. Estas mulheres viveram a contemplação como uma nova teologia da ternura e refizeram o Cântico dos Cânticos.
Deus não é distante e rigorosamente austero como apresentava a cultura monástica de então, mas sim uma Mãe amorosa, um Pai bondoso, um Esposo que faz o coração vibrar de Amor, refúgio, consolação, benevolência e encantamento. De um modo simples e sensível, Clara faz de São Damião o seu lugar contemplativo: espaço, tempo e eternidade. Um lugar de parar e ao mesmo tempo de fazer um caminho espiritual, esta é a dinâmica da vida contemplativa. São Damião é o templo da intimidade, sacrário do Espírito do Senhor, santuário, lugar para habitar espiritualmente. Contemplar é ter o domínio das horas na constante recordação de que tudo é sagrado, porque o amor que está n coração diviniza o tempo. É uma privacidade que não é passividade. É um desejo que não é reprimido , mas intensamente acolhido. Uma vida que não é estagnação, mas processo amoroso que unifica o ser.
Tomás de Celano escreve em sua Vita I, 20: “ De tal modo as Damas Pobres adquiriram o dom da contemplação que nela aprendem o que se deve fazer e o que se deve evitar; conseguem, com extrema facilidade, manter-se na presença de Deus e permanecem constantes, dia e noite, no louvor divino e nas orações” Contemplar é aprender o que se deve fazer e evitar sob o filtro da prece. É discernir sempre a partir do melhor.
Clara de Assis escreve à Inês de Praga: “ Caríssima, alegra-te sempre no Senhor e não permitas que te envolva nenhuma névoa de amargura, ó senhora amadíssima em Cristo, alegria dos anjos e coroa das irmãs. Aplica tua mente ao espelho da eternidade, põe tua alma no esplendor da glória, coloca teu coração na figura da divina substância e transforma-te, inteiramente, pela contemplação, na imagem da divindade, para que também tu possas experimentar o que experimentam os amigos quando saboreiam a doçura escondida que o mesmo Deus reservou desde o princípio para aqueles que o amam” ( II Carta a Inês de Praga )
Contemplação em Clara é alegria, realização, mente focada no Amor, coração tomado pela substância divina, transformação, doçura saboreada, e tudo isto e muito mais sem deixar, um instante sequer, decair. É enlevo, êxtase, prática e presença. Que Santa Clara de Assis nos ensine a contemplar!
por Cássio S Souza (Sacerdote)
O Jubileu de Clara de Assis, no ano de 2010, trouxe o tema da contemplação. Não é fácil para nós, pessoas de intensa vida de atividades, falarmos da experiência contemplativa. A contemplação passa longe de nosso jeito; e por isso também não é fácil falarmos da contemplação em Clara de Assis. Quando vamos ao conceito de contemplação não é difícil, basta olharmos a experiência monástica. Mas Clara escapa da prisão dos conceitos; em Clara de Assis há algo sutil e especial; ela cria condições internas e externas para a intimidade com o Esposo. Na interioridade está o silêncio e a natureza própria do lugar, o mosteiro e a natureza que a envolve (ser Esposa). Na exterioridade ela cria as melhores condições de vida fraterna ( ser Mãe e Irmã). É algo forte de amor esponsal, fraternal, filial, intensamente espiritual e afetivo. A contemplação em Clara é um estado de vida. Viver com os olhos da alma, viver com os olhos da prece, viver com olhar amoroso. A contemplação de Clara é uma presença agradecida, reconhecida, reverente, eucarística, olhos e ouvidos na Palavra, é uma pura restituição: dar ao Senhor o que lhe pertence.
Quando lemos a vida de Clara de Assis nos toca a imediatez da sua vocação. Estar no oculto do palácio de sua família nobre, ir para a orante e fraterna comunidade dos frades na Porciúncula, recolher-se, por breve tempo, no mosteiro das Beneditinas e, finalmente, fixar-se para sempre em São Damião. Tudo isto não foi feito sem o estar bem dentro da experiência. Quem sabia viver como uma dama nobre recolhida no palácio da família, aprendia a viver oculta no mosteiro. A vida de Clara foi assim: sair do mundo, sair dos bens materiais, amar a convivência e ajuda aos pobres e leprosos, ser serva junto com os servos da casa de sua família, descobrir a vida a partir do Evangelho, solidão fraterna como o dom de estar junto, oração contínua, trabalho para auto sustentação, uma forma de vida religiosa como substituição radical da vida nobre e burguesa do passado, a liberdade de renunciar tudo, ser uma oferenda total cotidiana, um ágape de amor, um amor que não pode ser senão sacrifício feito com serena alegria. Assim como Francisco, Clara faz parte dos loucos de Amor, loucos por Deus. O primeiro passo desta loucura é o seu louco amor pelo Esposo pobre e crucificado. Tudo isto fez da vida de Clara uma contemplação natural. O Amado buscado no silêncio do claustro não é somente uma estrutura de vida de uma jovem e bela monja, mas é fato de Amor, é história de Amor. A contemplação em Clara é puro enamoramento, é o estar intimamente e permanentemente na recordação de Deus como o sentimento de uma presença. A vida de Clara foi o sair para entrar. Sair não como fuga, mas entrar no coração do Amado. É como diz um verso de Mário Quintana: “ Amar é a alma mudar de casa”.
A contemplação em Clara é o seu diálogo pessoal, íntimo e profundo da jovem bela de Assis com o Deus glorioso e crucificado; o mistério de comunhão entre a mulher que se consagra e faz desta consagração um encontro pessoal. Contemplar é ver o Amor face a face. O Amado está além de tudo o que existe, mas está em tudo o que existe, é preciso descobri-lo ali. Vê-lo em tudo porque ele está em tudo. É conhecê-lo a partir do filtro do Amor. Quem ama conhece, fala, ora, sente o coração purificado e agraciado. Quem ama é sensível, é profundamente humano. A contemplação em Clara é uma leve prática ascética de cuidar, orar, fazer e conviver. Se tem que fazer, faz por inteira, faz com o coração. Direciona a sua paixão para sublimar a sua capacidade de amar. A contemplação em Clara é ser Pobre, isto é, esvaziar-se de si mesma e oferecer o seu eu. Sair do mundo e entrar na casa do Amado.
A contemplação em Clara faz parte do fenômeno místico que surgiu com força da experiência emergente das mulheres nos séculos XII e XIII. Um modo próprio de viver a fé sem a mediação do clero e de uma teologia rigorosamente intelectual que bebia na fonte da escolástica. Para o tempo experimentar Deus era uma experiência possível através do conhecimento teológico; para as mulheres da época que entraram nos mosteiros, experimentar Deus era abraçá-lo através de uma vida e linguagem de amor. Matilde de Magdeburgo, uma mística medieval, chamava esta experiência de “Senhoras do Amor”, a emanação feminina que enlaça um diálogo de amor com Deus. É a mística nupcial, ou o esponsalício místico. Deus é encontrado na sua humanidade e na sua divindade: Menino, Esposo, Homem da dor e do sofrimento, misericordioso, bondoso, materno e paterno, Rei e Príncipe. É um amor que leva à união mística. Entrar no mosteiro é entrar na casa do Amado, na alma do Amado, como um lugar privilegiado da transcendência. Assim fizeram Juliana de Norwich, Gertrudes de Helfta, Margarida Porete, Humiliana de Cerchi, Benvenuta Bojani, Matilde de Magdeburgo, Margarida de Cortona, Hildegarde de Bingen, assim o fez Clara de Assis. Estas mulheres viveram a contemplação como uma nova teologia da ternura e refizeram o Cântico dos Cânticos.
Deus não é distante e rigorosamente austero como apresentava a cultura monástica de então, mas sim uma Mãe amorosa, um Pai bondoso, um Esposo que faz o coração vibrar de Amor, refúgio, consolação, benevolência e encantamento. De um modo simples e sensível, Clara faz de São Damião o seu lugar contemplativo: espaço, tempo e eternidade. Um lugar de parar e ao mesmo tempo de fazer um caminho espiritual, esta é a dinâmica da vida contemplativa. São Damião é o templo da intimidade, sacrário do Espírito do Senhor, santuário, lugar para habitar espiritualmente. Contemplar é ter o domínio das horas na constante recordação de que tudo é sagrado, porque o amor que está n coração diviniza o tempo. É uma privacidade que não é passividade. É um desejo que não é reprimido , mas intensamente acolhido. Uma vida que não é estagnação, mas processo amoroso que unifica o ser.
Tomás de Celano escreve em sua Vita I, 20: “ De tal modo as Damas Pobres adquiriram o dom da contemplação que nela aprendem o que se deve fazer e o que se deve evitar; conseguem, com extrema facilidade, manter-se na presença de Deus e permanecem constantes, dia e noite, no louvor divino e nas orações” Contemplar é aprender o que se deve fazer e evitar sob o filtro da prece. É discernir sempre a partir do melhor.
Clara de Assis escreve à Inês de Praga: “ Caríssima, alegra-te sempre no Senhor e não permitas que te envolva nenhuma névoa de amargura, ó senhora amadíssima em Cristo, alegria dos anjos e coroa das irmãs. Aplica tua mente ao espelho da eternidade, põe tua alma no esplendor da glória, coloca teu coração na figura da divina substância e transforma-te, inteiramente, pela contemplação, na imagem da divindade, para que também tu possas experimentar o que experimentam os amigos quando saboreiam a doçura escondida que o mesmo Deus reservou desde o princípio para aqueles que o amam” ( II Carta a Inês de Praga )
Contemplação em Clara é alegria, realização, mente focada no Amor, coração tomado pela substância divina, transformação, doçura saboreada, e tudo isto e muito mais sem deixar, um instante sequer, decair. É enlevo, êxtase, prática e presença. Que Santa Clara de Assis nos ensine a contemplar!
por Cássio S Souza (Sacerdote)
SEMANA NACIONAL DA FAMILIA 2011
Começa amanhã (14) e segue até 20 de agosto, em todo o Brasil, o evento promovido pela Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela Comissão Nacional da Família, que é a tradicional Semana Nacional da Família.
Este evento, que acontece anualmente no mês de agosto, Mês Vocacional, tem como tema, neste ano de 2011 ‘Família, Pessoa e Sociedade’.
Segundo o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, Dom João Carlos Petrini, a Semana Nacional da Família deve ser celebrada como uma festa.
“Quando uma família cristã faz festa, celebra o dom da vida e o dom da fé que cada um recebeu, festeja o dom do amor entre marido e mulher, o dom da maternidade e da paternidade, o dom do sacramento do matrimônio e, portanto, o dom que é a presença de Jesus Cristo na convivência familiar”, destacou.
7º Encontro Mundial das Famílias - O papa Bento XVI escolheu, no dia 22 de janeiro de 2009, a cidade de Milão, Itália, como sede do próximo Encontro Mundial das Famílias.
O tema do evento será ‘A Família, o Trabalho e a Festa’.
Em nossa comunidade havera celebraçoes especiais no domingo as 20:00 celebraçao de inicio da semana da familia,na terça-feirs temos uma celebraçao as 16:00,quinta com adoraçao ao santissimo começando as 15:00!!!!
JESUS,MARIA,JOSE NOSSAS FAMILIAS VOSSA É!!!!!!!!!!!!!!
Este evento, que acontece anualmente no mês de agosto, Mês Vocacional, tem como tema, neste ano de 2011 ‘Família, Pessoa e Sociedade’.
Segundo o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, Dom João Carlos Petrini, a Semana Nacional da Família deve ser celebrada como uma festa.
“Quando uma família cristã faz festa, celebra o dom da vida e o dom da fé que cada um recebeu, festeja o dom do amor entre marido e mulher, o dom da maternidade e da paternidade, o dom do sacramento do matrimônio e, portanto, o dom que é a presença de Jesus Cristo na convivência familiar”, destacou.
7º Encontro Mundial das Famílias - O papa Bento XVI escolheu, no dia 22 de janeiro de 2009, a cidade de Milão, Itália, como sede do próximo Encontro Mundial das Famílias.
O tema do evento será ‘A Família, o Trabalho e a Festa’.
Em nossa comunidade havera celebraçoes especiais no domingo as 20:00 celebraçao de inicio da semana da familia,na terça-feirs temos uma celebraçao as 16:00,quinta com adoraçao ao santissimo começando as 15:00!!!!
JESUS,MARIA,JOSE NOSSAS FAMILIAS VOSSA É!!!!!!!!!!!!!!
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI AOS JOVENS NS JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE EM MADRI NA ESPANHA 2011
MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI
PARA A XXVI JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE
2011
«Enraizados e edificados n’Ele... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7).
Queridos amigos!
Penso com frequência na Jornada Mundial da Juventude de Sidney de 2008. Lá vivemos uma grande festa da fé, durante a qual o Espírito de Deus agiu com força, criando uma comunhão intensa entre os participantes, que vieram de todas as partes do mundo. Aquele encontro, assim como os precedentes, deu frutos abundantes na vida de numerosos jovens e de toda a Igreja. Agora, o nosso olhar dirige-se para a próxima Jornada Mundial da Juventude, que terá lugar em Madrid em Agosto de 2011. Já em 1989, poucos meses antes da histórica derrocada do Muro de Berlim, a peregrinação dos jovens fez etapa na Espanha, em Santiago de Compostela. Agora, num momento em que a Europa tem grande necessidade de reencontrar as suas raízes cristãs, marcamos encontro em Madrid, com o tema: «Enraizados e edificados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). Por conseguinte, convido-vos para este encontro tão importante para a Igreja na Europa e para a Igreja universal. E gostaria que todos os jovens, quer os que compartilham a nossa fé em Jesus Cristo, quer todos os que hesitam, que estão na dúvida ou não crêem n’Ele, possam viver esta experiência, que pode ser decisiva para a vida: a experiência do Senhor Jesus ressuscitado e vivo e do seu amor por todos nós.
Na nascente das vossas maiores aspirações!
1. Em todas as épocas, também nos nossos dias, numerosos jovens sentem o desejo profundo de que as relações entre as pessoas sejam vividas na verdade e na solidariedade. Muitos manifestam a aspiração por construir relacionamentos de amizade autêntica, por conhecer o verdadeiro amor, por fundar uma família unida, por alcançar uma estabilidade pessoal e uma segurança real, que possam garantir um futuro sereno e feliz. Certamente, recordando a minha juventude, sei que estabilidade e segurança não são as questões que ocupam mais a mente dos jovens. Sim, a procura de um posto de trabalho e com ele poder ter uma certeza é um problema grande e urgente, mas ao mesmo tempo a juventude permanece contudo a idade na qual se está em busca da vida maior. Se penso nos meus anos de então: simplesmente não nos queríamos perder na normalidade da vida burguesa. Queríamos o que é grande, novo. Queríamos encontrar a própria vida na sua vastidão e beleza. Certamente, isto dependia também da nossa situação. Durante a ditadura nacional-socialista e durante a guerra nós fomos, por assim dizer, «aprisionados» pelo poder dominante. Por conseguinte, queríamos sair fora para entrar na amplidão das possibilidades do ser homem. Mas penso que, num certo sentido, todas as gerações sentem este impulso de ir além do habitual. Faz parte do ser jovem desejar algo mais do que a vida quotidiana regular de um emprego seguro e sentir o anseio pelo que é realmente grande. Trata-se apenas de um sonho vazio que esvaece quando nos tornamos adultos? Não, o homem é verdadeiramente criado para aquilo que é grande, para o infinito. Qualquer outra coisa é insuficiente. Santo Agostinho tinha razão: o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Ti. O desejo da vida maior é um sinal do facto que foi Ele quem nos criou, de que temos a Sua «marca». Deus é vida, e por isso todas as criaturas tendem para a vida; de maneira única e especial a pessoa humana, feita à imagem de Deus, aspira pelo amor, pela alegria e pela paz. Compreendemos então que é um contra-senso pretender eliminar Deus para fazer viver o homem! Deus é a fonte da vida; eliminá-lo equivale a separar-se desta fonte e, inevitavelmente, a privar-se da plenitude e da alegria: «De facto, sem o Criador a criatura esvaece» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. Gaudium et spes, 36). A cultura actual, nalgumas áreas do mundo, sobretudo no Ocidente, tende a excluir Deus, ou a considerar a fé como um facto privado, sem qualquer relevância para a vida social. Mas o conjunto de valores que estão na base da sociedade provém do Evangelho — como o sentido da dignidade da pessoa, da solidariedade, do trabalho e da família — constata-se uma espécie de «eclipse de Deus», uma certa amnésia, ou até uma verdadeira rejeição do Cristianismo e uma negação do tesouro da fé recebida, com o risco de perder a própria identidade profunda.
Por este motivo, queridos amigos, convido-vos a intensificar o vosso caminho de fé em Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Vós sois o futuro da sociedade e da Igreja! Como escrevia o apóstolo Paulo aos cristãos da cidade de Colossos, é vital ter raízes, bases sólidas! E isto é particularmente verdadeiro hoje, quando muitos não têm pontos de referência estáveis para construir a sua vida, tornando-se assim profundamente inseguros. O relativismo difundido, segundo o qual tudo equivale e não existe verdade alguma, nem qualquer ponto de referência absoluto, não gera a verdadeira liberdade, mas instabilidade, desorientação, conformismo às modas do momento. Vós jovens tendes direito de receber das gerações que vos precedem pontos firmes para fazer as vossas opções e construir a vossa vida, do mesmo modo como uma jovem planta precisa de um sólido apoio para que as raízes cresçam, para se tornar depois uma árvore robusta, capaz de dar fruto.
Enraizados e fundados em Cristo
2. Para ressaltar a importância da fé na vida dos crentes, gostaria de me deter sobre cada uma das três palavras que São Paulo usa nesta sua expressão: «Enraizados e fundados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). Nela podemos ver três imagens: «enraizado» recorda a árvore e as raízes que a alimentam; «fundado» refere-se à construção de uma casa; «firme» evoca o crescimento da força física e moral. Trata-se de imagens muito eloquentes. Antes de as comentar, deve-se observar simplesmente que no texto original as três palavras, sob o ponto de vista gramatical, estão no passivo: isto significa que é o próprio Cristo quem toma a iniciativa de radicar, fundar e tornar firmes os crentes.
A primeira imagem é a da árvore, firmemente plantada no solo através das raízes, que a tornam estável e a alimentam. Sem raízes, seria arrastada pelo vento e morreria. Quais são as nossas raízes? Naturalmente, os pais, a família e a cultura do nosso país, que são uma componente muito importante da nossa identidade. A Bíblia revela outra. O profeta Jeremias escreve: «Bendito o homem que deposita a confiança no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. É como a árvore plantada perto da água, a qual estende as raízes para a corrente; não teme quando vem o calor, a sua folhagem fica sempre verdejante. Não a inquieta a seca de um ano; continua a produzir frutos» (Jr 17, 7-8). Estender as raízes, para o profeta, significa ter confiança em Deus. D’Ele obtemos a nossa vida; sem Ele não poderíamos viver verdadeiramente. «Deus deu-nos a vida eterna, e esta vida está em Seu Filho» (1 Jo 5, 11). O próprio Jesus apresenta-se como nossa vida (cf. Jo 14, 6). Por isso a fé cristã não é só crer em verdades, mas é antes de tudo uma relação pessoal com Jesus Cristo, é o encontro com o Filho de Deus, que dá a toda a existência um novo dinamismo. Quando entramos em relação pessoal com Ele, Cristo revela-nos a nossa identidade e, na sua amizade, a vida cresce e realiza-se em plenitude. Há um momento, quando somos jovens, em que cada um de nós se pergunta: que sentido tem a minha vida, que finalidade, que orientação lhe devo dar? É uma fase fundamental, que pode perturbar o ânimo, às vezes também por muito tempo. Pensa-se no tipo de trabalho a empreender, quais relações sociais estabelecer, que afectos desenvolver... Neste contexto, penso de novo na minha juventude. De certa forma muito cedo tive a consciência de que o Senhor me queria sacerdote. Mais tarde, depois da Guerra, quando no seminário e na universidade eu estava a caminho para esta meta, tive que reconquistar esta certeza. Tive que me perguntar: é este verdadeiramente o meu caminho? É deveras esta a vontade do Senhor para mim? Serei capaz de Lhe permanecer fiel e de estar totalmente disponível para Ele, ao Seu serviço? Uma decisão como esta deve ser também sofrida. Não pode ser de outra forma. Mas depois surgiu a certeza: é bem assim! Sim, o Senhor quer-me, por isso também me dará a força. Ao ouvi-Lo, ao caminhar juntamente com Ele torno-me deveras eu mesmo. Não conta a realização dos meus próprios desejos, mas a Sua vontade. Assim a vida torna-se autêntica.
Tal como as raízes da árvore a mantêm firmemente plantada na terra, também os fundamentos dão à casa uma estabilidade duradoura. Mediante a fé, nós somos fundados em Cristo (cf. Cl 2, 7), como uma casa é construída sobre os fundamentos. Na história sagrada temos numerosos exemplos de santos que edificaram a sua vida sobre a Palavra de Deus. O primeiro foi Abraão. O nosso pai na fé obedeceu a Deus que lhe pedia para deixar a casa paterna a fim de se encaminhar para uma terra desconhecida. «Abraão acreditou em Deus e isso foi-lhe atribuído à conta de justiça e foi chamado amigo de Deus» (Tg 2, 23). Estar fundados em Cristo significa responder concretamente à chamada de Deus, confiando n’Ele e pondo em prática a sua Palavra. O próprio Jesus admoesta os seus discípulos: «Porque me chamais: “Senhor, Senhor” e não fazeis o que Eu digo?» (Lc 6, 46). E, recorrendo à imagem da construção da casa, acrescenta: «todo aquele que vem ter Comigo, escuta as Minhas palavras e as põe em prática, é semelhante a um homem que construiu uma casa: Cavou, aprofundou e assentou os alicerces sobre a rocha. Sobreveio a inundação, a torrente arremessou-se com violência contra aquela casa e não pôde abalá-la por ter sido bem construída» (Lc 6, 47-48).
Queridos amigos, construí a vossa casa sobre a rocha, como o homem que «cavou muito profundamente». Procurai também vós, todos os dias, seguir a Palavra de Cristo. Senti-O como o verdadeiro Amigo com o qual partilhar o caminho da vossa vida. Com Ele ao vosso lado sereis capazes de enfrentar com coragem e esperança as dificuldades, os problemas, também as desilusões e as derrotas. São-vos apresentadas continuamente propostas mais fáceis, mas vós mesmos vos apercebeis que se revelam enganadoras, que não vos dão serenidade e alegria. Só a Palavra de Deus nos indica o caminho autêntico, só a fé que nos foi transmitida é a luz que ilumina o caminho. Acolhei com gratidão este dom espiritual que recebestes das vossas famílias e comprometei-vos a responder com responsabilidade à chamada de Deus, tornando-vos adultos na fé. Não acrediteis em quantos vos dizem que não tendes necessidade dos outros para construir a vossa vida! Ao contrário, apoiai-vos na fé dos vossos familiares, na fé da Igreja, e agradecei ao Senhor por a ter recebido e feito vossa!
Firmes na fé
3. «Enraizados e fundados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). A Carta da qual é tirado este convite, foi escrita por São Paulo para responder a uma necessidade precisa dos cristãos da cidade de Colossos. Com efeito, aquela comunidade estava ameaçada pela influência de determinadas tendências culturais da época, que afastavam os fiéis do Evangelho. O nosso contexto cultural, queridos jovens, tem numerosas analogias com o tempo dos Colossenses daquela época. De facto, há uma forte corrente de pensamento laicista que pretende marginalizar Deus da vida das pessoas e da sociedade, perspectivando e tentando criar um «paraíso» sem Ele. Mas a experiência ensina que o mundo sem Deus se torna um «inferno»: prevalecem os egoísmos, as divisões nas famílias, o ódio entre as pessoas e entre os povos, a falta de amor, de alegria e de esperança. Ao contrário, onde as pessoas e os povos acolhem a presença de Deus, o adoram na verdade e ouvem a sua voz, constrói-se concretamente a civilização do amor, na qual todos são respeitados na sua dignidade, cresce a comunhão, com os frutos que ela dá. Contudo existem cristãos que se deixam seduzir pelo modo de pensar laicista, ou são atraídos por correntes religiosas que afastam da fé em Jesus Cristo. Outros, sem aderir a estas chamadas, simplesmente deixaram esmorecer a sua fé, com inevitáveis consequências negativas a nível moral.
Aos irmãos contagiados por ideias alheias ao Evangelho, o apóstolo Paulo recorda o poder de Cristo morto e ressuscitado. Este mistério é o fundamento da nossa vida, o centro da fé cristã. Todas as filosofias que o ignoram, que o consideram «escândalo» (1 Cor 1, 23), mostram os seus limites diante das grandes perguntas que habitam o coração do homem. Por isso também eu, como Sucessor do apóstolo Pedro, desejo confirmar-vos na fé (cf. Lc 22, 32). Nós cremos firmemente que Jesus Cristo se ofereceu na Cruz para nos doar o seu amor; na sua paixão, carregou os nossos sofrimentos, assumiu sobre si os nossos pecados, obteve-nos o perdão e reconciliou-nos com Deus Pai, abrindo-nos o caminho da vida eterna. Deste modo fomos libertados do que mais entrava a nossa vida: a escravidão do pecado, e podemos amar a todos, até os inimigos, e partilhar este amor com os irmãos mais pobres e em dificuldade.
Queridos amigos, muitas vezes a Cruz assusta-nos, porque parece ser a negação da vida. Na realidade, é o contrário! Ela é o «sim» de Deus ao homem, a expressão máxima do seu amor e a nascente da qual brota a vida eterna. De facto, do coração aberto de Jesus na cruz brotou esta vida divina, sempre disponível para quem aceita erguer os olhos para o Crucificado. Portanto, não posso deixar de vos convidar a aceitar a Cruz de Jesus, sinal do amor de Deus, como fonte de vida nova. Fora de Cristo morto e ressuscitado, não há salvação! Só Ele pode libertar o mundo do mal e fazer crescer o Reino de justiça, de paz e de amor pelo qual todos aspiram.
Crer em Jesus Cristo sem o ver
4. No Evangelho é-nos descrita a experiência de fé do apóstolo Tomé ao acolher o mistério da Cruz e da Ressurreição de Cristo. Tomé faz parte dos Doze apóstolos; seguiu Jesus; foi testemunha directa das suas curas, dos milagres; ouviu as suas palavras; viveu a desorientação perante a sua morte. Na noite de Páscoa o Senhor apareceu aos discípulos, mas Tomé não estava presente, e quando lhe foi contado que Jesus estava vivo e se mostrou, declarou: «Se eu não vir o sinal dos cravos nas Suas mãos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e não meter a mão no Seu lado, não acreditarei» (Jo 20, 25).
Também nós gostaríamos de poder ver Jesus, de poder falar com Ele, de sentir ainda mais forte a sua presença. Hoje para muitos, o acesso a Jesus tornou-se difícil. Circulam tantas imagens de Jesus que se fazem passar por científicas e O privam da sua grandeza, da singularidade da Sua pessoa. Portanto, durante longos anos de estudo e meditação, maturou em mim o pensamento de transmitir um pouco do meu encontro pessoal com Jesus num livro: quase para ajudar a ver, a ouvir, a tocar o Senhor, no qual Deus veio ao nosso encontro para se dar a conhecer. De facto, o próprio Jesus aparecendo de novo aos discípulos depois de oito dias, diz a Tomé: «Chega aqui o teu dedo e vê as Minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no Meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente» (Jo 20, 27). Também nós temos a possibilidade de ter um contacto sensível com Jesus, meter, por assim dizer, a mão nos sinais da sua Paixão, os sinais do seu amor: nos Sacramentos Ele torna-se particularmente próximo de nós, doa-se a nós. Queridos jovens, aprendei a «ver», a «encontrar» Jesus na Eucaristia, onde está presente e próximo até se fazer alimento para o nosso caminho; no Sacramento da Penitência, no qual o Senhor manifesta a sua misericórdia ao oferecer-nos sempre o seu perdão. Reconhecei e servi Jesus também nos pobres, nos doentes, nos irmãos que estão em dificuldade e precisam de ajuda.
Abri e cultivai um diálogo pessoal com Jesus Cristo, na fé. Conhecei-o mediante a leitura dos Evangelhos e do Catecismo da Igreja Católica; entrai em diálogo com Ele na oração, dai-lhe a vossa confiança: ele nunca a trairá! «Antes de mais, a fé é uma adesão pessoal do homem a Deus. Ao mesmo tempo, e inseparavelmente, é o assentimento livre a toda a verdade revelada por Deus» (Catecismo da Igreja Católica, n. 150). Assim podereis adquirir uma fé madura, sólida, que não estará unicamente fundada num sentimento religioso ou numa vaga recordação da catequese da vossa infância. Podereis conhecer Deus e viver autenticamente d’Ele, como o apóstolo Tomé, quando manifesta com força a sua fé em Jesus: «Meu Senhor e meu Deus!».
Amparados pela fé da Igreja para ser testemunhas
5. Naquele momento Jesus exclama: «Porque Me viste, acreditaste. Bem-aventurados os que, sem terem visto, acreditaram!» (Jo 20, 29). Ele pensa no caminho da Igreja, fundada sobre a fé das testemunhas oculares: os Apóstolos. Compreendemos então que a nossa fé pessoal em Cristo, nascida do diálogo com Ele, está ligada à fé da Igreja: não somos crentes isolados, mas, pelo Baptismo, somos membros desta grande família, e é a fé professada pela Igreja que dá segurança à nossa fé pessoal. O credo que proclamamos na Missa dominical protege-nos precisamente do perigo de crer num Deus que não é o que Jesus nos revelou: «Cada crente é, assim, um elo na grande cadeia dos crentes. Não posso crer sem ser motivado pela fé dos outros, e pela minha fé contribuo também para guiar os outros na fé» (Catecismo da Igreja Católica, n. 166). Agradeçamos sempre ao Senhor pelo dom da Igreja; ela faz-nos progredir com segurança na fé, que nos dá a vida verdadeira (cf. Jo 20, 31).
Na história da Igreja, os santos e os mártires hauriram da Cruz gloriosa de Cristo a força para serem fiéis a Deus até à doação de si mesmos; na fé encontraram a força para vencer as próprias debilidades e superar qualquer adversidade. De facto, como diz o apóstolo João, «Quem é que vence o mundo senão aquele que crê que Jesus é Filho de Deus?» (1 Jo 5, 5). E a vitória que nasce da fé é a do amor. Quantos cristãos foram e são um testemunho vivo da força da fé que se exprime na caridade; foram artífices de paz, promotores de justiça, animadores de um mundo mais humano, um mundo segundo Deus; comprometeram-se nos vários âmbitos da vida social, com competência e profissionalidade, contribuindo de modo eficaz para o bem de todos. A caridade que brota da fé levou-os a dar um testemunho muito concreto, nas acções e nas palavras: Cristo não é um bem só para nós próprios, é o bem mais precioso que temos para partilhar com os outros. Na era da globalização, sede testemunhas da esperança cristã em todo o mundo: são muitos os que desejam receber esta esperança! Diante do sepulcro do amigo Lázaro, morto havia quatro dias, Jesus, antes de o chamar de novo à vida, disse à sua irmã Marta: «Se acreditasses, verias a glória de Deus» (cf. Jo 11, 40). Também vós, se acreditardes, se souberdes viver e testemunhar a vossa fé todos os dias, tornar-vos-eis instrumentos para fazer reencontrar a outros jovens como vós o sentido e a alegria da vida, que nasce do encontro com Cristo!
Rumo à Jornada Mundial de Madrid
6. Queridos amigos, renovo-vos o convite a ir à Jornada Mundial da Juventude a Madrid. É com profunda alegria que espero cada um de vós pessoalmente: Cristo quer tornar-vos firmes na fé através a Igreja. A opção de crer em Cristo e de O seguir não é fácil; é dificultada pelas nossas infidelidades pessoais e por tantas vozes que indicam caminhos mais fáceis. Não vos deixeis desencorajar, procurai antes o apoio da Comunidade cristã, o apoio da Igreja! Ao longo deste ano preparai-vos intensamente para o encontro de Madrid com os vossos Bispos, os vossos sacerdotes e os responsáveis da pastoral juvenil nas dioceses, nas comunidades paroquiais, nas associações e nos movimentos. A qualidade do nosso encontro dependerá sobretudo da preparação espiritual, da oração, da escuta comum da Palavra de Deus e do apoio recíproco.
Amados jovens, a Igreja conta convosco! Precisa da vossa fé viva, da vossa caridade e do dinamismo da vossa esperança. A vossa presença renova a Igreja, rejuvenesce-a e confere-lhe renovado impulso. Por isso as Jornadas Mundiais da Juventude são uma graça não só para vós, mas para todo o Povo de Deus. A Igreja na Espanha está a preparar-se activamente para vos receber e para viver juntos a experiência jubilosa da fé. Agradeço às dioceses, às paróquias, aos santuários, às comunidades religiosas, às associações e aos movimentos eclesiais, que trabalham com generosidade na preparação deste acontecimento. O Senhor não deixará de os abençoar. A Virgem Maria acompanhe este caminho de preparação. Ela, ao anúncio do Anjo, acolheu com fé a Palavra de Deus; com fé consentiu a obra que Deus estava a realizar nela. Pronunciando o seu «fiat», o seu «sim», recebeu o dom de uma caridade imensa, que a levou a doar-se totalmente a Deus. Interceda por cada um e cada uma de vós, para que na próxima Jornada Mundial possais crescer na fé e no amor. Garanto-vos a minha recordação paterna na oração e abençoo-vos de coração.
Vaticano, 6 de Agosto de 2010, Festa da Transfiguração do Senhor.
BENEDICTUS PP. XVI
PARA A XXVI JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE
2011
«Enraizados e edificados n’Ele... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7).
Queridos amigos!
Penso com frequência na Jornada Mundial da Juventude de Sidney de 2008. Lá vivemos uma grande festa da fé, durante a qual o Espírito de Deus agiu com força, criando uma comunhão intensa entre os participantes, que vieram de todas as partes do mundo. Aquele encontro, assim como os precedentes, deu frutos abundantes na vida de numerosos jovens e de toda a Igreja. Agora, o nosso olhar dirige-se para a próxima Jornada Mundial da Juventude, que terá lugar em Madrid em Agosto de 2011. Já em 1989, poucos meses antes da histórica derrocada do Muro de Berlim, a peregrinação dos jovens fez etapa na Espanha, em Santiago de Compostela. Agora, num momento em que a Europa tem grande necessidade de reencontrar as suas raízes cristãs, marcamos encontro em Madrid, com o tema: «Enraizados e edificados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). Por conseguinte, convido-vos para este encontro tão importante para a Igreja na Europa e para a Igreja universal. E gostaria que todos os jovens, quer os que compartilham a nossa fé em Jesus Cristo, quer todos os que hesitam, que estão na dúvida ou não crêem n’Ele, possam viver esta experiência, que pode ser decisiva para a vida: a experiência do Senhor Jesus ressuscitado e vivo e do seu amor por todos nós.
Na nascente das vossas maiores aspirações!
1. Em todas as épocas, também nos nossos dias, numerosos jovens sentem o desejo profundo de que as relações entre as pessoas sejam vividas na verdade e na solidariedade. Muitos manifestam a aspiração por construir relacionamentos de amizade autêntica, por conhecer o verdadeiro amor, por fundar uma família unida, por alcançar uma estabilidade pessoal e uma segurança real, que possam garantir um futuro sereno e feliz. Certamente, recordando a minha juventude, sei que estabilidade e segurança não são as questões que ocupam mais a mente dos jovens. Sim, a procura de um posto de trabalho e com ele poder ter uma certeza é um problema grande e urgente, mas ao mesmo tempo a juventude permanece contudo a idade na qual se está em busca da vida maior. Se penso nos meus anos de então: simplesmente não nos queríamos perder na normalidade da vida burguesa. Queríamos o que é grande, novo. Queríamos encontrar a própria vida na sua vastidão e beleza. Certamente, isto dependia também da nossa situação. Durante a ditadura nacional-socialista e durante a guerra nós fomos, por assim dizer, «aprisionados» pelo poder dominante. Por conseguinte, queríamos sair fora para entrar na amplidão das possibilidades do ser homem. Mas penso que, num certo sentido, todas as gerações sentem este impulso de ir além do habitual. Faz parte do ser jovem desejar algo mais do que a vida quotidiana regular de um emprego seguro e sentir o anseio pelo que é realmente grande. Trata-se apenas de um sonho vazio que esvaece quando nos tornamos adultos? Não, o homem é verdadeiramente criado para aquilo que é grande, para o infinito. Qualquer outra coisa é insuficiente. Santo Agostinho tinha razão: o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Ti. O desejo da vida maior é um sinal do facto que foi Ele quem nos criou, de que temos a Sua «marca». Deus é vida, e por isso todas as criaturas tendem para a vida; de maneira única e especial a pessoa humana, feita à imagem de Deus, aspira pelo amor, pela alegria e pela paz. Compreendemos então que é um contra-senso pretender eliminar Deus para fazer viver o homem! Deus é a fonte da vida; eliminá-lo equivale a separar-se desta fonte e, inevitavelmente, a privar-se da plenitude e da alegria: «De facto, sem o Criador a criatura esvaece» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. Gaudium et spes, 36). A cultura actual, nalgumas áreas do mundo, sobretudo no Ocidente, tende a excluir Deus, ou a considerar a fé como um facto privado, sem qualquer relevância para a vida social. Mas o conjunto de valores que estão na base da sociedade provém do Evangelho — como o sentido da dignidade da pessoa, da solidariedade, do trabalho e da família — constata-se uma espécie de «eclipse de Deus», uma certa amnésia, ou até uma verdadeira rejeição do Cristianismo e uma negação do tesouro da fé recebida, com o risco de perder a própria identidade profunda.
Por este motivo, queridos amigos, convido-vos a intensificar o vosso caminho de fé em Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Vós sois o futuro da sociedade e da Igreja! Como escrevia o apóstolo Paulo aos cristãos da cidade de Colossos, é vital ter raízes, bases sólidas! E isto é particularmente verdadeiro hoje, quando muitos não têm pontos de referência estáveis para construir a sua vida, tornando-se assim profundamente inseguros. O relativismo difundido, segundo o qual tudo equivale e não existe verdade alguma, nem qualquer ponto de referência absoluto, não gera a verdadeira liberdade, mas instabilidade, desorientação, conformismo às modas do momento. Vós jovens tendes direito de receber das gerações que vos precedem pontos firmes para fazer as vossas opções e construir a vossa vida, do mesmo modo como uma jovem planta precisa de um sólido apoio para que as raízes cresçam, para se tornar depois uma árvore robusta, capaz de dar fruto.
Enraizados e fundados em Cristo
2. Para ressaltar a importância da fé na vida dos crentes, gostaria de me deter sobre cada uma das três palavras que São Paulo usa nesta sua expressão: «Enraizados e fundados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). Nela podemos ver três imagens: «enraizado» recorda a árvore e as raízes que a alimentam; «fundado» refere-se à construção de uma casa; «firme» evoca o crescimento da força física e moral. Trata-se de imagens muito eloquentes. Antes de as comentar, deve-se observar simplesmente que no texto original as três palavras, sob o ponto de vista gramatical, estão no passivo: isto significa que é o próprio Cristo quem toma a iniciativa de radicar, fundar e tornar firmes os crentes.
A primeira imagem é a da árvore, firmemente plantada no solo através das raízes, que a tornam estável e a alimentam. Sem raízes, seria arrastada pelo vento e morreria. Quais são as nossas raízes? Naturalmente, os pais, a família e a cultura do nosso país, que são uma componente muito importante da nossa identidade. A Bíblia revela outra. O profeta Jeremias escreve: «Bendito o homem que deposita a confiança no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. É como a árvore plantada perto da água, a qual estende as raízes para a corrente; não teme quando vem o calor, a sua folhagem fica sempre verdejante. Não a inquieta a seca de um ano; continua a produzir frutos» (Jr 17, 7-8). Estender as raízes, para o profeta, significa ter confiança em Deus. D’Ele obtemos a nossa vida; sem Ele não poderíamos viver verdadeiramente. «Deus deu-nos a vida eterna, e esta vida está em Seu Filho» (1 Jo 5, 11). O próprio Jesus apresenta-se como nossa vida (cf. Jo 14, 6). Por isso a fé cristã não é só crer em verdades, mas é antes de tudo uma relação pessoal com Jesus Cristo, é o encontro com o Filho de Deus, que dá a toda a existência um novo dinamismo. Quando entramos em relação pessoal com Ele, Cristo revela-nos a nossa identidade e, na sua amizade, a vida cresce e realiza-se em plenitude. Há um momento, quando somos jovens, em que cada um de nós se pergunta: que sentido tem a minha vida, que finalidade, que orientação lhe devo dar? É uma fase fundamental, que pode perturbar o ânimo, às vezes também por muito tempo. Pensa-se no tipo de trabalho a empreender, quais relações sociais estabelecer, que afectos desenvolver... Neste contexto, penso de novo na minha juventude. De certa forma muito cedo tive a consciência de que o Senhor me queria sacerdote. Mais tarde, depois da Guerra, quando no seminário e na universidade eu estava a caminho para esta meta, tive que reconquistar esta certeza. Tive que me perguntar: é este verdadeiramente o meu caminho? É deveras esta a vontade do Senhor para mim? Serei capaz de Lhe permanecer fiel e de estar totalmente disponível para Ele, ao Seu serviço? Uma decisão como esta deve ser também sofrida. Não pode ser de outra forma. Mas depois surgiu a certeza: é bem assim! Sim, o Senhor quer-me, por isso também me dará a força. Ao ouvi-Lo, ao caminhar juntamente com Ele torno-me deveras eu mesmo. Não conta a realização dos meus próprios desejos, mas a Sua vontade. Assim a vida torna-se autêntica.
Tal como as raízes da árvore a mantêm firmemente plantada na terra, também os fundamentos dão à casa uma estabilidade duradoura. Mediante a fé, nós somos fundados em Cristo (cf. Cl 2, 7), como uma casa é construída sobre os fundamentos. Na história sagrada temos numerosos exemplos de santos que edificaram a sua vida sobre a Palavra de Deus. O primeiro foi Abraão. O nosso pai na fé obedeceu a Deus que lhe pedia para deixar a casa paterna a fim de se encaminhar para uma terra desconhecida. «Abraão acreditou em Deus e isso foi-lhe atribuído à conta de justiça e foi chamado amigo de Deus» (Tg 2, 23). Estar fundados em Cristo significa responder concretamente à chamada de Deus, confiando n’Ele e pondo em prática a sua Palavra. O próprio Jesus admoesta os seus discípulos: «Porque me chamais: “Senhor, Senhor” e não fazeis o que Eu digo?» (Lc 6, 46). E, recorrendo à imagem da construção da casa, acrescenta: «todo aquele que vem ter Comigo, escuta as Minhas palavras e as põe em prática, é semelhante a um homem que construiu uma casa: Cavou, aprofundou e assentou os alicerces sobre a rocha. Sobreveio a inundação, a torrente arremessou-se com violência contra aquela casa e não pôde abalá-la por ter sido bem construída» (Lc 6, 47-48).
Queridos amigos, construí a vossa casa sobre a rocha, como o homem que «cavou muito profundamente». Procurai também vós, todos os dias, seguir a Palavra de Cristo. Senti-O como o verdadeiro Amigo com o qual partilhar o caminho da vossa vida. Com Ele ao vosso lado sereis capazes de enfrentar com coragem e esperança as dificuldades, os problemas, também as desilusões e as derrotas. São-vos apresentadas continuamente propostas mais fáceis, mas vós mesmos vos apercebeis que se revelam enganadoras, que não vos dão serenidade e alegria. Só a Palavra de Deus nos indica o caminho autêntico, só a fé que nos foi transmitida é a luz que ilumina o caminho. Acolhei com gratidão este dom espiritual que recebestes das vossas famílias e comprometei-vos a responder com responsabilidade à chamada de Deus, tornando-vos adultos na fé. Não acrediteis em quantos vos dizem que não tendes necessidade dos outros para construir a vossa vida! Ao contrário, apoiai-vos na fé dos vossos familiares, na fé da Igreja, e agradecei ao Senhor por a ter recebido e feito vossa!
Firmes na fé
3. «Enraizados e fundados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). A Carta da qual é tirado este convite, foi escrita por São Paulo para responder a uma necessidade precisa dos cristãos da cidade de Colossos. Com efeito, aquela comunidade estava ameaçada pela influência de determinadas tendências culturais da época, que afastavam os fiéis do Evangelho. O nosso contexto cultural, queridos jovens, tem numerosas analogias com o tempo dos Colossenses daquela época. De facto, há uma forte corrente de pensamento laicista que pretende marginalizar Deus da vida das pessoas e da sociedade, perspectivando e tentando criar um «paraíso» sem Ele. Mas a experiência ensina que o mundo sem Deus se torna um «inferno»: prevalecem os egoísmos, as divisões nas famílias, o ódio entre as pessoas e entre os povos, a falta de amor, de alegria e de esperança. Ao contrário, onde as pessoas e os povos acolhem a presença de Deus, o adoram na verdade e ouvem a sua voz, constrói-se concretamente a civilização do amor, na qual todos são respeitados na sua dignidade, cresce a comunhão, com os frutos que ela dá. Contudo existem cristãos que se deixam seduzir pelo modo de pensar laicista, ou são atraídos por correntes religiosas que afastam da fé em Jesus Cristo. Outros, sem aderir a estas chamadas, simplesmente deixaram esmorecer a sua fé, com inevitáveis consequências negativas a nível moral.
Aos irmãos contagiados por ideias alheias ao Evangelho, o apóstolo Paulo recorda o poder de Cristo morto e ressuscitado. Este mistério é o fundamento da nossa vida, o centro da fé cristã. Todas as filosofias que o ignoram, que o consideram «escândalo» (1 Cor 1, 23), mostram os seus limites diante das grandes perguntas que habitam o coração do homem. Por isso também eu, como Sucessor do apóstolo Pedro, desejo confirmar-vos na fé (cf. Lc 22, 32). Nós cremos firmemente que Jesus Cristo se ofereceu na Cruz para nos doar o seu amor; na sua paixão, carregou os nossos sofrimentos, assumiu sobre si os nossos pecados, obteve-nos o perdão e reconciliou-nos com Deus Pai, abrindo-nos o caminho da vida eterna. Deste modo fomos libertados do que mais entrava a nossa vida: a escravidão do pecado, e podemos amar a todos, até os inimigos, e partilhar este amor com os irmãos mais pobres e em dificuldade.
Queridos amigos, muitas vezes a Cruz assusta-nos, porque parece ser a negação da vida. Na realidade, é o contrário! Ela é o «sim» de Deus ao homem, a expressão máxima do seu amor e a nascente da qual brota a vida eterna. De facto, do coração aberto de Jesus na cruz brotou esta vida divina, sempre disponível para quem aceita erguer os olhos para o Crucificado. Portanto, não posso deixar de vos convidar a aceitar a Cruz de Jesus, sinal do amor de Deus, como fonte de vida nova. Fora de Cristo morto e ressuscitado, não há salvação! Só Ele pode libertar o mundo do mal e fazer crescer o Reino de justiça, de paz e de amor pelo qual todos aspiram.
Crer em Jesus Cristo sem o ver
4. No Evangelho é-nos descrita a experiência de fé do apóstolo Tomé ao acolher o mistério da Cruz e da Ressurreição de Cristo. Tomé faz parte dos Doze apóstolos; seguiu Jesus; foi testemunha directa das suas curas, dos milagres; ouviu as suas palavras; viveu a desorientação perante a sua morte. Na noite de Páscoa o Senhor apareceu aos discípulos, mas Tomé não estava presente, e quando lhe foi contado que Jesus estava vivo e se mostrou, declarou: «Se eu não vir o sinal dos cravos nas Suas mãos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e não meter a mão no Seu lado, não acreditarei» (Jo 20, 25).
Também nós gostaríamos de poder ver Jesus, de poder falar com Ele, de sentir ainda mais forte a sua presença. Hoje para muitos, o acesso a Jesus tornou-se difícil. Circulam tantas imagens de Jesus que se fazem passar por científicas e O privam da sua grandeza, da singularidade da Sua pessoa. Portanto, durante longos anos de estudo e meditação, maturou em mim o pensamento de transmitir um pouco do meu encontro pessoal com Jesus num livro: quase para ajudar a ver, a ouvir, a tocar o Senhor, no qual Deus veio ao nosso encontro para se dar a conhecer. De facto, o próprio Jesus aparecendo de novo aos discípulos depois de oito dias, diz a Tomé: «Chega aqui o teu dedo e vê as Minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no Meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente» (Jo 20, 27). Também nós temos a possibilidade de ter um contacto sensível com Jesus, meter, por assim dizer, a mão nos sinais da sua Paixão, os sinais do seu amor: nos Sacramentos Ele torna-se particularmente próximo de nós, doa-se a nós. Queridos jovens, aprendei a «ver», a «encontrar» Jesus na Eucaristia, onde está presente e próximo até se fazer alimento para o nosso caminho; no Sacramento da Penitência, no qual o Senhor manifesta a sua misericórdia ao oferecer-nos sempre o seu perdão. Reconhecei e servi Jesus também nos pobres, nos doentes, nos irmãos que estão em dificuldade e precisam de ajuda.
Abri e cultivai um diálogo pessoal com Jesus Cristo, na fé. Conhecei-o mediante a leitura dos Evangelhos e do Catecismo da Igreja Católica; entrai em diálogo com Ele na oração, dai-lhe a vossa confiança: ele nunca a trairá! «Antes de mais, a fé é uma adesão pessoal do homem a Deus. Ao mesmo tempo, e inseparavelmente, é o assentimento livre a toda a verdade revelada por Deus» (Catecismo da Igreja Católica, n. 150). Assim podereis adquirir uma fé madura, sólida, que não estará unicamente fundada num sentimento religioso ou numa vaga recordação da catequese da vossa infância. Podereis conhecer Deus e viver autenticamente d’Ele, como o apóstolo Tomé, quando manifesta com força a sua fé em Jesus: «Meu Senhor e meu Deus!».
Amparados pela fé da Igreja para ser testemunhas
5. Naquele momento Jesus exclama: «Porque Me viste, acreditaste. Bem-aventurados os que, sem terem visto, acreditaram!» (Jo 20, 29). Ele pensa no caminho da Igreja, fundada sobre a fé das testemunhas oculares: os Apóstolos. Compreendemos então que a nossa fé pessoal em Cristo, nascida do diálogo com Ele, está ligada à fé da Igreja: não somos crentes isolados, mas, pelo Baptismo, somos membros desta grande família, e é a fé professada pela Igreja que dá segurança à nossa fé pessoal. O credo que proclamamos na Missa dominical protege-nos precisamente do perigo de crer num Deus que não é o que Jesus nos revelou: «Cada crente é, assim, um elo na grande cadeia dos crentes. Não posso crer sem ser motivado pela fé dos outros, e pela minha fé contribuo também para guiar os outros na fé» (Catecismo da Igreja Católica, n. 166). Agradeçamos sempre ao Senhor pelo dom da Igreja; ela faz-nos progredir com segurança na fé, que nos dá a vida verdadeira (cf. Jo 20, 31).
Na história da Igreja, os santos e os mártires hauriram da Cruz gloriosa de Cristo a força para serem fiéis a Deus até à doação de si mesmos; na fé encontraram a força para vencer as próprias debilidades e superar qualquer adversidade. De facto, como diz o apóstolo João, «Quem é que vence o mundo senão aquele que crê que Jesus é Filho de Deus?» (1 Jo 5, 5). E a vitória que nasce da fé é a do amor. Quantos cristãos foram e são um testemunho vivo da força da fé que se exprime na caridade; foram artífices de paz, promotores de justiça, animadores de um mundo mais humano, um mundo segundo Deus; comprometeram-se nos vários âmbitos da vida social, com competência e profissionalidade, contribuindo de modo eficaz para o bem de todos. A caridade que brota da fé levou-os a dar um testemunho muito concreto, nas acções e nas palavras: Cristo não é um bem só para nós próprios, é o bem mais precioso que temos para partilhar com os outros. Na era da globalização, sede testemunhas da esperança cristã em todo o mundo: são muitos os que desejam receber esta esperança! Diante do sepulcro do amigo Lázaro, morto havia quatro dias, Jesus, antes de o chamar de novo à vida, disse à sua irmã Marta: «Se acreditasses, verias a glória de Deus» (cf. Jo 11, 40). Também vós, se acreditardes, se souberdes viver e testemunhar a vossa fé todos os dias, tornar-vos-eis instrumentos para fazer reencontrar a outros jovens como vós o sentido e a alegria da vida, que nasce do encontro com Cristo!
Rumo à Jornada Mundial de Madrid
6. Queridos amigos, renovo-vos o convite a ir à Jornada Mundial da Juventude a Madrid. É com profunda alegria que espero cada um de vós pessoalmente: Cristo quer tornar-vos firmes na fé através a Igreja. A opção de crer em Cristo e de O seguir não é fácil; é dificultada pelas nossas infidelidades pessoais e por tantas vozes que indicam caminhos mais fáceis. Não vos deixeis desencorajar, procurai antes o apoio da Comunidade cristã, o apoio da Igreja! Ao longo deste ano preparai-vos intensamente para o encontro de Madrid com os vossos Bispos, os vossos sacerdotes e os responsáveis da pastoral juvenil nas dioceses, nas comunidades paroquiais, nas associações e nos movimentos. A qualidade do nosso encontro dependerá sobretudo da preparação espiritual, da oração, da escuta comum da Palavra de Deus e do apoio recíproco.
Amados jovens, a Igreja conta convosco! Precisa da vossa fé viva, da vossa caridade e do dinamismo da vossa esperança. A vossa presença renova a Igreja, rejuvenesce-a e confere-lhe renovado impulso. Por isso as Jornadas Mundiais da Juventude são uma graça não só para vós, mas para todo o Povo de Deus. A Igreja na Espanha está a preparar-se activamente para vos receber e para viver juntos a experiência jubilosa da fé. Agradeço às dioceses, às paróquias, aos santuários, às comunidades religiosas, às associações e aos movimentos eclesiais, que trabalham com generosidade na preparação deste acontecimento. O Senhor não deixará de os abençoar. A Virgem Maria acompanhe este caminho de preparação. Ela, ao anúncio do Anjo, acolheu com fé a Palavra de Deus; com fé consentiu a obra que Deus estava a realizar nela. Pronunciando o seu «fiat», o seu «sim», recebeu o dom de uma caridade imensa, que a levou a doar-se totalmente a Deus. Interceda por cada um e cada uma de vós, para que na próxima Jornada Mundial possais crescer na fé e no amor. Garanto-vos a minha recordação paterna na oração e abençoo-vos de coração.
Vaticano, 6 de Agosto de 2010, Festa da Transfiguração do Senhor.
BENEDICTUS PP. XVI
CARTA DO PAPA BENTO XVI!!!
CARTA APOSTÓLICA EM FORMA DE «MOTU PROPRIO»
UBICUMQUE ET SEMPER
DO SUMO PONTÍFICE BENTO XVI
COM A QUAL SE INSTITUI
O PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A PROMOÇÃO
DA NOVA EVANGELIZAÇÃO
A Igreja tem o dever de anunciar sempre e em toda a parte o Evangelho de Jesus Cristo. Ele, o primeiro e supremo Evangelizador, no dia da sua ascensão ao Pai, ordenou aos Apóstolos: «Ide, pois, ensinai todas as nações, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos tenho mandado» (Mt 28, 19-20). Fiel a este mandamento da Igreja, povo que Deus adquiriu para si a fim de que proclame as suas obras admiráveis (cf. 1 Pd 2, 9), desde o dia de Pentecostes no qual recebeu em dom o Espírito Santo (cf. Act 2, 14), nunca se cansou de dar a conhecer ao mundo inteiro a beleza do Evangelho, anunciando Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, o mesmo «ontem, hoje e sempre» (Hb 13, 8), que com a sua morte e ressurreição realizou a salvação, levando a cumprimento a promessa antiga. Portanto, a missão evangelizadora, continuação da obra querida pelo Senhor Jesus, é necessária e insubstituível para a Igreja, expressão da sua própria natureza.
Esta missão assumiu na história formas e modalidades sempre novas de acordo com os lugares, as situações e os momentos históricos. No nosso tempo, um dos seus aspectos mais singulares foi o medir-se com o fenómeno do afastamento da fé, que se manifestou progressivamente nas sociedades e culturas que há séculos estavam impregnadas pelo Evangelho. As transformações sociais às quais assistimos nos últimos decénios têm causas complexas, que afundam as suas raízes no tempo longínquo e modificaram profundamente a percepção do nosso mundo. Considerem-se os gigantescos progressos da ciência e da técnica, o ampliar-se das possibilidades de vida e dos espaços de liberdade individual, as profundas mudanças em âmbito económico, o processo de mistura de etnias e culturas causado por maciços fenómenos migratórios, a crescente interdependência entre os povos. Tudo isto causou consequências também na dimensão religiosa da vida do homem. E se por um lado a humanidade conheceu inegáveis benefícios por estas transformações e a Igreja recebeu ulteriores estímulos para dizer a razão da sua esperança (cf. 1 Pd 3, 15), por outro verificou-se uma preocupante perda do sentido do sagrado, chegando até a pôr em questão aqueles fundamentos que pareciam indiscutíveis, como a fé num Deus criador e providente, a revelação de Jesus Cristo único salvador, e a comum compreensão das experiências fundamentais do homem como nascer, morrer, viver numa família, a referência a uma lei moral natural.
Se tudo isto foi elogiado por alguns como uma libertação, depressa demo-nos conta do deserto interior que nasce onde o homem, desejando ser o único artífice da sua natureza e do seu destino, se encontra desprovido daquilo que constitui o fundamento de tudo.
Já o Concílio Ecuménico Vaticano II incluiu entre as temáticas centrais a questão da relação entre a Igreja e este mundo contemporâneo. Em continuidade com o ensinamento conciliar, os meus Predecessores ponderaram ulteriormente sobre a necessidade de encontrar formas adequadas para permitir que os nossos contemporâneos continuem a ouvir a Palavra viva e eterna do Senhor.
Com clarividência, o Servo de Deus Paulo VI observava que o compromisso da evangelização «se demonstra cada dia mais necessário, e isto por causa das situações de descristianização frequentes nos nossos dias, igualmente para multidões de homens que receberam o baptismo, mas vivem fora de toda a vida cristã, para as pessoas simples que, embora tenham uma certa fé, conhecem mal os fundamentos dessa mesma fé, para intelectuais que sentem a falta de um conhecimento de Jesus Cristo sob uma luz diversa da dos ensinamentos recebidos na sua infância, e para muitos outros ainda» (Exortação Apostólica Evangelii nuntiandi, 52). E, com o pensamento voltado para quantos estão distantes da fé, acrescentava que a obra evangelizadora da Igreja «tem de procurar constantemente os meios e a linguagem adequados para lhes propor a revelação de Deus e a fé em Jesus Cristo» (Ibid., n. 56). O Venerável Servo de Deus João Paulo II fez desta tarefa exigente um dos pontos fulcrais do seu vasto Magistério, resumindo no conceito de «nova evangelização», que ele aprofundou sistematicamente em numerosas intervenções, a tarefa que a Igreja de hoje deve assumir, de modo particular nas regiões de antiga cristianização. Uma tarefa que, embora se refira directamente ao seu modo de se relacionar com o exterior, contudo pressupõe principalmente uma renovação constante no seu interior, um passar contínuo, por assim dizer, de evangelizada para evangelizadora. É suficiente recordar aquilo que se afirmava na Exortação Apostólica pós-sinodal Christifideles laici: «Países inteiros e nações, onde a religião e a vida cristã foram em tempos tão prósperas e capazes de dar origem a comunidades de fé viva e operosa, encontram-se hoje sujeitos a dura prova, e, por vezes, até são radicalmente transformados pela contínua difusão do indiferentismo, do secularismo e do ateísmo. É o caso, em especial, dos países e das nações do chamado Primeiro Mundo, onde o bem-estar económico e o consumismo, embora à mistura com tremendas situações de pobreza e de miséria, inspiram e permitem viver “como se Deus não existisse”. Ora, a indiferença religiosa e a total insignificância prática de Deus nos problemas, mesmo graves, da vida não são menos preocupantes e subversivos do que o ateísmo declarado. E também a fé cristã, mesmo sobrevivendo em algumas manifestações tradicionais e ritualistas, tende a desaparecer nos momento mais significativos da existência, como são os momentos do nascer, do sofrer e do morrer (...) Noutras regiões ou nações, porém, conservam-se bem vivas ainda tradições de piedade e de religiosidade popular cristã; mas, esse património moral e espiritual corre hoje o risco de esbater-se sob o impacto de múltiplos processos, entre os quais sobressaem a secularização e a difusão das seitas. Só uma nova evangelização poderá garantir o crescimento de uma fé límpida e profunda, capaz de converter tais tradições numa força de liberdade autêntica. É urgente, sem dúvida, refazer em toda a parte o tecido cristão da sociedade humana. Mas, a condição é a de se refazer o tecido cristão das próprias comunidades eclesiais que vivem nesses países e nessas nações» (n. 34).
Portanto, assumindo a preocupação dos meus venerados Predecessores, considero oportuno oferecer respostas adequadas a fim de que a Igreja inteira, deixando-se regenerar pela força do Espírito Santo, se apresente ao mundo contemporâneo com um impulso missionário capaz de promover uma nova evangelização. Ela refere-se principalmente às Igrejas de antiga fundação, que contudo vivem realidades bastante diferenciadas, às quais correspondem diversificadas necessidades, que esperam diferentes impulsos de evangelização: com efeito, em alguns territórios, apesar do progresso do fenómeno da secularização, a prática cristã ainda manifesta uma boa vitalidade e um profundo arraigamento na alma de populações inteiras; noutras regiões, ao contrário, observa-se um distanciamento mais claro da fé por parte da sociedade no seu conjunto, com um tecido eclesial mais frágil, embora não desprovido de elementos de vivacidade, que o Espírito Santo não deixa de suscitar; além disso nós infelizmente conhecemos regiões que parecem quase completamente descristianizadas, em que a luz da fé é confiada ao testemunho de pequenas comunidades: estas terras, que teriam necessidade de um renovado primeiro anúncio do Evangelho, parecem ser particularmente refractárias a muitos aspectos da mensagem cristã.
A diversidades das situações exige um discernimento atento; com efeito, falar de «nova evangelização» não significa que é necessário elaborar uma única fórmula igual para todas as circunstâncias. E, todavia, não é difícil compreender que aquilo de que têm necessidade todas as Igrejas que vivem em territórios tradicionalmente cristãos é um renovado impulso missionário, expressão de uma nova e generosa abertura ao dom da graça. Efectivamente, não podemos esquecer que a primeira tarefa consistirá sempre em ser dócil à obra gratuita do Espírito do Ressuscitado, que acompanha quantos são portadores do Evangelho e abre o coração daqueles que se põem à escuta. Para proclamar de modo fecundo a Palavra do Evangelho, exige-se sobretudo que se viva uma profunda experiência de Deus.
Como pude afirmar na minha primeira Encíclica Deus caritas est: «No início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e com isto a orientação decisiva» (n. 1). Analogamente, na raiz de cada evangelização não existe um desígnio humano de expansão, mas sim o desejo de compartilhar o dom inestimável que Deus nos quis conceder, comunicando-nos a sua própria Vida.
Portanto, à luz destas reflexões, depois de ter examinado tudo com atenção e de ter pedido o parecer de peritos, estabeleço e decreto quanto segue:
Art. 1
§ 1. É constituído o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, como Dicastério da Cúria Romana, em conformidade com a Constituição Apostólica Pastor bonus.
§ 2. O Conselho procura a finalidade que lhe é própria, quer estimulando a reflexão sobre os temas da nova evangelização, quer identificando e promovendo as formas e os instrumentos aptos para a realizar.
Art. 2
A obra do Conselho, que se realiza em colaboração com os demais Dicastérios e Organismos da Cúria Romana, no respeito pelas respectivas competências, está ao serviço das Igrejas particulares, especialmente nos territórios de tradição cristã onde o fenómeno da secularização se manifesta com mais evidência.
Art. 3
Entre as tarefas específicas do Conselho salientam-se:
1. aprofundar o significado teológico e pastoral da nova evangelização;
2. promover e favorecer, em estreita colaboração com as Conferências Episcopais interessadas, que poderão dispor de um organismo ad hoc, o estudo, a difusão e a aplicação do Magistério pontifício relativo às temáticas vinculadas à nova evangelização;
3. dar a conhecer e incentivar iniciativas ligadas à nova evangelização já em curso nas várias Igrejas particulares e promover a realização de outras novas, comprometendo também concretamente os recursos presentes nos Institutos de Vida Consagrada e nas Sociedades de Vida Apostólica, assim como nas agregações de fiéis e nas novas comunidades;
4. estudar e favorecer a utilização das formas de comunicação modernas, como instrumentos para a nova evangelização;
5. promover o uso do Catecismo da Igreja católica, como formulação essencial e completa do conteúdo da fé para os homens do nosso tempo.
Art. 4
§ 1. O Conselho é presidido por um Arcebispo Presidente, coadjuvado por um Secretário, por um Subsecretário e por um côngruo número de Oficiais, segundo as normas estabelecidas pela Constituição Apostólica Pastor bonus e pelo Regulamento Geral da Cúria Romana.
§ 2. O Conselho dispõe de Membros e Consultores próprios.
Tudo aquilo que foi deliberado com o presente Motu proprio, ordeno que tenha valor pleno e estável, não obstante algo contrário, mesmo digno de menção particular, e estabeleço que seja promulgado mediante a publicação no diário «L'Osservatore Romano» e que entre em vigor no dia da sua promulgação.
Dado em Castel Gandolfo, no dia 21 de Setembro de 2010, Festa de São Mateus, Apóstolo e Evangelista, no sexto ano de Pontificado.
BENEDICTUS PP. XVI
UBICUMQUE ET SEMPER
DO SUMO PONTÍFICE BENTO XVI
COM A QUAL SE INSTITUI
O PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A PROMOÇÃO
DA NOVA EVANGELIZAÇÃO
A Igreja tem o dever de anunciar sempre e em toda a parte o Evangelho de Jesus Cristo. Ele, o primeiro e supremo Evangelizador, no dia da sua ascensão ao Pai, ordenou aos Apóstolos: «Ide, pois, ensinai todas as nações, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos tenho mandado» (Mt 28, 19-20). Fiel a este mandamento da Igreja, povo que Deus adquiriu para si a fim de que proclame as suas obras admiráveis (cf. 1 Pd 2, 9), desde o dia de Pentecostes no qual recebeu em dom o Espírito Santo (cf. Act 2, 14), nunca se cansou de dar a conhecer ao mundo inteiro a beleza do Evangelho, anunciando Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, o mesmo «ontem, hoje e sempre» (Hb 13, 8), que com a sua morte e ressurreição realizou a salvação, levando a cumprimento a promessa antiga. Portanto, a missão evangelizadora, continuação da obra querida pelo Senhor Jesus, é necessária e insubstituível para a Igreja, expressão da sua própria natureza.
Esta missão assumiu na história formas e modalidades sempre novas de acordo com os lugares, as situações e os momentos históricos. No nosso tempo, um dos seus aspectos mais singulares foi o medir-se com o fenómeno do afastamento da fé, que se manifestou progressivamente nas sociedades e culturas que há séculos estavam impregnadas pelo Evangelho. As transformações sociais às quais assistimos nos últimos decénios têm causas complexas, que afundam as suas raízes no tempo longínquo e modificaram profundamente a percepção do nosso mundo. Considerem-se os gigantescos progressos da ciência e da técnica, o ampliar-se das possibilidades de vida e dos espaços de liberdade individual, as profundas mudanças em âmbito económico, o processo de mistura de etnias e culturas causado por maciços fenómenos migratórios, a crescente interdependência entre os povos. Tudo isto causou consequências também na dimensão religiosa da vida do homem. E se por um lado a humanidade conheceu inegáveis benefícios por estas transformações e a Igreja recebeu ulteriores estímulos para dizer a razão da sua esperança (cf. 1 Pd 3, 15), por outro verificou-se uma preocupante perda do sentido do sagrado, chegando até a pôr em questão aqueles fundamentos que pareciam indiscutíveis, como a fé num Deus criador e providente, a revelação de Jesus Cristo único salvador, e a comum compreensão das experiências fundamentais do homem como nascer, morrer, viver numa família, a referência a uma lei moral natural.
Se tudo isto foi elogiado por alguns como uma libertação, depressa demo-nos conta do deserto interior que nasce onde o homem, desejando ser o único artífice da sua natureza e do seu destino, se encontra desprovido daquilo que constitui o fundamento de tudo.
Já o Concílio Ecuménico Vaticano II incluiu entre as temáticas centrais a questão da relação entre a Igreja e este mundo contemporâneo. Em continuidade com o ensinamento conciliar, os meus Predecessores ponderaram ulteriormente sobre a necessidade de encontrar formas adequadas para permitir que os nossos contemporâneos continuem a ouvir a Palavra viva e eterna do Senhor.
Com clarividência, o Servo de Deus Paulo VI observava que o compromisso da evangelização «se demonstra cada dia mais necessário, e isto por causa das situações de descristianização frequentes nos nossos dias, igualmente para multidões de homens que receberam o baptismo, mas vivem fora de toda a vida cristã, para as pessoas simples que, embora tenham uma certa fé, conhecem mal os fundamentos dessa mesma fé, para intelectuais que sentem a falta de um conhecimento de Jesus Cristo sob uma luz diversa da dos ensinamentos recebidos na sua infância, e para muitos outros ainda» (Exortação Apostólica Evangelii nuntiandi, 52). E, com o pensamento voltado para quantos estão distantes da fé, acrescentava que a obra evangelizadora da Igreja «tem de procurar constantemente os meios e a linguagem adequados para lhes propor a revelação de Deus e a fé em Jesus Cristo» (Ibid., n. 56). O Venerável Servo de Deus João Paulo II fez desta tarefa exigente um dos pontos fulcrais do seu vasto Magistério, resumindo no conceito de «nova evangelização», que ele aprofundou sistematicamente em numerosas intervenções, a tarefa que a Igreja de hoje deve assumir, de modo particular nas regiões de antiga cristianização. Uma tarefa que, embora se refira directamente ao seu modo de se relacionar com o exterior, contudo pressupõe principalmente uma renovação constante no seu interior, um passar contínuo, por assim dizer, de evangelizada para evangelizadora. É suficiente recordar aquilo que se afirmava na Exortação Apostólica pós-sinodal Christifideles laici: «Países inteiros e nações, onde a religião e a vida cristã foram em tempos tão prósperas e capazes de dar origem a comunidades de fé viva e operosa, encontram-se hoje sujeitos a dura prova, e, por vezes, até são radicalmente transformados pela contínua difusão do indiferentismo, do secularismo e do ateísmo. É o caso, em especial, dos países e das nações do chamado Primeiro Mundo, onde o bem-estar económico e o consumismo, embora à mistura com tremendas situações de pobreza e de miséria, inspiram e permitem viver “como se Deus não existisse”. Ora, a indiferença religiosa e a total insignificância prática de Deus nos problemas, mesmo graves, da vida não são menos preocupantes e subversivos do que o ateísmo declarado. E também a fé cristã, mesmo sobrevivendo em algumas manifestações tradicionais e ritualistas, tende a desaparecer nos momento mais significativos da existência, como são os momentos do nascer, do sofrer e do morrer (...) Noutras regiões ou nações, porém, conservam-se bem vivas ainda tradições de piedade e de religiosidade popular cristã; mas, esse património moral e espiritual corre hoje o risco de esbater-se sob o impacto de múltiplos processos, entre os quais sobressaem a secularização e a difusão das seitas. Só uma nova evangelização poderá garantir o crescimento de uma fé límpida e profunda, capaz de converter tais tradições numa força de liberdade autêntica. É urgente, sem dúvida, refazer em toda a parte o tecido cristão da sociedade humana. Mas, a condição é a de se refazer o tecido cristão das próprias comunidades eclesiais que vivem nesses países e nessas nações» (n. 34).
Portanto, assumindo a preocupação dos meus venerados Predecessores, considero oportuno oferecer respostas adequadas a fim de que a Igreja inteira, deixando-se regenerar pela força do Espírito Santo, se apresente ao mundo contemporâneo com um impulso missionário capaz de promover uma nova evangelização. Ela refere-se principalmente às Igrejas de antiga fundação, que contudo vivem realidades bastante diferenciadas, às quais correspondem diversificadas necessidades, que esperam diferentes impulsos de evangelização: com efeito, em alguns territórios, apesar do progresso do fenómeno da secularização, a prática cristã ainda manifesta uma boa vitalidade e um profundo arraigamento na alma de populações inteiras; noutras regiões, ao contrário, observa-se um distanciamento mais claro da fé por parte da sociedade no seu conjunto, com um tecido eclesial mais frágil, embora não desprovido de elementos de vivacidade, que o Espírito Santo não deixa de suscitar; além disso nós infelizmente conhecemos regiões que parecem quase completamente descristianizadas, em que a luz da fé é confiada ao testemunho de pequenas comunidades: estas terras, que teriam necessidade de um renovado primeiro anúncio do Evangelho, parecem ser particularmente refractárias a muitos aspectos da mensagem cristã.
A diversidades das situações exige um discernimento atento; com efeito, falar de «nova evangelização» não significa que é necessário elaborar uma única fórmula igual para todas as circunstâncias. E, todavia, não é difícil compreender que aquilo de que têm necessidade todas as Igrejas que vivem em territórios tradicionalmente cristãos é um renovado impulso missionário, expressão de uma nova e generosa abertura ao dom da graça. Efectivamente, não podemos esquecer que a primeira tarefa consistirá sempre em ser dócil à obra gratuita do Espírito do Ressuscitado, que acompanha quantos são portadores do Evangelho e abre o coração daqueles que se põem à escuta. Para proclamar de modo fecundo a Palavra do Evangelho, exige-se sobretudo que se viva uma profunda experiência de Deus.
Como pude afirmar na minha primeira Encíclica Deus caritas est: «No início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e com isto a orientação decisiva» (n. 1). Analogamente, na raiz de cada evangelização não existe um desígnio humano de expansão, mas sim o desejo de compartilhar o dom inestimável que Deus nos quis conceder, comunicando-nos a sua própria Vida.
Portanto, à luz destas reflexões, depois de ter examinado tudo com atenção e de ter pedido o parecer de peritos, estabeleço e decreto quanto segue:
Art. 1
§ 1. É constituído o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, como Dicastério da Cúria Romana, em conformidade com a Constituição Apostólica Pastor bonus.
§ 2. O Conselho procura a finalidade que lhe é própria, quer estimulando a reflexão sobre os temas da nova evangelização, quer identificando e promovendo as formas e os instrumentos aptos para a realizar.
Art. 2
A obra do Conselho, que se realiza em colaboração com os demais Dicastérios e Organismos da Cúria Romana, no respeito pelas respectivas competências, está ao serviço das Igrejas particulares, especialmente nos territórios de tradição cristã onde o fenómeno da secularização se manifesta com mais evidência.
Art. 3
Entre as tarefas específicas do Conselho salientam-se:
1. aprofundar o significado teológico e pastoral da nova evangelização;
2. promover e favorecer, em estreita colaboração com as Conferências Episcopais interessadas, que poderão dispor de um organismo ad hoc, o estudo, a difusão e a aplicação do Magistério pontifício relativo às temáticas vinculadas à nova evangelização;
3. dar a conhecer e incentivar iniciativas ligadas à nova evangelização já em curso nas várias Igrejas particulares e promover a realização de outras novas, comprometendo também concretamente os recursos presentes nos Institutos de Vida Consagrada e nas Sociedades de Vida Apostólica, assim como nas agregações de fiéis e nas novas comunidades;
4. estudar e favorecer a utilização das formas de comunicação modernas, como instrumentos para a nova evangelização;
5. promover o uso do Catecismo da Igreja católica, como formulação essencial e completa do conteúdo da fé para os homens do nosso tempo.
Art. 4
§ 1. O Conselho é presidido por um Arcebispo Presidente, coadjuvado por um Secretário, por um Subsecretário e por um côngruo número de Oficiais, segundo as normas estabelecidas pela Constituição Apostólica Pastor bonus e pelo Regulamento Geral da Cúria Romana.
§ 2. O Conselho dispõe de Membros e Consultores próprios.
Tudo aquilo que foi deliberado com o presente Motu proprio, ordeno que tenha valor pleno e estável, não obstante algo contrário, mesmo digno de menção particular, e estabeleço que seja promulgado mediante a publicação no diário «L'Osservatore Romano» e que entre em vigor no dia da sua promulgação.
Dado em Castel Gandolfo, no dia 21 de Setembro de 2010, Festa de São Mateus, Apóstolo e Evangelista, no sexto ano de Pontificado.
BENEDICTUS PP. XVI
ARQUIDIOCESE DE ARACAJU SERGIPE
A Igreja Particular de Aracaju
A Diocese de Aracaju foi criada aos 03 de janeiro de 1910, pela Bula "Divina disponente clementia" do papa Pio X, desmembrada da Arquidiocese de São Salvador da Bahia. O seu primeiro bispo foi Dom José Tomaz Gomes da Silva, que assumiu o governo desta Igreja em 1911, cessando apenas com a sua morte, em 1948. Desde 1913, existe o Seminário Menor, fundando pelo primeiro bispo. O segundo bispo, Dom Fernando Gomes dos Santos, assumiu a direção dos trabalhos da diocese em 1949 e permaneceu aqui até 1957, quando foi transferido para Goiânia GO. Ele fundou o Seminário Maior de Aracaju, que foi fechado, alguns anos depois. Dom José Vicente Távora, o terceiro bispo assumiu a diocese em 1958 e, após um fecundo pastoreio de doze anos incompletos, faleceu, deixando a sede vacante.
Aos 30 de abril de1960, o Papa João XXIII elevou a Diocese à Sede Metropolitana, pela bula "Eclesiarum omnium" sendo Dom Távora o seu primeiro arcebispo. Dom Távora teve por bispo auxiliar Dom Nivaldo Monte (1963-1965) e Dom Luciano Cabral Duarte (1966¬1970). Com a morte de dom Távora, Dom Luciano Cabral Duarte assumiu a Arquidiocese como pastor próprio. Um de seus mais empenhados trabalhos foi o da reanimação vocacional, reabrindo o Seminário Menor e incentivando a oração pelas vocações. Ele teve por Bispo Auxiliar Dom Edvaldo Gonçalves do Amaral (1975-1980), dom Hildebrando Mendes Costa (1981-1986) e Dom João Maria Messi (1988-1995). Em março de 1996, Dom José Palmeira Lessa foi nomeado arcebispo Coadjutor, dividindo os trabalhos com Dom Luciano, que renunciou aos 26 de agosto de 1998. Automaticamente, Dom Lessa passou a ser o metropolita, em 16 de julho de 2001, recebeu a ajuda de Dom Du1cênio Fontes de Matos, como bispo auxiliar (2001 a 2005), sexto bispo auxiliar de nossa arquidiocese e em 1º de abril e 2009 o Papa Bento XVI nomeou como novo Bispo Auxiliar de Aracaju, Dom Henrique Soares da Costa.
BRASÃO DE ARMAS DA ARQUIDIOCESE DE ARACAJU (Elevada aos 30 - IV - 1960)
Explicação Heráldica
Escudo: de azul, uma flor de lis, de prata, encimada por dois crustáceos (siris, do mesmo).
Insígnias: Arquidiocesanas: mitra, cruz patriarcal e báculo.
Comentário: a padroeira, Nossa Senhora da Imaculada Conceição, é representada pelos esmaltes, azul e prata e a flor de lis. Os dois crustáceos relacionam-se com a província Eclesiástica de Sergipe, que tem o seu nome do rio e da tribo dos Siris.
Fonte: Ir. Paulo Lachenmayer, osb. Salvador, 16 de setembro de 1966
A Diocese de Aracaju foi criada aos 03 de janeiro de 1910, pela Bula "Divina disponente clementia" do papa Pio X, desmembrada da Arquidiocese de São Salvador da Bahia. O seu primeiro bispo foi Dom José Tomaz Gomes da Silva, que assumiu o governo desta Igreja em 1911, cessando apenas com a sua morte, em 1948. Desde 1913, existe o Seminário Menor, fundando pelo primeiro bispo. O segundo bispo, Dom Fernando Gomes dos Santos, assumiu a direção dos trabalhos da diocese em 1949 e permaneceu aqui até 1957, quando foi transferido para Goiânia GO. Ele fundou o Seminário Maior de Aracaju, que foi fechado, alguns anos depois. Dom José Vicente Távora, o terceiro bispo assumiu a diocese em 1958 e, após um fecundo pastoreio de doze anos incompletos, faleceu, deixando a sede vacante.
Aos 30 de abril de1960, o Papa João XXIII elevou a Diocese à Sede Metropolitana, pela bula "Eclesiarum omnium" sendo Dom Távora o seu primeiro arcebispo. Dom Távora teve por bispo auxiliar Dom Nivaldo Monte (1963-1965) e Dom Luciano Cabral Duarte (1966¬1970). Com a morte de dom Távora, Dom Luciano Cabral Duarte assumiu a Arquidiocese como pastor próprio. Um de seus mais empenhados trabalhos foi o da reanimação vocacional, reabrindo o Seminário Menor e incentivando a oração pelas vocações. Ele teve por Bispo Auxiliar Dom Edvaldo Gonçalves do Amaral (1975-1980), dom Hildebrando Mendes Costa (1981-1986) e Dom João Maria Messi (1988-1995). Em março de 1996, Dom José Palmeira Lessa foi nomeado arcebispo Coadjutor, dividindo os trabalhos com Dom Luciano, que renunciou aos 26 de agosto de 1998. Automaticamente, Dom Lessa passou a ser o metropolita, em 16 de julho de 2001, recebeu a ajuda de Dom Du1cênio Fontes de Matos, como bispo auxiliar (2001 a 2005), sexto bispo auxiliar de nossa arquidiocese e em 1º de abril e 2009 o Papa Bento XVI nomeou como novo Bispo Auxiliar de Aracaju, Dom Henrique Soares da Costa.
BRASÃO DE ARMAS DA ARQUIDIOCESE DE ARACAJU (Elevada aos 30 - IV - 1960)
Explicação Heráldica
Escudo: de azul, uma flor de lis, de prata, encimada por dois crustáceos (siris, do mesmo).
Insígnias: Arquidiocesanas: mitra, cruz patriarcal e báculo.
Comentário: a padroeira, Nossa Senhora da Imaculada Conceição, é representada pelos esmaltes, azul e prata e a flor de lis. Os dois crustáceos relacionam-se com a província Eclesiástica de Sergipe, que tem o seu nome do rio e da tribo dos Siris.
Fonte: Ir. Paulo Lachenmayer, osb. Salvador, 16 de setembro de 1966
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
FESTA DE NOSSA SRA DA SAUDE!!
A CAPELA DE SAO LONGUINHO REALIZARA NO PROXIMO DIA 12 DE AGOSTO OS LOUVORES A MARIA,SENHORA DA SAUDE.O EVENTO SERA NO ESPAÇO BEATO JOAO PAULO SEGUNDO,APARTI DAS 15:00 INICIANDO COM O TERÇO DA MISERICORDIA,APOS O TERÇO DAMOS INICIO A PROCISSAO E AS 16:00 CELEBRAÇAO SOLENE DIRIGIDA PELO NOSSO DIRIGENTE E PRESIDENTE MATHEUS PINTO!!
NOSSA SENHORA DA SAUDE!!!! ROGAI POR NOS!!!
MATHEUS PINTO
A VOZ DO PAPA! 23/06/11
BENTO XVI: A EUCARISTIA DÁ VIDA À IGREJA
Queridos irmãos e irmãs!
Hoje, na Itália e em outros países, celebra-se o Corpus Domini, a festa da Eucaristia, o sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, que Ele instituiu na Última Ceia e é o tesouro mais precioso da Igreja. A Eucaristia é como o coração pulsante que dá vida a todo o corpo místico da Igreja: um organismo social baseado inteiramente no vínculo espiritual, mas concreto, com Cristo. Como diz o apóstolo Paulo: "Porque há um só pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, pois todos participamos desse único pão" (1 Cor 10,17). Sem a Eucaristia, a Igreja simplesmente não existiria. A Eucaristia é, de fato, o que torna uma comunidade humana um mistério de comunhão, capaz de levar Deus ao mundo e o mundo a Deus. O Espírito Santo transforma o pão e o vinho no Corpo e Sangue de Cristo; também transforma todos os que o recebem com fé em membros do Corpo de Cristo, para que a Igreja seja verdadeiramente um sacramento de unidade dos homens com Deus e entre eles.
Em uma cultura cada vez mais individualista, como aquela em que estamos imersos nas sociedades ocidentais, e que tende a se espalhar por todo o mundo, a Eucaristia é uma espécie de "antídoto", que age nas mentes e nos corações dos crentes e que semeia de forma contínua neles a lógica da comunhão, do serviço, da partilha, em suma, a lógica do Evangelho. Os primeiros cristãos, em Jerusalém, foram um sinal evidente deste novo estilo de vida, porque viviam em fraternidade e partilhavam seus bens, de modo que ninguém fosse indigente (cf. Atos 2, 42-47). De que derivava tudo isso? Da Eucaristia, isto é, de Cristo ressuscitado, realmente presente entre os seus discípulos e operante com a força do Espírito Santo. E também as gerações seguintes, através dos séculos, a Igreja, apesar dos seus limites e erros humanos, continuou sendo no mundo uma força de comunhão. Pensemos especialmente nos períodos mais difíceis, de provação: pensemos no que significou, por exemplo, para os países sob regimes totalitários, a possibilidade de encontrar-se na Missa dominical! Como diziam os antigos mártires de Abitene: "Sine Dominico non possumus" - sem o "Dominicum", ou seja, sem a Eucaristia dominical, não podemos viver. Mas o vazio criado pela falsa liberdade também pode ser muito perigoso, e então a comunhão com o Corpo de Cristo é o remédio da inteligência e da vontade, para redescobrir o gosto da verdade e do bem comum.
Queridos amigos, invoquemos a Virgem Maria, a quem meu predecessor, o Beato João Paulo II, definiu como "Mulher eucarística" (Ecclesia de Eucharistia, 53-58). Que, em sua escola, também a nossa vida se torne plenamente "eucarística", aberta a Deus e aos outros, capaz de transformar o mal em bem com a força do amor, dirigida promover a unidade, a comunhão, a fraternidade.
[Tradução: Aline Banchieri. ©Libreria Editrice Vaticana]
Queridos irmãos e irmãs!
Hoje, na Itália e em outros países, celebra-se o Corpus Domini, a festa da Eucaristia, o sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, que Ele instituiu na Última Ceia e é o tesouro mais precioso da Igreja. A Eucaristia é como o coração pulsante que dá vida a todo o corpo místico da Igreja: um organismo social baseado inteiramente no vínculo espiritual, mas concreto, com Cristo. Como diz o apóstolo Paulo: "Porque há um só pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, pois todos participamos desse único pão" (1 Cor 10,17). Sem a Eucaristia, a Igreja simplesmente não existiria. A Eucaristia é, de fato, o que torna uma comunidade humana um mistério de comunhão, capaz de levar Deus ao mundo e o mundo a Deus. O Espírito Santo transforma o pão e o vinho no Corpo e Sangue de Cristo; também transforma todos os que o recebem com fé em membros do Corpo de Cristo, para que a Igreja seja verdadeiramente um sacramento de unidade dos homens com Deus e entre eles.
Em uma cultura cada vez mais individualista, como aquela em que estamos imersos nas sociedades ocidentais, e que tende a se espalhar por todo o mundo, a Eucaristia é uma espécie de "antídoto", que age nas mentes e nos corações dos crentes e que semeia de forma contínua neles a lógica da comunhão, do serviço, da partilha, em suma, a lógica do Evangelho. Os primeiros cristãos, em Jerusalém, foram um sinal evidente deste novo estilo de vida, porque viviam em fraternidade e partilhavam seus bens, de modo que ninguém fosse indigente (cf. Atos 2, 42-47). De que derivava tudo isso? Da Eucaristia, isto é, de Cristo ressuscitado, realmente presente entre os seus discípulos e operante com a força do Espírito Santo. E também as gerações seguintes, através dos séculos, a Igreja, apesar dos seus limites e erros humanos, continuou sendo no mundo uma força de comunhão. Pensemos especialmente nos períodos mais difíceis, de provação: pensemos no que significou, por exemplo, para os países sob regimes totalitários, a possibilidade de encontrar-se na Missa dominical! Como diziam os antigos mártires de Abitene: "Sine Dominico non possumus" - sem o "Dominicum", ou seja, sem a Eucaristia dominical, não podemos viver. Mas o vazio criado pela falsa liberdade também pode ser muito perigoso, e então a comunhão com o Corpo de Cristo é o remédio da inteligência e da vontade, para redescobrir o gosto da verdade e do bem comum.
Queridos amigos, invoquemos a Virgem Maria, a quem meu predecessor, o Beato João Paulo II, definiu como "Mulher eucarística" (Ecclesia de Eucharistia, 53-58). Que, em sua escola, também a nossa vida se torne plenamente "eucarística", aberta a Deus e aos outros, capaz de transformar o mal em bem com a força do amor, dirigida promover a unidade, a comunhão, a fraternidade.
[Tradução: Aline Banchieri. ©Libreria Editrice Vaticana]
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Maria, teu lindo nome é todo encanto e luz Quando te chamo, Maria, tu logo chama Jesus Quando te chamo, Maria, tu logo chama Jesus Ao som de...
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Senhor tende piedade de nós! Cristo tende piedade de nós! Senhor tende piedade de nós! Deus Pai do céu, tende piedade de nós! Deus ...
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Maria, valei-me! Aos vossos devotos, Vinde, socorrei-nos! Vosso amor se empenha, Ó Virgem da Penha, Penha donde man...